Publicado em 24 de abril de 2021 às 10:46
Já faz mais de um ano que o Brasil não tem torcida regular em partidas de futebol. Desde o começo da pandemia de Covid-19, alguns estádios do país viraram hospitais de campanha e depois passaram a receber jogos de portões fechados. Mas, no restante do mundo, não é necessariamente assim: já tem arquibancada por aí com mais de 50 mil pessoas - e sem nem precisar se preocupar com o coronavírus.>
No mês passado, 51.723 pessoas estiveram em um jogo de futebol australiano entre Carlton Blues e Collingwood Magpies, uma das maiores rivalidades do país. No estádio, a aglomeração estava liberada e ninguém precisava nem sequer usar máscara. Não era uma quebra de protocolo, mas um evento comum e autorizado.>
A partida ocorreu em uma região que já vive no pós-pandemia: o estado de Victoria não tinha nenhum caso ativo de Covid-19 no dia do jogo. A Austrália, aliás, registrou apenas uma morte pela doença nestes quatro meses de 2021.>
Já há eventos esportivos acontecendo com torcida em um punhado de países. Na Nova Zelândia, por exemplo, já em junho de 2020 havia partidas de rúgbi com 42 mil pessoas, afinal, o país sempre esteve praticamente livre da Covid-19 - hoje, tem apenas 32 casos ativos da doença.>
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Outro exemplo é Israel, no qual mais da metade da população (56%) já está vacinada e completamente imunizada. Por lá, os públicos do futebol ainda estão limitados a 5 mil pessoas, que precisam comprovar terem sido vacinadas ou agendar um teste rápido horas antes da partida.>
Também já há futebol com público em vários países europeus. A final da Copa da Liga Inglesa, por exemplo, receberá até 8 mil pessoas neste domingo (25). Será um teste para a liberação de até 10 mil torcedores nos grandes estádios, prevista para ocorrer na metade de maio.>
Flexibilizações desse tipo são possíveis porque o Reino Unido registrou apenas 180 pessoas mortas com Covid-19 na última semana - no Brasil, para comparação, foram mais de 20 mil no mesmo período.>
O recorde de público em eventos esportivos durante a pandemia talvez seja da Índia, que, também no mês passado, teve dois jogos de críquete com público de 66 mil e 67 mil pessoas em um estádio com capacidade para 130 mil. No entanto, ao contrário de Austrália, Israel e Nova Zelândia, o país vive nova alta de casos: foram 7.875 óbitos na semana passada.>
O maior público em tempos de Covid-19, no entanto, em breve será dos Estados Unidos. Nesta semana, os organizadores anunciaram ocupação de até 40% do Circuito de Indianápolis para as 500 Milhas deste ano - o evento pode receber até 135 mil pessoas em 30 de maio. O estado de Indiana registra dez mortes por Covid-19 na média móvel de mortes - a do Brasil passa de 2,5 mil.>
A maioria dos países citados vive situações muito diferentes da que é visto no Brasil neste momento da pandemia. Austrália e Nova Zelândia praticamente não têm mais mortes por Covid-19; Israel é o país que lidera a vacinação no mundo; e, no Reino Unido, os casos da doença são 4% do que foram no auge da segunda onda.>
Os EUA já vacinaram totalmente 27% da população; enquanto o Brasil ainda não passou de 4,4%. A Índia, pelo contrário, vive seu pior momento em toda a pandemia, mas nem assim o número de mortes registradas chega perto das estatísticas do Brasil.>
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