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Governo do ES vai investigar dever de casa com charge contra Bolsonaro

Governo do ES vai investigar dever de casa com charge contra Bolsonaro

Atividade dizia que Brasil precisava "vencer o vírus Bolsonaro" para contornar a pandemia. Exercício foi retirado de plataforma on-line, e a Secretaria estadual de Educação vai apurar as circunstâncias da aplicação do exercício

Publicado em 11 de maio de 2020 às 15:00

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Exercício com crítica a Bolsonaro foi aplicado para alunos da 5ª série
Exercício com crítica a Bolsonaro foi aplicado para alunos da 5º ano do ensino fundamental. (Reprodução/Ariadnny Duarte)
Governo do ES vai investigar dever de casa com charge contra Bolsonaro

A Secretaria do Estado de Educação (Sedu) vai investigar uma tarefa de casa aplicada por um professor de Artes, em uma escola estadual da Serra, que fazia críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O material trazia uma charge em que um personagem dizia que para o Brasil "vencer o coronavírus, primeiro vai ter que vencer outro vírus tão mortal: o Bolsonaro".

A atividade foi disponibilizada pela internet pelo programa EscoLAR – aplicativo da rede estadual de ensino na plataforma Google Sala de Aula – e chamou a atenção de alguns pais da unidade na última quinta-feira (7). Na sexta-feira (8), o exercício já havia sido excluído do portal. O dever de casa, destinado a crianças de 10 anos que estão cursando o 5º ano, orientava os alunos a desenhar um cartum sobre como a pandemia está impactando as suas vidas. A turma para a qual a tarefa foi aplicada é da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Prefeito José Maria Miguel Feu Rosa, em Manguinhos.

"Para mim, isso é doutrina. Não está certo. Outros pais também ficaram indignados com a atividade. Quando vi, resolvi publicar algo nas redes sociais. Tentei filmar a atividade no dia seguinte, mas não estava mais lá", disse a autônoma Ariadnny Duarte, mãe de uma das alunas que recebeu a tarefa.

A Secretaria de Educação disse que o exercício foi retirado do Google Sala de Aula, plataforma que está sendo usada pelos alunos, assim que tomou conhecimento do teor da atividade. De acordo com a Sedu, o material não seguiu as orientações da secretaria, nem da equipe pedagógica da unidade escolar.

Além do conteúdo da atividade, Ariadnny também criticou a qualidade das atividades digitais disponibilizadas pela rede pública estadual. "Meu grito é como mãe, não é pela direita nem pela esquerda, porque esse papel eu faço nas urnas. Meu grito é pela educação. O ensino já é péssimo, as crianças estão sem poder estudar e eles ainda se dão ao trabalho de fazer doutrina na escola."

O programa EscoLAR, desenvolvido pela Sedu, conta com aulas pela TV e atividades propostas por professores por meio do aplicativo na plataforma do Google Sala de Aula. As videoaulas foram cedidas pela Secretaria da Educação do Amazonas, em uma sequência que atendesse ao currículo do Espírito Santo. Já o conteúdo do aplicativo, segundo o próprio secretário em entrevista à TV Gazeta em abril, são uma "interação entre professores e alunos, que pode envolver tanto em algum momento para tirar dúvidas quanto para o professor postar alguma atividade".

Sobre as críticas ao programa, a reportagem voltou a entrar em contato com a assessoria da Sedu. Segundo a secretaria, o material foi produzido antes da pandemia pelo governo do Amazonas, tendo em vista que a Sedu não teria tempo hábil para produzir todo o conteúdo.

A pasta ainda reforça que os alunos contam com o apoio dos professores locais por meio do aplicativo e que está promovendo o programa IdeAção, de incentivo a metodologias inovadoras, projetos pedagógicos e de objetos digitais. As propostas enviadas pelos professores estão sendo analisadas por uma comissão, que irá divulgar os resultados no próximo dia 12 de maio.

VEJA NOTA DA SEDU:

A Secretaria da Educação enfatiza que o exercício passado não seguiu as orientações da Sedu e nem da equipe pedagógica da unidade escolar. Ressalta ainda que a atividade foi retirada do Google Sala de Aula assim que a secretaria tomou conhecimento do fato e foi aberta uma sindicância para apurar as circunstâncias em que o caso ocorreu.

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