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Dia do Palmeiras: Arrancada Heroica completa 78 anos neste domingo

Dia do Palmeiras: Arrancada Heroica completa 78 anos neste domingo

Com a bandeira brasileira nas mãos, o Palestra morreria líder e o Palmeiras nascia campeão em conquista do título paulista contra o São Paulo, no estádio do Pacaembu...

Publicado em 20 de setembro de 2020 às 10:00- Atualizado há 4 anos

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(Reprodução)

A data 20 de setembro tem uma conotação especial para todos os torcedores alviverdes. Neste dia, em 1942, o clube passava pela grande transformação de sua história. Era o primeiro jogo com o nome de Palmeiras, que substituía o antigo Palestra Itália. Mais do que o simbolismo do inaugural confronto com a nova alcunha, a partida mostrou que o Palmeiras sabia de fato ser brasileiro e após morrer líder, nascia campeão com uma maiúscula vitória por 3 a 1 diante do São Paulo.

Para entender a importância da partida precisamos entender o contexto histórico da época. O ano de 1942 marcava o auge da Segunda Guerra Mundial. O Brasil vivia a ditadura do Estado Novo, liderada por Getúlio Vargas, que desde 1930 rompia com a República Velha e assumia a cadeira que ocupou 24 anos com uma breve interrupção no fim da década de 1940.

Após tomar um lado da guerra, o governo de Vargas junto a uma parte da população brasileira começou uma perseguição aos imigrantes e descendentes de alemães, italianos e japoneses que residiam no Brasil, muito embora esses não tivessem culpa dos regimes totalitários impostos e buscavam na América justamente uma fuga aos governos.Em 11 de março de 1942, foi homologado sob decreto de número 4.166, a determinação de que todos os bens pertencentes a italianos, alemães e japoneses, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, poderiam ser confiscados e empregados pelo governo brasileiro. A partir de então, instituições e até mesmo cidadãos tiveram que mudar de nome para apagar qualquer semelhança com aqueles países.

Clubes tradicionais como o Esporte Clube Germânia e o Palestra Itália de Minas Gerais passaram a se chamar Esporte Clube Pinheiros e Esporte Clube Cruzeiro respectivamente. Em São Paulo, cidade na qual havia o maior número de imigrantes italianos no Brasil, não foi diferente e o Palestra Itália teve que mudar o seu nome para não ter o Parque Antárctica — na época o estádio mais moderno do Brasil — confiscado.

​A final diante do São Paulo

20 de setembro, um clima hostil estava preparado para receber o Palmeiras. Quase 46 mil pessoas lotaram o Pacaembu e, como já era de se esperar, a torcida anti-palmeirense estava concentrada em maior número e já preparada para executar uma impiedosa vaia para recepcionar a entrada dos atletas em campo.

​No segundo tempo da partida, Virgílio fez pênalti em Og e foi expulso. Inconformado com a marcação, o capitão tricolor, Luizinho, instruído pelos dirigentes do clube orientou que a equipe não jogasse mais a partida. O arbitro Jaime Janeiro esperou 30 minutos para ver se o São Paulo retornava ao gramado. Como não voltou, decretou o termino do jogo com vitória do Palmeiras por 3 a 1. Na sumula, deixou escrito com todas as letras: ‘’O São Paulo fugiu’’.

​Assim sendo, o Palestra morria líder e o Palmeiras nascia campeão. Era a 9º conquista estadual do clube, que havia levantado a primeira taça em 1920. Também estava consolidada a rivalidade com o São Paulo, clube ainda jovem, mas que já começava a aparecer no cenário do futebol paulista.

Data especial

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Em 2005, o dia 20 de setembro ficou ainda mais especial para o torcedor palmeirense. A Lei Nº 14.060 oficializou a data no Calendário Oficial do Município como o Dia do Palmeiras na cidade de São Paulo. Além da data guardada, em 2006 o prefeito Gilberto Kassab assinou o decreto de número 47.368 dando nome a uma passarela situada nas proximidades da sede do Palmeiras. O nome escolhido foi “Passarela Palmeiras — Arrancada Heroica 1942”. Sem sombra de dúvidas, uma data muito especial para a história do Palmeiras, do futebol paulista e do esporte nacional.

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