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Lula convida Contarato para se filiar ao PT para disputar governo do ES

Lula convida Contarato para se filiar ao PT para disputar governo do ES

Senador está de saída da Rede e ainda não decidiu oficialmente se vai para o PT, mas recebeu um convite do ex-presidente com a garantia de "fortes chances" de ser candidato ao governo

Publicado em 4 de maio de 2021 às 13:20

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Ex-presidente Lula e Fabiano Contarato (Rede) em encontro nesta terça-feira (4), em Brs
Ex-presidente Lula e Fabiano Contarato (Rede) em encontro nesta terça-feira (4), em Brs. (Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Lula (PT) convidou o senador capixaba Fabiano Contarato (Rede) para se filiar ao Partido dos Trabalhadores durante reunião realizada em Brasília nesta terça-feira (4). No encontro, de acordo com o parlamentar, o petista afirmou que há grandes chances de Contarato ser candidato ao governo do Espírito Santo nas eleições de 2022 caso se filie à sigla. O senador, no entanto, ainda não tomou uma decisão sobre a mudança para a legenda.

"Ele (Lula) deixou bem claro que no Espírito Santo é perfeitamente possível ter candidato (ao governo). Caso eu vá para o PT, há grandes chances de o partido lançar um nome próprio", afirmou Contarato, logo após a reunião, para A Gazeta

O senador está de saída da Rede e pretende migrar para um partido de centro-esquerda. Durante o mandato no Senado, Contarato tem atuado fortemente como oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Como é senador (cargo majoritário), ele não precisa esperar o período da janela partidária, de seis meses antes da eleição, para efetuar a troca partidária. 

Contarato já havia recebido o convite do diretório estadual do PT para migrar para o partido durante uma reunião virtual realizada com líderes petistas no fim de março. 

Lula iniciou, nesta segunda-feira (3), uma série de encontros com parlamentares e lideranças políticas estaduais para articular o cenário eleitoral do PT em 2022. O petista já esteve com parlamentares do Rio de Janeiro, discutindo sobre uma possível candidatura de Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao governo, com apoio do PT e do atual prefeito da Capital, Eduardo Paes (DEM-RJ). O Estado fluminense é reduto de Bolsonaro, adversário do ex-presidente. 

O direcionamento do partido é que sejam lançadas candidaturas ao governo apenas em Estados onde houver chances de vitória ou em que o PT não conseguir dialogar com outras siglas para formar uma aliança forte de centro-esquerda. A presidente da sigla no Espírito Santo, Jackeline Rocha, havia dito para A Gazeta, em entrevista no mês passado, que mesmo com esse posicionamento, a possibilidade de candidatura própria no Estado não estava descartada, o que foi confirmado por Lula. 

"Ele (Lula) deixou bem claro que no Espírito Santo é perfeitamente possível a legenda sair com candidato ao governo, caso eu vá para o PT", reafirmou Contarato, que acrescentou que esse ponto não será decisivo para a escolha dele. 

"A possibilidade, no entanto, não é o fundamental. Qualquer partido que eu vá isso vai ser uma deliberação de uma construção de um projeto de Estado. A gente tem que ter a humildade de entender que se constrói um projeto de país, Estado, e só depois se fala em nomes. Mas, como disse, se eu sou uma possibilidade progressista, vou disputar", completou.

Contarato ainda não respondeu ao convite feito pelo ex-presidente. "Recebi a proposta com muita satisfação, me senti lisonjeado pelo convite, mas ainda não defini. Fiquei de amadurecer a ideia e dar um retorno. Assim que eu definir vou tornar público", afirmou.

O parlamentar também já foi convidado para compor os quadros do PSB, do PDT e do PCdoB. Caso queira ser candidato ao governo do Estado, contudo, o senador não teria espaço nas três siglas, que apoiariam a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB).

Em âmbito nacional, PSB e PT fazem reuniões e se aproximam, o que poderia encaminhar um diálogo entre os dois partidos no Estado. Na agenda de encontros de Lula está, por exemplo, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição.

Casagrande, secretário-geral do PSB, também já se reuniu com Lula. Por enquanto, porém, tem defendido a bandeira de uma terceira via, "fugindo de extremos".

Além das articulações partidárias, de acordo com Contarato, Lula conversou ainda sobre a importância de retomar o auxílio emergencial no valor de R$ 600 durante a pandemia de Covid-19: "Discutimos também o auxílio emergencial de R$ 600, problema que me aflige e aflige também o ex-presidente".

No Instagram, o ex-presidente publicou uma foto ao lado do senador. Na legenda, escreveu: "Conversamos sobre o Brasil e Espírito Santo. Na pauta: a defesa do auxílio emergencial e o convite oficial para que o senador se some aos quadros do PT. "

"Lula é uma pessoa muito humana, um político muito atento às desigualdades sociais. Independentemente de ir ou não para o PT, seria ingratidão não reconhecer que o país teve significativos avanços durante os mandatos petistas. Universidade acessível para todos, boa imagem internacional, investimento em programas sociais. Os erros têm que ser responsabilizados doa a quem doer, mas não podemos ter uma visão simplista de rotular a todos", finalizou o senador. 

Além de Lula e de Contarato, estavam presentes na reunião desta terça a presidente nacional do partido,  deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), o líder do PT no Senado, senador Paulo Rocha (PA), o deputado federal capixaba Helder Salomão (PT) e outros parlamentares da sigla.

Encontro entre parlamentares e líderes do PT e o senador Fabiano Contarato (Rede), em Brasília
Fernando Haddad, Helder Salomão, Paulo Rocha, Gleisi Hoffmann, Lula, Fabiano Contarato, Jaques Wagner e Rogério Carvalho. (Ricardo Stuckert)

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