Publicado em 25 de abril de 2025 às 14:02
As polêmicas em torno da arbitragem no Campeonato Capixaba de 2025 ganharam um novo e inusitado capítulo. Ademar Rocha, diretor do Vitória Futebol Clube, lançou uma camisa de protesto contra o uso do árbitro de vídeo (VAR) nas fases decisivas do torneio. Segundo ele, a motivação partiu de sua indignação pessoal com o que classificou como “erros gritantes”, que, em sua visão, comprometeram a integridade das partidas.
"Foi como pessoa física que tomei a iniciativa de produzir essa camisa. Nada tem a ver com o Vitória. O que me motivou foi a atuação péssima da arbitragem e, principalmente, do VAR, nas semifinais e finais do campeonato", afirmou Ademar.
O dirigente aponta dois episódios específicos como determinantes para sua decisão: o jogo entre Vitória e Porto Vitória, no qual um suposto pênalti não foi revisado pelo árbitro após chamado do VAR, e o duelo entre Rio Branco e Porto, em que uma expulsão correta teria sido revertida indevidamente após revisão. “Esse VAR colocou o Porto na final e foi o mesmo VAR que tirou o campeonato do Porto. Isso ficou cristalino”, declarou.
A camisa, que viralizou rapidamente entre torcedores e críticos da arbitragem, traz a sigla “VAR” reinterpretada: Vergonha, Armação e Roubo. O modelo também exibe a bandeira do Espírito Santo, sinalizando que a crítica não se limita ao futebol local, mas pode ser estendida ao cenário nacional.
“Já vendi 75 das 100 primeiras camisas no primeiro dia, tudo sem lucro. A ideia é apenas expressar a insatisfação. No próximo jogo entre Vitória e Real Noroeste, estarei no Salvador Costa vendendo as restantes e, com o retorno, produzir mais”, afirmou Ademar. Segundo ele, a recepção do público tem sido extremamente positiva, inclusive com interesse de pessoas ligadas a outros clubes.
Ademar também tem levado o debate ao poder público. Ele cobra uma apuração rigorosa sobre o contrato firmado entre a Federação de Futebol do Espírito Santo e a empresa responsável pelo VAR. O principal questionamento envolve a suposta ausência de áudio nas comunicações do VAR em partidas decisivas, o que, segundo ele, compromete a credibilidade do sistema.
"Fomos informados de que não houve áudio no jogo entre Vitória e Porto, nem no confronto entre Desportiva e Rio Branco. Estamos pedindo à Câmara de Vitória e à Assembleia Legislativa que investiguem isso e solicitem o contrato assinado com essa empresa", declarou.
Em meio à repercussão, Ademar fez questão de reforçar que sua ação não representa oficialmente o Vitória Futebol Clube. “Pago meu ingresso em todos os jogos. Hoje mesmo fui ao jogo contra o Vilavelhense com a camisa e paguei o ingresso normalmente. É uma manifestação pessoal, espontânea, de torcedor”, explicou.
A polêmica reacende o debate entre os torcedores e dirigentes sobre a eficácia e a transparência do VAR no futebol brasileiro. Enquanto a camisa de Ademar Rocha tende a virar símbolo de protesto nas arquibancadas capixabas, cresce a pressão sobre as autoridades esportivas para que prestem contas sobre a tecnologia que prometia mais justiça no futebol, mas, ao menos no Espírito Santo, gerou ainda mais dúvidas nessas fases finais do campeonato estadual.
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