Publicado em 16 de abril de 2025 às 15:30
Depois da popularização das casas de apostas esportivas no Brasil, se tornou recorrente o envolvimento de atletas em esquemas de manipulação de resultados para beneficiar amigos e familiares, mesmo com jogadores de expressão no futebol mundial, que recebem salários milionários.
Na última terça-feira (15), a Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por supostamente ter forçado um cartão amarelo em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023, para beneficiar apostadores. Porém, além dele, outros diversos atletas jánforam ou permanecem sendo investigados por envolvimento em apostas.
No mundo do futebol, onde a habilidade e a ética tentam andar juntos, o nome de Lucas Paquetá, cria do Flamengo, meio-campista do West Ham, foi recentemente envolvido em uma polêmica de apostas que tem agitado o cenário esportivo. As investigações conduzidas por autoridades apontam para possibilidade de que o jogador tenha influenciado partidas em que estava envolvido, sendo advertido com cartão amarelo, o que é uma grave infração às regras da Fifa e das ligas nacionais.
Informações sugerem que Paquetá pode ter facilitado apostas em jogos específicos, comprometendo a integridade das competições, durante partidas da Premier League realizadas entre 2022 e 2023, nos duelos diante do Leicester, em 12 de novembro, contra o Aston Villa, no dia 12 de março, e com o Bournemouth, em 12 de agosto. O jogador segue sendo julgado e pode chegar a ser banido do futebol caso considerado culpado.
Luiz Henrique, ex-jogador do Botafogo, foi investigado por envolvimento em uma suposta organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas, e é suspeito na mesma investigação de Paquetá. Familiares do meio-campista do West Ham teriam realizado duas transferências para Luiz Henrique, totalizando R$ 40 mil. O caso teria ocorrido enquanto o jogador estava no Real Betis, time da Espanha.
Segundo a denúncia, as transações teriam ocorrido após o atleta ter recebido dois cartões amarelos numa partida no início de 2023. Bruno Tolentino, tio de Paquetá, admitiu que já ganhou dinheiro com apostas em pelo menos um dos jogos de Luiz Henrique, segundo a denúncia. O Botafogo e o empresário de Luiz Henrique, Junior Mendoza, negaram as acusações. Hoje, o atacante defende as cores do Zenit, da Rússia.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu de forma preventiva 12 jogadores envolvidos em investigação de manipulação de resultados e esquema de apostas no futebol brasileiro, incluindo o ex-Coritiba, Alef Manga. Ele teria recebido R$ 45 mil para levar um cartão amarelo, em jogo diante do América-MG, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022. O esquema foi descoberto através da "Operação Penalidade Máxima" para favorecer apostadores.
O atacante foi reintegrado ao elenco do Coritiba um dia após o fim da suspensão de 360 dias e multa de R$50 mil, e foi liberado para atuar em setembro de 2024. Em dezembro do mesmo ano, Alef Manga abriu o jogo sobre o envolvimento em manipulação de apostas esportivas durante participação no podcast do ex-jogador Denílson, e afirmou que companheiros do Coxa também participaram do crime e saíram ilesos. Atualmente ele joga pelo Avaí.
Dois anos depois do caso da "Máfia das Apostas" no futebol brasileiro, a maioria dos envolvidos já voltou a jogar. Dos 33 jogadores investigados pelo STJD, 23 já têm condições legais de entrarem em campo. O escândalo estourou em fevereiro de 2023 após uma investigação do Ministério Público de Goiás para combater casos de manipulação em jogos do Campeonato Brasileiro. A apuração descobriu a existência de grupo criminoso que cooptava jogadores, com o intuito dos atletas cometerem faltas, pênaltis ou tomarem cartões amarelos para beneficiar apostadores.
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