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Senadores do ES vão votar a favor de proposta que torna Fundeb permanente

Senadores do ES vão votar a favor de proposta que torna Fundeb permanente

Senadores são unânimes na posição favorável ao texto que foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas não comentaram possíveis alterações

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 15:07

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Senadores capixabas: Fabiano Contarato, Rose de Freitas e Marcos do Val
Senadores do Espírito Santo: Fabiano Contarato, Rose de Freitas e Marcos do Val. (Agência Senado)

Os três senadores do Espírito Santo devem votar favoravelmente à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) permanente e com maior participação de recursos da União. O texto que vai à votação nesta terça-feira (25) foi elaborado pela deputada federal Professora Dorinha (DEM-TO). A proposta obteve a chancela da Câmara no dia 21 de julho, com o apoio da bancada capixaba.

Senadores do ES vão votar a favor de proposta que torna Fundeb permanente

Para a reportagem de A Gazeta, dois senadores não comentaram, no entanto, alguns pontos controversos da PEC, que podem ser alterados pelo Senado, como a vedação do uso dos recursos para o pagamento de aposentados ou o aumento escalonado da participação, que deve passar de 10% para 23% em seis anos se a proposta for aprovada como está. Em suas redes sociais, no entanto, fizeram publicações em que defendem a proposta como foi aprovada pela Câmara.

Rose de Freitas (Podemos) afirma que o texto deve passar sem alterações, mas que será preciso um diálogo com a União sobre como resolver a situação de Estados que utilizavam o fundo para pagar os aposentados.

Com o aumento previsto de recursos, o Espírito Santo pode receber R$ 130 milhões a mais para a educação em 2021. Criado em caráter provisório em 2007, o Fundeb tem vigência até o dia 31 de dezembro deste ano. Ao todo, o fundo é responsável por 63% de todo investimento em educação básica no Brasil, por isso especialistas consideram que seu fim poderia significar um colapso na educação pública brasileira.

O senador Marcos Do Val (Podemos) informou à reportagem que vai votar sim à proposta aprovada pelos deputados e, em suas redes sociais, deu destaque para o aumento de participação da União. "Hoje teremos um dia histórico para a educação brasileira! Vamos garantir a permanência do FUNDEB e aumentar participação da União no repasse de recursos para a seara da educação", diz a legenda da publicação, na última quinta-feira (20). 

A expectativa era que a proposta fosse apreciada ainda na quinta, mas a apreciação do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que barrava reajuste salariais a servidores dominou a pauta. A votação foi remarcada para terça-feira (25).

Do Val voltou a se manifestar no Twitter nesta terça-feira. "Reafirmo minha posição de defesa da educação. Aprovar o Fundeb é uma demanda urgente e prioritária. A aprovação desse Fundo é sinônimo de escola pública fortalecida e com infraestrutura, professor valorizado e direitos garantidos. Quando a educação ganha, o Brasil todo ganha!", diz a publicação.

Também favorável ao texto de Dorinha está o senador Fabiano Contarato (Rede). Embora não tenha respondido a reportagem a respeito do apoio a possíveis alterações, o parlamentar também usou as redes sociais na última quinta-feira (20) para se posicionar a favor da proposta, destacando a inclusão do Custo Aluno Qualidade – CAQ – um parâmetro de financiamento educacional, que considera um padrão mínimo de qualidade da educação para definir qual deve ser o investimento por aluno a ser destinado. 

Nesta terça-feira, o parlamentar voltou a se posicionar no Twitter. "Hoje, o @senadofederal votará uma importante matéria: o Fundeb. Como professor por mais de 20 anos, defendo uma educação brasileira de qualidade. A aprovação do texto vai beneficiar mais de 40 milhões de alunos! Estamos juntos nessa luta!", escreveu.

Rose de Freitas (Podemos) tem usado suas redes sociais, desde a aprovação da proposta na Câmara, para cobrar a apreciação do tema no Senado. Ela vai votar a favor do projeto e afirma que o texto já possui votos suficientes para ser aprovado. "Temos mais de 60 senadores, o texto vai passar como está", disse. O único ponto que deve ser debatido, mas não alterado, é a vedação para uso dos recursos do fundo para o pagamento de aposentadorias. 

"Vamos precisar debater como resolver a questão dos aposentados e pensionistas. Vamos ter que cobrar o governo para arranjar uma saída para os Estados, como o Espírito Santo, que usam esses recursos para esse propósito. Não é possível ficar usando recurso do Fundeb para financiar a complementação que a União deveria fazer", declarou.

PRINCIPAL FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

Até o final de 2019, o fundo injetou mais de R$ 150 bilhões na educação. O Fundeb é formado pela junção de 27 fundos estaduais para redistribuir recursos destinados à educação básica. O dinheiro é captado por meio de uma série de impostos e aplicados no financiamento da educação: desde creches até o ensino médio, excluindo, apenas, o ensino superior. Os valores são usados para pagar o salário de professores e manter a estrutura física das escolas.

De acordo com um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCES), em 2018 pelo menos 15 municípios capixabas usaram até 90% dos recursos do fundeb para o pagamento de professores. A nova proposta estabelece um máximo de 70% de recursos para esse propósito, o que pode afetar as finanças de pelo menos 51 cidades no Espírito Santo.

O governador Renato Casagrande (PSB) também manifestou apoio ao relatório da deputada Professora Dorinha, por meio de uma nota assinada por 19 governadores.

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