O time São Paulo, da comunidade de Caieiras Velhas, que faz parte das etnias Tupiniquim e Guarani, que tem sua sede localizada em uma aldeia em Aracruz, na região Norte do Estado, já está a postos para participar da edição de 2018 da Copa Espírito Santo nas categorias sub-15 e sub-17. Esta será a primeira vez que uma equipe indígena participa da tradicional competição de base do futebol capixaba. As estreias dos times infantis serão diante do Sauassu, também de Aracruz, neste sábado (15).
De acordo com o secretário geral da associação indígena de Aracruz, Jozenilton Sezenando, de 30 anos, a intenção da equipe no campeonato é de promover a cultura de paz entre os povos indígenas e os não índios. Contudo, apesar do discurso festivo, o líder garante que os atletas-mirins do time estão preparados para enfrentar os seis adversários que vão ter pela frente na primeira fase do torneio.
"Nós sabemos das dificuldades que teremos. a primeira competição a nível estadual de base de muitos jogadores, mas confiamos nos nossos jogadores e sabemos do potêncial que nossos jogadores têm. Faremos de tudo pra representar bem, as comunidades indígenas de Aracruz", disse Jozenilton, que emenda:
"Queremos levar a oportunidade do esporte profissional para essas crianças para que elas se destaquem no cenário estadual e no nacional."
Integrante da Chave A Centro-Norte, que, além de São Paulo e Sauassu, também tem Real Noroeste, Porto Vitória, Desportiva Ferroviária e Tupy, os tupiniquins e guaranis afirmam que possuem uma estratégia para conseguir a classificação para a segunda etapa da Copa ES.
"Sabemos que os rivais são times grandes, mas vamos mostrar o nosso potencial dentro de campo. Somos guerreiros por natureza, aliado a nossa técnica, vamos dar trabalho na Copa ES e com humildade vamos desbancar esses times de mais tradição", vibra o responsável.
O São Paulo de Caieiras Velhas tem cerca de 90 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos. A escolinha indígena existe há pouco mais de seis anos e vai jogar pela primeira vez uma competição de porte estadual.
"Vamos começar a colher os frutos do trabalho agora. Lembro ainda que a maioria dos jogadores são indígenas, mas também aceitamos atletas não indígenas, pois não fechamos as portas do time. Essa diversidade é importante", conclui Jozenilton.
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