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Hartung diz que vai se dedicar à formação de novas lideranças

Hartung diz que vai se dedicar à formação de novas lideranças

Governador do Estado afirma que vai atuar de forma voluntária para "formar lideranças" após deixar o Palácio Anchieta

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 16:23

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O governador Paulo Hartung participa do 6º Fórum Liberdade e Democracia, do Instituto Líderes do Amanhã, em Vitória. (Bernardo Coutinho)

Prestes a passar o bastão do comando do Palácio Anchieta, o governador Paulo Hartung (MDB) disse, na manhã desta segunda-feira (5), que após deixar o cargo irá se dedicar não só ao setor empresarial, mas também ao voluntariado, contribuindo para a formação de novas lideranças.

"Pior do que o déficit fiscal do país, pior que a corrupção do país, é a falta de lideranças que nós temos. E nós vamos formar lideranças", destacou, sem dar mais detalhes sobre um possível projeto. Ele também reforçou que não pretende mais disputar eleições no Estado.

O anúncio foi feito durante o início do 6º Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã, em Vitória.

Reveja a fala de Hartung durante o fórum (a partir de 30:00)

O governador não fez menções à conjuntura política estadual, mas sobre o cenário nacional fez críticas especialmente acerca do período de campanha eleitoral, destacando a ausência de discussão de propostas para o país.

Sobre o fato de muitos dos eleitos neste pleito serem novos da política, o governador afirmou que não vê problema na falta de experiência e reforçou que o nível de interesse dos novos políticos é que deve ser avaliado. Por outro lado, disse ter ficado "preocupado" com a nova configuração do Congresso Nacional após as eleições.

"O Brasil não pode ser uma mistura de bancada da bala com bancada religiosa, com bancada do agronegócio. Precisamos de uma bancada: é a bancada do Brasil para tirar o nosso país desse atraso histórico que estamos vivendo", afirmou.

Hartung ainda destacou iniciativas que considera fundamentais para o desenvolvimento. "Precisamos fazer um exercício de liderança coletiva. Investir em educação básica, infraestrutura, reformar a Previdência, modernizar o país para nossa economia se tornar competitiva", reforçou.

Com o tema "O Brasil que eu faço", o 6º Fórum Liberdade e Democracia acontece nesta segunda (5) e terça-feira (6) no Shopping Vitória. O evento reúne especialistas de todo o país para falar sobre liberdade, democracia e a importância do protagonismo individual no contexto brasileiro.

PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS

CAMPANHAS

"Na campanha que se encerrou a realidade do país não foi discutida, foi praticamente ignorada. O pouco que se apresentou para a sociedade foi o equívoco de um Estado que pode tudo. Uma hora pode dar bujão de gás subsidiado, em outro momento pode inventar uma coisa esquisita de 13º de Bolsa Família. Isso mostra que nosso maior desafio é formar gente qualificada com a mentalidade adequada à vida em sociedade. Gente que entenda que Estado não pode tudo. Estado bom é o que conhece as suas limitações e tem competência e humildade de buscar complementariedade onde ela existe, que é na capacidade infinita da sociedade de empreender, de criar."

"PAÍS QUEBRADO"
O debate eleitoral, que em 2014 já tinha sido ralo e superficial, é um dos elementos que nos levou a essa polarização esquisita nos últimos anos. Em 2014, ralo e superficial. Em 2015 agravou a distância em relação à realidade em que estamos pisando. Ninguém teve coragem de olhar no olho da sociedade e dizer que nós estamos em um país quebrado. A crise fiscal que nós estamos vivendo não tem precedente na nossa história. O país vem produzindo deficits - ou seja, gastando o que não tem - superiores a R$ 140, R$ 150 bilhões de reais. Isso é muito dinheiro em qualquer parte do planeta.

RETOMADA

"A eleição passou e ao passar já nos trouxe benefícios. O escândalo da JBS e a greve dos caminhoneiros travaram a retomada que o país vinha desenvolvendo. Terminada a eleição, essas amarras estão desfeitas literalmente. O que nos amarrava era a incerteza política. Temos que fazer um exercício de liderança coletiva no nosso país e trocar a agenda errada da campanha eleitoral pela agenda certa que o país precisa: melhorar a sua educação básica, investir na sua infraestrutura, reformar a sua Previdência, modernizar o país para que a gente possa colocar nossa economia competitiva nesse mundo de economia integrada."

PLANOS FUTUROS

"Disputar eleição no ES é página virada. Acho que já cumpri a minha missão, mas isso não quer dizer abandonar a política. Não é a política partidária, não é de grupo, é como ferramenta civilizatória. Eu vou continuar fazendo política. Escrevendo artigos, fazendo palestras, debates e vou me dedicar um pouco a um trabalho voluntário, que eu estou sendo convidado a participar. É um trabalho de formação de lideranças no meu país. Pior do que o deficit fiscal, a corrupção, é o deficit de lideranças. E nós vamos formar lideranças. Lideranças com a cabeça bem formada, não com dogmatismo. Eu não acredito em ações dogmáticas de lado a lado, seja da direita, seja da esquerda, do centro. Eu acredito na reflexão, na capacidade da gente conhecer o que pensa o outro e debater com ele."

RENOVAÇÃO

"Não vejo como problema ter alguém que não participou do parlamento, não foi secretário de Estado, município e agora assumiu um cargo. Sempre achei que nós precisamos de complemento. O exercício de liderança é também a consciência de que a gente não sabe tudo. Mas é preciso saber a qualidade da renovação. Tem hora que troca seis por meia duzia. Já não é bom. Mas tem hora que troca seis por cinco, por quatro, por três. É pior ainda. Precisamos ver o interesse que carrega o eleito: se for no desenvolvimento social e econômico do país, na modernização, maravilha. Mas se for o interesse de pequenos grupos estamos ferrados. O país está afundando no corporativismo."

PREOCUPAÇÃO

"Hoje quando li a 'Folha de São Paulo' e vi a radiografia dos parlamentares do próximo Congresso Nacional eu me preocupei. O Brasil não pode ser uma mistura de bancada da bala, com bancada religiosa, com bancada do agronegócio. Precisamos de uma bancada: a bancada do Brasil para tirar o nosso país desse atraso histórico."

Confira a programação desta terça-feira (6)

09:00 - Painel: Mercado, Política e Sociedade – Eduardo Mufarej, Júlio Pompeu e Karel Luketic / Arena de Eventos

10:00 - Keynote Speaker – Tallis Gomes / Arena de Eventos

10:30 - Painel:  Liberdade x Responsabilidade – Bruno Garschagen, Rodrigo Marinho e Marina Cançado / Arena de Eventos

11:30 - Painel: Uma reflexão histórica e filosófica sobre a sociedade brasileira – Eduardo Wolf e Jorge Caldeira / Arena de Eventos

12:30 - TalkShow: "Perspectiva ES-Brasil, em 2019" – Governador eleito Renato Casagrande / Arena de Eventos

13:00 - Encerramento do 6º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória – Arena de Eventos

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