O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou o discurso de Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (24). Para o tucano, a fala foi "inadequada e inoportuna" tendo faltado "bom senso" ao presidente.
"[O discurso] não teve referências que pudessem trazer respeitabilidade e confiança no Brasil no plano ambiental, econômico ou político", disse o governador após um evento em São Paulo. Doria afirmou também que já havia notado a "péssima repercussão" mundial da fala.
Para ele, faltaram "bom senso e humildade" a Bolsonaro, que criticou duramente os países que questionaram a gestão da crise dos incêndios na região amazônica. Sem nomear, repreendeu o presidente francês, Emmanuel Macron, com quem teve divergências que desaguaram até em uma ofensa pessoal à primeira-dama da França.
A farpa de Doria faz parte de uma política estabelecida pelo governador para afastar-se de Bolsonaro. Ambos são presidenciáveis para a disputa de 2022, mas o tucano aproveitou-se da promoção do chamado voto BolsoDoria no segundo turno de 2018 para se eleger, por transitar em faixa semelhante do eleitorado de centro-direita.
Neste ano, contudo, ambos têm colecionado desavenças públicas, não perdendo oportunidade de atacar um ao outro. Usualmente, Doria se aproveita da incontinência verbal de Bolsonaro. Já o presidente usou dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) sobre compra de jatinhos para espicaçar o governador e, de quebra, outro presidenciável especulado, o apresentador global Luciano Huck.
Para os partidos de centro, isso fortalece Doria como um presidenciável viável para o próximo pleito, mas aliados temem que a exposição antecipada acabe se tornando um fardo o tucano já sofreu críticas de ter usado a eleição à prefeitura paulistana em 2016 como mero trampolim para outros voos.
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