As empresas de beneficiamento de rochas do Sul do Estado aguardam o retorno da operação de um dos navios que levam as cargas de exportação para os portos do Rio de Janeiro e Santos, em São Paulo. Quem precisa do serviço, não encontra espaço para escoar a produção parada e conta que a situação se agravou há três meses.
Como o Espírito Santo não possui navios que fazem o transporte de cargas de rochas diretamente aos países compradores, os contêineres são embarcados em dois navios do Porto de Vila Velha para os portos de Santos e Rio de Janeiro e, de lá, seguem para seus destinos. Os empresários do Sul do ES contam que um destes navios quebrou e nenhum foi substituído até o momento.
Hoje, tenho um déficit mensal de 50 contêineres por mês para ser exportado. Quando se consegue um pequeno espaço - para 8 contêineres o porto de Vila Velha não tem lugar para receber. Ficamos sem carregar e isso gera custos. Estamos a ponto de parar a indústria, pois está tomado de pedra e não se consegue carregar, revela o diretor comercial da Cajugram, Schelbe Veghini.
Já a cachoeirense Magban também contabiliza os efeitos negativos do problema. A empresa já equaciona a produção com o volume de vendas para não gerar grande produção excedente. No geral estamos com 30% a menos no faturamento. Somente no mês passado, não deu nem a metade do previsto do volume de exportação que iríamos fazer, revela o diretor da empresa, Gonçalo Machado.
GARGALO
De acordo com o executivo do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindimármore), Celmo de Freitas, somente das empresas nos cinco principais municípios sulinos do setor, 304 mil toneladas foram exportadas de janeiro a agosto neste ano. Para ele, o defeito no navio, deixou mais evidente a fragilidade da logística portuária do Estado.
A questão da infraestrutura portuária já não beneficia tanto. A avaliação é que esta questão deflagrou de forma mais acentuada uma questão que é latente. Você tem compromissos de entrega, gera uma questão de imagem com prazos de entrega, que o cliente às vezes não consegue compreender. Ao mesmo tempo, gera reflexos de ordem financeira no custo da produção. O Estado tem todo potencial para se destacar na questão portuária, por posição geográfica e proximidade com produtores. O que se percebe é que há dificuldade de se transformar esse potencial em algo real, analisa Freitas.
O presidente do Centro Brasileiro de Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) e empresário do setor, Frederico Robson, diz que a expectativa é que a situação comece a se normalizar na segunda quinzena deste mês. Ele comenta que a exportação está sendo comprometida também por outros fatores.
Temos uma situação de escoamento de demanda por contêineres que aumentou, mas o número de embarcações não e, isso é tanto no Espírito Santo quanto no país. Tivemos as greves, dos portuários e dos caminhoneiros, e a situação agora, com o navio feeder, comenta.
SOLUÇÃO
Sobre o problema, o Terminal de Vila Velha (Log-In TVV), responsável pela prestação do serviço, informou que tomou as providências necessárias para normalizar até o fim do mês o atendimento do serviço feeder na rota Santos x Vitória, retomando o fluxo habitual para as cargas de importação e exportação. Com estas medidas, a Log-In reitera seu compromisso com o mercado capixaba e com os usuários do TVV - Terminal de Vila Velha, disse a empresa por meio de nota.
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