Em busca do tetracampeonato da Copa Espírito Santo, que começa neste final de semana, o Real Noroeste buscou um técnico que traz na bagagem um título de Libertadores, quando era jogador. Trata-se do ex-atacante Gilmar Estevam, de 51 anos, que estava no comando do Democrata GV no Campeonato Mineiro.
Em 1992, Gilmar fez parte do elenco do São Paulo que foi campeão continental naquele ano. Titular no início, chegou a formar dupla de ataque com Palhinha, mas por conta de uma lesão, acabou não tendo sequência. Foram duas partidas como titular (na derrota para o Criciúma, por 3 a 0, e na vitória sobre o San José, na Bolívia, por 3 a 0), além de mais outro jogo entrando em seu decorrer (no empate por 1 a 1 com o Bolívar, também na Bolívia). Gilmar Estevam não fez gols em sua passagem pelo São Paulo, mas lembra de como o time era competitivo.
- Fiz parte do grupo, comecei como titular, mas eu tive uma contusão num osso do pé e aí fiquei uns dois meses parado. Entrei jogando as duas primeiras partidas e a terceira eu entrei durante o jogo. Fomos pra Bolívia e eu tive essa contusão. Aí o Palhinha, que foi contratado junto comigo (vindo do América-MG), encaixou no time, que tinha muitos bons jogadores, o nível era muito alto. A gente via que o São Paulo tinha condições de chegar ao título, porque saía um e entrava outro e o nível era mantido.
Gilmar Estevam chegou ao São Paulo vindo do Democrata de Governador Valadares, onde obteve destaque na disputa do Campeonato Mineiro ao ano anterior. Como na época o calendário do futebol brasileiro era invertido em relação ao atual, os estaduais começavam em agosto e terminavam em dezembro. Além de Gilmar Estevam, o Tricolor Paulista trouxe de Minas Gerais, o zagueiro Ronaldo Luís e o atacante Palhinha, ambos vindos do América-MG.
- Eu trabalhava num time que era do interior, o Democrata de Governador Valadares e depois fui vendido para um clube como o São Paulo, de dimensão totalmente diferente. Chegando lá, foi engraçado porque jogadores que eu tinha como ídolos, que via pela televisão, agora estava jogando junto com eles, dividindo vestiário, como Raí, Cafu, Zetti, Müller. Mas eu fui muito bem aceito pelos jogadores e pelo treinador Telê Santana. Não é a toa que aos poucos eu fui até ganhando a posição de titular - afirma.
Após a saída de Vevé, que logo após o Capixabão disputou a Série B pelo Aracruz e depois foi para a Desportiva Ferroviária, o Real Noroeste contratou Gilmar Estevam até o fim da Copa Espírito Santo 2018. Além do São Paulo, o ex-atacante também atuou no futebol português, onde vestiu as camisas de Vitória de Guimarães e Boavista, além de duas passagens pelo Grupo Desportivo de Chaves.
Já como técnico, Gilmar Estevam começou como auxiliar técnico do Democrata GV em 2004, mas sua 1ª experiência como técnico foi no América-TO, em 2008. A história do treinador seguiu ligada ao futebol mineiro, onde comandou outras equipes como Valeriodoce, Nacional de Muriaé e o próprio Democrata GV.
Agora trabalhando pela 1ª vez no Espírito Santo, Gilmar Estevam revela como a proximidade com o Real Noroeste surgiu. O treinador já tinha uma ligação anterior com o Espírito Santo. O técnico é pai do meia Geovanny, que atuou nas categorias de base do Rio Branco e inclusive disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior 2017.
- Eu trabalhei durante muito tempo no América de Teófilo Otoni, no Uberaba e no Democrata de Governador Valadares. E em toda pré-temporada eu fazia amistosos com o Real Noroeste. A gente também já indicou jogadores pra eles. Então a diretoria me procurou e como eu sempre acompanhei o futebol capixaba, acabei aceitando. Além disso, eu tenho um filho que foi campeão sub-20 pelo Rio Branco-ES, o Geovanny, e que jogou no profissional também, com o Erich Bomfim - finaliza.
Copa Espírito Santo 2018
O Real Noroeste está na Chave A, ao lado de Sport, São Mateus, Serra e Linhares. Os Merengues Capixabas estreiam na competição diante do Tigre, neste domingo (22), às 15h, no José Olímpio da Rocha, em Águia Branca.
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