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Petistas do ES dizem que 'liderança' de Lula vai crescer após prisão

Petistas do ES dizem que "liderança" de Lula vai crescer após prisão

Para representantes do partido no Estado, ex-presidente foi vítima de "julgamento político" numa "continuação do golpe de 2016"

Publicado em 5 de abril de 2018 às 13:30

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Perly Cipriano, Iriny Lopes, Helder Salomão e João Coser comentaram a decisão do STF. (Arquivo/A Gazeta)

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar habeas corpus a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), petistas do Espírito Santo reconhecem que o ex-presidente pode ser preso em breve, mas dizem que "o mundo não acabou" e que a "liderança" dele vai crescer com o encarceramento.

Os aliados dizem que Lula foi vítima de um "julgamento político" numa "continuação do golpe de 2016" e ainda comparam o petista a Jesus Cristo e outras lideranças políticas históricas, como Nelson Mandela.

Apesar da indignação com o Supremo, que derrotou Lula por 6 votos a 5, os capixabas dizem que vão manter o "plano L", de apoiar o petista como candidato à presidência, ou ainda "alguém que Lula apoie". A mensagem é de que o partido "não vai desanimar".

O presidente do diretório capixaba do PT e ex-prefeito de Vitória João Coser (PT) lembrou que ainda há recursos a serem pedidos para evitar que Lula fique inelegível. Ele criticou a presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia, por não ter colocado as ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs) - que poderiam mudar o entendimento da prisão após segunda instância - para serem debatidas antes da votação do habeas corpus.

"Fiquei, naturalmente, indignado com a decisão, apesar de boa parte dos ministros terem pedido para que não se colocasse o habeas corpus de Lula em pauta antes de botar as ações de constitucionalidade. Hoje é um dia de muita tristeza, ao ver uma liderança importante para o país, para a América Latina e para o mundo sendo condenada sem provas. Existe uma pressão muito grande para que ele não dispute as eleições. Vamos aguardar a orientação da direção nacional (do PT). Até agora não há nenhuma decisão em mudar de estratégia. Lula continua sendo nosso candidato", afirmou Coser.

Iriny Lopes (PT), ex-deputada federal e ex-ministra do governo Dilma Rousseff (PT), analisa que o petista passou por um "julgamento político", mas acredita que uma eventual prisão de Lula não diminuiria o indicativo de que "tanto ele como alguém que ele apoie" possa vencer as eleições.

"(A decisão) não foi surpresa para nenhum de nós. Não quiseram deixar que o povo fizesse esse julgamento, nas urnas, com todos os candidatos colocando suas bandeiras e argumentos. Há um indicativo bastante claro que, provavelmente, Lula ou alguém que Lula apoie seja eleito. Como a direita não conseguiu uma solução política que percorresse a via eleitoral e nem vão produzir da noite para o dia, optaram por pisotear a Constituição. Mas o mundo não acabou. Lula não será o primeiro líder vítima de injustiças como essa", afirmou.

Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, Perly Cipriano (PT) compara uma eventual prisão de Lula ao encarceramento de outras lideranças políticas históricas, como o sul-africano Nelson Mandela e o indiano Mahatma Gandhi.

"O Supremo mais uma vez falhou, sucumbiu às pressões externas, mas a luta continua. Ninguém deixou de ser cristão porque Jesus Cristo foi preso. A África do Sul não desistiu de lutar contra o aparthaid porque Mandela ficou preso por 27 anos. Nem por isso a militância vai desistir do Brasil caso Lula seja preso. Nós só temos o 'Plano L', que é ter Lula candidato à presidência. A prisão não o reduz e o PT não vai desanimar", garantiu.

O deputado federal Helder Salomão (PT) destaca que, "caso Lula estivesse mal nas pesquisas", não teria recebido o mesmo tipo de julgamento que teve no STF. Ele ainda afirma que "não há dúvidas" de que a liderança de Lula será maior "se for confirmada a prisão dele".

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"Uma certeza nós do partido temos, Lula não cometeu nenhum crime. A maior parte da população já tem o entendimento que Lula está sofrendo perseguição. Ontem, a Corte ficou bem dividida, a própria ministra Rosa Weber, que votou contra o ex-presidente, disse que, se as ações de constitucionalidade fossem votadas antes, o entendimento dela seria outro. Está claro que é uma continuação do golpe dado na ex-presidente Dilma em 2016. Mas isso não muda nada nem no Espírito Santo nem no Brasil. Se for confirmada a prisão de Lula, a liderança vai crescer. Se quiserem o derrotar, terão que fazer isso nas urnas", ressaltou.

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