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Richarlison: 'Gosto de comida simples e sinto falta de Nova Venécia'

Richarlison: "Gosto de comida simples e sinto falta de Nova Venécia"

Craque capixaba comenta sobre seu bom momento na carreira e alegria de ser lembrado novamente por Tite para vestir a amarelinha

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 18:27

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A carreira de Richarlison vai muito bem, obrigado! Convocado novamente por Tite na semana passada para integrar a lista para os amistosos da Seleção Brasileira dos dias 12 e 16 de outubro, contra a Arábia Saudita e Argentina, respectivamente, o atacante capixaba, que antes havia sido chamado após o corte por lesão do atacante Pedro, do Fluminense, agora comemora ser lembrado depois de sua atuação empolgante quando marcou dois gols no amistoso contra El Salvador.

Morando em Liverpool, na Inglaterra, onde defende as cores do Everton, o ex-atacante da base do Real Noroeste hoje está com moral para vestir a nove canarinha. Com apenas 21 anos, Richarlison tem um longo caminho pela frente, que dá ares de ser muito promissor. Em entrevista exclusiva ao Gazeta Online, o atacante relembrou seu começo em terras capixabas, não escondeu a felicidade de estar vivendo esse momento mágico na sua vida e poder dividir o campo com estrelas como Neymar, mas se mostrou humilde até na hora de comer "Eu sempre fui de comer o básico: arroz, feijão, bife e batata frita. Não é tão difícil de me agradar (risos)". 

Sobre a Seleção, já caiu a ficha que você estreou como titular marcando dois gols? Na hora, sua comemoração nem foi tão eufórica. O que passou na sua cabeça nesses dois momentos após os gols?

Foi um momento mágico pra mim. Não esperava que o gol saísse tão rápido, nem sabia direito como comemorar. Mas passa um filme na cabeça. A gente lembra de tudo que passou e o que aconteceu até chegar na Seleção. É uma alegria incrível.

Você parece bem entrosado com os jogadores da seleção, Neymar até te ajudou na coreografia do pombo! Como foi estar no meio de tantos craques (e ser um deles também)?

É muito surreal estar ao lado desses caras. Estava acostumado a jogar com eles no videogame. Estar com eles na seleção foi uma experiência muito bacana e que terei a honra de repetir agora no próximo mês.

Você acha que sua atuação te credenciou a ser lembrado por tite para mais uma convocação? O que Tite te falou após aquele jogo?

Graças a Deus ganhei mais uma oportunidade de ir pra Seleção. O Tite elogiou bastante a minha característica de ir pra cima, de buscar o gol. Fiquei muito feliz por esse começo. Mas sei que é só a primeira vez. Cada vez que for, e também aqui no clube, preciso mostrar que mereço ser chamado e render sempre. A responsabilidade a pressão são muito grandes.

E seus familiares, qual foi a reação deles depois dessa partida marcante que fez pela Seleção? Eles foram ao estádio?

Eles ficaram muito felizes, comemoraram muito a minha convocação e também mandaram muita força. Eles sempre me apoiaram, desde o começo, e tudo que conquisto é uma vitória pra eles também. Infelizmente não deu pra eles irem. O jogo foi nos Estados Unidos, era meio complicado levar todo mundo (risos). Mas espero que tenha uma chance de jogar no Brasil pra que eles possam ir me assistir no estádio.

Com que idade decidiu que seria jogador de futebol e como você foi descoberto? Já tinha feito outro esporte antes?

Eu ainda era moleque quando decidi que queria jogar bola. Comecei na escolinha de Nova Venécia com 10 anos, fiquei até os 16. Ali foi a minha base. Por isso, sou muito grato ao Fidel e ao Régis, que foram meus treinadores, e sempre me incentivaram a seguir em frente, fazendo o que é certo.

Nas categorias de base, boa parte dela foi no Real Noroeste. Quem te levou até lá, quanto tempo ficou no time de Águia Branca e foi um período importante para você?

