Mesmo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso, em Curitiba, condenado pela Lava Jato, a cúpula do PT começou a montar a estrutura de campanha do petista ao Planalto nas eleições 2018 e só vai partir para o chamado Plano B no último minuto.
O ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli será o coordenador-geral da campanha do PT e o ex-ministro Ricardo Berzoini ficará responsável pelas finanças. O time será integrado, ainda, pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e pelos ex-ministros Luiz Dulci e Gilberto Carvalho.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad continua no comando do programa de governo e é, até agora, o nome mais cotado para assumir a vaga de candidato ao Planalto, caso Lula seja impedido de entrar na disputa por causa da Lei da Ficha Limpa. Oficialmente, no entanto, essa discussão é vetada no partido.
JUSTIÇA
A Executiva Nacional do PT se reuniu nesta terça-feira, 3, em Brasília, e aprovou os nomes indicados por Lula para a coordenação da campanha. Na ocasião, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente da sigla, leu uma carta escrita por ele com críticas ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, e ao juiz Sérgio Moro.
Já não há razões para acreditar que terei Justiça, escreveu Lula. Se não querem que eu seja presidente, a forma mais simples de o conseguir é ter a coragem de praticar a democracia e me derrotar nas urnas, completou. Para Lula, o seu processo foi permeado por manobras para tirá-lo do páreo.
Coordenador financeiro da campanha petista, Berzoini disse ao Estado que o PT não fará aliança com Ciro Gomes (PDT) porque ele adotou um programa com posições privatistas. Afirmou, ainda, haver hoje uma distância irreconciliável com o pré-candidato do PDT, que foi ministro da Integração Nacional no governo Lula. O problema não é com Ciro, mas com certas linhas programáticas adotadas por ele, como, por exemplo, em relação à Previdência Social, argumentou.
Embora o PSB esteja mais próximo de Ciro, Berzoini disse acreditar em um acordo com o partido. Diferentemente da última eleição, nosso programa tem nitidez à esquerda. E é importante que a esquerda dialogue sobre o que está acontecendo no País e o que significa construir consensos, tanto sobre o candidato como em relação à questão programática, afirmou Berzoini, também fazendo um aceno ao PCdoB. A pré-candidata do PCdoB à Presidência é Manuela dÁvila, mas uma ala do partido prefere fazer um acordo com Ciro.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta