"Dados têm que ser públicos", diz leitor sobre desmatamento

Divulgação de que desflorestamento na Amazônia aumentou 88% causou uma série de ataques do presidente Jair Bolsonaro ao órgão do governo que monitora a taxa de perda da floresta. Assunto ganhou repercussão entre os leitores do Gazeta Online

Publicado em 23/07/2019 às 14h53
Operação do Ibama em 2018 flagra desmatamento em área equivalente a 225 Maracanãs em Reserva Legal em Tapurah (MT), na região da Bacia Amazônica  . Crédito: Mayke Toscno/Gcom-MT
Operação do Ibama em 2018 flagra desmatamento em área equivalente a 225 Maracanãs em Reserva Legal em Tapurah (MT), na região da Bacia Amazônica . Crédito: Mayke Toscno/Gcom-MT

Desde sexta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem feito uma série de críticas ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre a divulgação de dados sobre o desmatamento da Amazônia. O chefe do Executivo afirmou que quer acesso às informações antes de elas serem publicadas para não ser "pego de calças curtas".

Neste mês, o Inpe informou que detectou aumento de 88% no desmatamento da Amazônia em junho deste ano, em comparação a junho de 2018. Em entrevista à imprensa estrangeira, Bolsonaro disse que os dados  são "mentirosos", que podem causar um "enorme estrago para o Brasil" e que o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, está "a serviço de alguma ONG".

A declaração do presidente causou repercussão imediata entre cientistas e especialistas. Galvão defendeu os números apurados pelo instituto e disse que as acusações do governo são “conversa de botequim”. O órgão é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, comandado por Marcos Pontes, que afirmou que compartilha a "estranheza" de Bolsonaro quanto ao aumento do desmatamento. 

O Inpe é responsável, entre outras coisas, por monitorar o desmatamento na Amazônia e oferecer a taxa oficial de perda anual da floresta. Os dados são divulgados em tempo real para o governo, para orientar ações de fiscalização, e ficam disponíveis na internet.

No Facebook, a confusão entre o presidente e o órgão do governo chamou a atenção dos leitores. Confira alguns comentários:

Esses dados têm que ser públicos. Nós, cidadãos, temos que ter o direito de entrar no site e consultar os relatórios. Não exijo muito desse governo, apenas transparência nesse tipos de informação. (Aglainir Braga Junior) 

O próprio presidente do Inpe disse que não houve surpresa nenhuma, porque o Ministério de Ciência e Tecnologia é informado de três em três dias sobre os resultados, o Ibama é informado diariamente e as informações ficam disponíveis no site... Resumindo, se o Bolsonaro não sabia antes dos dados foi por pura e simples incompetência dele e dos seus funcionários. (Guilherme Sunderhus) 

Vamos colocar os pingos nos is. Todos nós sabemos da importância do assunto perante o mundo e tem algo de estranho sim. Pode apostar que Macos Pontes vai descobrir e desmascarar toda a manipulação. (Renata Maria) 

É óbvio que os ruralistas e madeireiros estão plantando árvores e que o desmatamento na Amazônia é fake... (Pedro Ronchi) 

Em uma empresa, o primeiro a saber dos problemas é o dono, para ter um plano de ação imediato. Concordo totalmente com a fala do presidente. (Johnatan Barcellos) 

Quando quem deveria liderar não entende do negócio, não tem plano de ação e fica discutindo sobre coisas que não têm impacto no negócio, ele quebra. Simples assim a alegoria. (Wilson Igreja Campos) 

Então é isso que o Brasil tem para ensinar para a Alemanha: ocultar dados. Parabéns, presidente! (Marcus Paixão) 

Em vez de prevenir o desmatamento, ele quer tentar esconder os números. Muito bom, presidente! (Felipe Lordes) 

O presidente mostra que não sabe de nada e, para garantir que continue assim, ele quer proibir a divulgação de informações. É isso mesmo? (Moises Júnior Meireles) 

Eu vi que ele quer saber antes de divulgar para não ser surpreendido com informações desconhecidas! Eita povo da discórdia. (Rogerio Pandolfi) 

Bolsonaro quer acesso a dados de desmatamento antes de divulgação pelo Inpe. Crédito: Antonio Cruz/ Agência Brasil | Arquivo
Bolsonaro quer acesso a dados de desmatamento antes de divulgação pelo Inpe. Crédito: Antonio Cruz/ Agência Brasil | Arquivo

Surpreendido? A política do governo atual é que o meio ambiente é atraso para o crescimento da economia. Olhem na agricultura, liberando cada vez mais agrotóxico, muitos proibidos em outros países por causarem danos. (Ernestho Serafini) 

Se suspender as investigações como fez o Toffoli a pedido de Flávio Bolsonaro acaba a corrupção, se não divulgar os dados do desmatamento acaba o desmatamento. (Clovis Meirelles) 

O Brasil vai virar o país das maravilhas desse jeito! Sem pobres, sem famintos, sem desmatamento! Basta encobrir ou modificar dados ao bel-prazer do presidente. Que fase! (Fernanda Spadano) 

É preciso analisar com menos distorção. Se o desmatamento estivesse na proporção que se divulga, a floresta já tinha acabado. A agricultura move o mundo e ter um concorrente como o Brasil assusta todo mundo. (Eder Miranda) 

Tem desmatamento legal e ilegal. Os ambientalistas xiitas englobam tudo e inventam mais, só para dizer que as ONGs deles estão trabalhando. (Lena S. Rodrigues) 

Nesses sete meses o desmatamento foi 88% a mais que no mesmo período do ano passado. E esse sujeito tem coragem de dizer que está tudo na normalidade? (Armanda Seixas)

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