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É falso que voto para apenas um cargo é invalidado se eleitor anular os demais

É falso que voto para apenas um cargo é invalidado se eleitor anular os demais

Corrente que circula no WhatsApp diz que "voto parcial" anula escolhas do eleitor e é falsamente atribuída a um mesário que teria passado por “treinamento para os trabalhos da Justiça Eleitoral”

Publicado em 10 de setembro de 2022 às 12:22

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Corrente de WhatsApp mente ao falar de
Corrente de WhatsApp mente ao falar de "voto parcial". (Passando a Limpo)

É falsa a informação de que votar apenas para um cargo, como presidente da República, e escolher anular ou votar em branco para os demais cargos em disputa na eleição faz com que o voto desse eleitor seja considerado "parcial" e, com isso, tenha seus votos invalidados e não computados. 

Ao contrário do que diz uma corrente que voltou a circular no WhatsApp, o eleitor pode, sim, votar somente para presidente ou para qualquer outra função se essa for a vontade, segundo esclarece o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também não existe o chamado "voto parcial".

A mensagem recebida pelo WhatsApp do Passando a Limpo, serviço de checagem de A Gazeta, é falsamente atribuída a um mesário que teria passado por “treinamento para os trabalhos da Justiça Eleitoral”.

A postagem também diz que só eram computados como válidos os votos “completos”, ou seja, para todas as vagas que estão em disputa nas Eleições 2022 (deputado federal, deputado estadual, governador, senador e presidente).

O texto fala ainda que, no suposto treinamento, funcionários da Justiça Eleitoral teriam dado a entender que a medida tinha como intuito prejudicar o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

A reportagem consultou o TSE, que explica que a urna eletrônica contabiliza cada voto individualmente e a escolha por votar em branco ou nulo em um dos cargos não interfere na forma como a votação será computada pelo aparelho.

O eleitor pode, sim, votar apenas para presidente e anular o restante dos votos. Nesse caso, somente a escolha para presidente será contabilizada nos votos válidos. “Votos brancos e nulos são computados para fins estatísticos, mas não são considerados votos válidos”, explica o TSE.

Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) também já desmentiu a informação e explicou que o tal “voto parcial” citado na corrente de WhatsApp é uma modalidade de votação que inexiste no sistema eleitoral brasileiro.

De acordo com a Justiça Eleitoral, o voto em branco ocorre quando  o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos. Na prática, ele é assim registrado sempre que são pressionados, na urna eletrônica, os botões “Branco” e “Confirma”.

Já o voto nulo ocorre quando o eleitor manifesta a vontade de anular e, para confirmar essa opção, digita um número que não corresponda a nenhuma candidatura ou partido político. