O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), criticou, em entrevista na manhã desta quarta-feira (07), a iniciativa do Senado de pautar a votação do reajuste nos salários de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e para o procurador-geral da República, o que pode provocar um efeito cascata no contracheque do funcionalismo público.
"Obviamente que não é o momento. O que está em jogo é o futuro do Brasil. Vejo com preocupação. Estamos todos no mesmo barco", disse Bolsonaro, ao deixar reunião com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato.
Caso aprovado o reajuste, a remuneração sobe de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O aumento no salário dos ministros e da procuradora-geral têm repercussão na categoria e provoca reajustes entre magistrados e também no Ministério Público Federal. Como o vencimento dos ministros do STF serve como teto para o funcionalismo federal, o aumento também afeta o Poder Executivo.
As duas propostas são de 2015 e estavam na gaveta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) desde 2016. Nesta terça-feira (06), os senadores aprovaram requerimento de urgência para apreciá-las em plenário.
Os textos já foram aprovados na Câmara e, depois de aprovados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, ficaram paradas na CAE. O relator das duas matérias no colegiado, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), deu parecer contrário a elas. Sem votação na CAE, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), pautou nesta terça a urgência para o plenário.
Em seu relatório na CAE, Ferraço destacou que o reajuste no subsídio dos ministros do Supremo "resultará em um impacto bilionário nas contas públicas da União, dos Estados e dos municípios".
"A partir da sua aprovação, abre-se a porta para que sejam reajustados todos os demais salários no setor público, inclusive os salários de deputados e senadores, o que sabemos, historicamente acontece em um segundo momento", ressaltou o senador.
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