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Luiz Gomes: "Abel tem o respeito e a tolerância que faltam para Ceni"

Luiz Gomes: "Abel tem o respeito e a tolerância que faltam para Ceni"

Colunista do LANCE! analisa o tratamento dado a Abel no Palmeiras e Ceni no Flamengo...

Publicado em 18 de abril de 2021 às 07:00- Atualizado há 3 anos

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(Marcelo Cortes/Flamengo)

Não foi uma boa semana para os dois melhores times do país. O Flamengo perdeu para o Vasco. Tudo bem que o jogo não tinha a menor importância, nem para o Carioquinha. Foi quase um treino de luxo. Mas, parafraseando aquela história de Brasil e Argentina, perder é sempre ruim, perder para o Vasco é muito pior.

Já o Palmeiras deixou escapar, outra vez nos pênaltis, o título da Recopa Sul-Americana. Desde a conquista da Libertadores do ano passado, diante do Peixe, foi a terceira decisão perdida da mesma forma - considerando decisivo também o jogo contra o Tigres no Mundial do Catar. De quebra ainda tropeçou diante do rival Tricolor em pleno Allianz Parque, ainda que com um time que não se pode chamar exatamente de titular.Mas o que tem de novidade nisso que mereça uma coluna, você deve estar se perguntando? Nisso, não tem nada. De fato.

O que chama a atenção nessa história é a diferença na reação das torcidas do Flamengo e do Palmeiras - e principalmente de boa parte da mídia - às derrotas do meio da semana. A tranquilidade que ainda existe em torno da Academia de Futebol é o oposto da ebulição que se vê nos arredores do Ninho do Urubu.O 3 a 1 para o Vasco fez ressurgirem, menos de uma semana depois que o time ganhou a Supercopa, enfrentando seu principal adversário atualmente, críticas pesadas a Rogério Ceni. A cada dia, a cada jogo, por vezes até quando o Flamengo vence, o técnico tem de se defender, tem de justificar a escalação desse e não daquele jogador, uma substituição, como se tivesse que provar, indefinidamente, que tem tamanho para dirigir o clube mais popular e o elenco mais caro do Brasil.

Rogério não tem de provar nada!!!

O treinador rubro-negro erra e acerta. Como qualquer outro. Ganhou o Brasileirão, a Supercopa - e ainda há quem diga que o mérito é só dos jogadores - tem o respeito do elenco e, principalmente, tem demonstrado coragem de arriscar como fez ao transformar Arão em zagueiro e Diego em volante.Rogério tem de ser tratado pelo que é. Pelo trabalho que faz. Já passou da hora de deixar para trás, de uma vez por todas, a ideia de que uma campanha mágica como a de 2019, com Jorge Jesus no comando, vai voltar a acontecer. Esse não pode ser definitivamente o parâmetro para condenar ou absolver treinadores do Flamengo.

Do outro lado da Via Dutra, Abel Ferreira vive uma outra realidade. Se as derrotas e a perda dos títulos para Flamengo e Defensa y Justicia doeram na torcida, se o tropeço no rival são-paulino sempre incomoda, a conquista da Libertadores depois de um jejum prolongado ainda lhe garante crédito. E alivia as pressões e as cobranças desmedidas que pesam sobre os ombros de Ceni. Abel desfruta, enfim, de um respeito e tolerância que Ceni não tem.

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Uma coisa, no entanto, une os dois treinadores. É preciso ter resultados. Nos estaduais - mesmo que isso não valha nada - mas principalmente na Libertadores. O começo dos dois times no torneio sul-americano tem de ser impecável. À altura do investimento e da expectativa do torcedor. Deslizes podem custar caro, fazer explodir de vez o caldeirão rubro-negro e abrir a tampa da panela de pressão palestrina.

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