Cheguei no Real Noroeste com 16 anos, joguei a Copa ES Sub-17 e o Estadual Sub-20, tive proposta pra ficar no time, mas consegui um teste no América-MG e acabei sendo aprovado. Foi um clube muito importante pra mim, ajudou muito na minha formação. Tenho amigos lá até hoje e tento acompanhar sempre os jogos e, quando não dá, os resultados, pelo menos.

Richarlison, na época, junto com atletas do Sub-15, do Real Noroeste; o craque é o de cabelo descolorido. (Real Noroeste/Divulgação)

Em pouco mais de um ano, você saiu da base para ser destaque no time de cima do América-MG e foi negociado para o Fluminense por cerca de R$ 10 Milhões. Como foi esse período para você? Chegou a ter dimensão do que estava acontecendo na época?

Foi tudo muito rápido pra mim. Se você perguntasse pro menino que foi fazer teste lá no América-MG só com o dinheiro da passagem de ida, eu não esperava que as coisas fossem acontecer nessa velocidade. Mas foi importante para que eu amadurecesse e não tirasse os pés do chão. Acho que ter tido essa experiência me fez crescer e aprender bastante coisa. Eu não tinha dimensão das coisas como tenho hoje, mas as coisas boas que aconteceram nunca fizeram com que eu perdesse foco ou coisa do tipo. Sempre tive a mesma vontade e a mesma determinação.

Como foi sua adaptação em um novo país, sem saber a língua, em um futebol mais disputado e morando longe da família? Já se comunica bem em inglês?

É complicado no começo, né. Ficar longe da família, dos amigos, vir pra um país que fala outra língua e é tão frio. Mas eu procurei não ficar pensando muito nas dificuldades que teria, mas sim em jogar bola e conquistar o carinho da torcida aqui, isso ajudou muito. O Gomes também se tornou um irmão pra mim, fez tudo que podia pra que eu me sentisse em casa. O inglês eu já entendo bem e estou aprendendo a falar também. Já me viro. Não passo fome (risos).

E a comida da Inglaterra, está adaptado? Qual comida brasileira você mais sente falta?

Acabamos achando os lugares aqui que vendem comida brasileira. Então, isso facilitou bastante e não sinto tanta diferença. Eu sempre fui de comer o básico: arroz, feijão, bife e batata frita. Não é tão difícil de me agradar (risos).

Você deve ter viajado bastante pela Europa. Qual foi o lugar que mais gostou e por quê?

Acabei não viajando muito ainda. Conheci mais lugares aqui na Inglaterra mesmo. Londres e as cidades do interior do país. Mas no fim das contas não dá pra conhecer muita coisa, porque as viagens são quase sempre pra jogos. Um lugar que eu conheci e achei muito bacana foi Paris. Lá eu consegui passear um pouco.

Na Liga Inglesa há muitos brasileiros como destaque. Você tem contato com eles?

Tenho contato com alguns, sim. O Gomes se tornou um grande amigo, David Luiz e o Willian também, a gente sempre fazia churrasco, jogava videogame juntos, quando eu estava lá em Londres. Aqui no Everton chegou também o Bernard, o Mina que é quase um brasileiro (risos) e os caras que eu conheci jogando contra e na seleção, Firmino e o Gabriel Jesus.

Como é sua rotina fora dos jogos e treinos? O que você gosta de fazer no período livre? Tem algum familiar morando com você?

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Eu sou um cara muito caseiro. Saio mais pra comer ou comprar alguma coisa que precise. Gosto do meu videogame, de ficar vendo os programas de esporte e mexendo nas redes sociais, falando com o pessoal aí no Brasil. Moro aqui com meu empresário e com a esposa dele, meu pai já veio me visitar e já recebi alguns amigos também. Hoje já me sinto em casa por aqui. Mas sinto saudades do Brasil, especialmente de Nova Venécia. Aliás, um abração pra todo mundo de lá.

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