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Para provar visita de amigo de Lula, Moro autoriza análise de câmeras

Para provar visita de amigo de Lula, Moro autoriza análise de câmeras

Segundo empresário, advogado de Lula o procurou para falar sobre recibos de aluguel

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 23:11

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O imóvel está em nome de Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, e era alugado pela família de Lula. (STUCKERT)

Na tentativa de comprovar a visita de Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula, ao empresário Glaucos da Costamarques, a defesa poderá analisar as imagens das câmeras de segurança do Hospital Sírio Libanês. O pedido foi aceito hoje pelo juiz Sergio Moro.

A petição da defesa faz referência à polêmica sobre os recibos de aluguel apresentados pela defesa do ex-presidente Lula. Os documentos comprovariam os pagamentos feitos por Lula e sua família pelo apartamento vizinho ao que o petista mora em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Teixeira teria visitado Glaucos no hospital para tratar dos pagamentos e da assinatura dos recibos.

O imóvel está em nome de Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, e era alugado pela família de Lula. Para os procuradores, os alugueis nunca foram pagos, tese confirmada por Glaucos, e faziam parte de um repasse de vantagens indevidas ao ex-presidente.

Os recibos apresentados pela defesa de Lula, no entanto, contam com a assinatura de Glaucos. Ministério Público Federal afirmou que os documentos eram falsos e Glaucos da Costamarques disse ao juiz Sergio Moro que assinou os recibos referentes a 2015 de uma vez só, em uma visita realizada pelo contador de Lula, João Muniz Leite, ao Hospital Sírio-Libanês.

A visita teria sido acertada previamente com Roberto Teixeira em uma visita a Glaucos no hospital, onde o empresário faria uma cirurgia. A pedido de Moro, o hospital enviou o registro de visitas, mas nele só constavam três visitas de João Muniz Leite e nenhuma de Roberto Teixeira.

Em depoimento ao magistrado, o empresário Glaucos da Costamarques reafirmou a visita de Roberto Teixeira e atribuiu a ausência de nome do advogado no registro de visitas a problemas de segurança no hospital. O Ministério Público Federal, embora ainda sustente que os documentos são falsos, desistiu do incidente de falsidade protocolado para analisar a legalidade dos documentos.

No entanto, Glaucos ainda tenta comprovar a visita de Teixeira e as cópias de vídeos de ingresso no hospital entre 23 de novembro de 2015 e 29 de dezembro de 2015. Inicialmente, Moro negou o pedido.

"Nada garante que o hospital mantenha até hoje os registros de vídeo de ingresso no estabelecimento de 2015, nada garante que todas as entradas eram filmadas, nada garante que as gravações sejam de boa qualidade e, mesmo se obtidos os vídeos, ainda seria necessário examinar todas as gravações na expectativa de identificar Roberto Teixeira ingressando no local. Não esclarece a Defesa quem iria realizar esse exame", decidiu Moro.

No entanto, os advogados do empresário insistiram e se prontificaram a analisar as imagens. Com isso, em razão da insistência da defesa, Moro reviu sua decisão.

"Assim e muito embora pareça-me improvável que a Defesa logre realizar a identificação pretendida, defiro o acesso pela Defesa de Glaucos da Costamarques dos vídeos eventualmente mantidos quanto à gravações de acesso ao Hospital Sírio Libanês ou ao apartamento ali ocupado por Glaucos da Costamarques entre 23/11/2015 a 29/12/2015", disse.

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Segundo o juiz, a própria defesa terá procurar o Hospital e obter as cópias, além de arcar com todos os custos. Moro concedeu 15 dias para a análise dos vídeos.

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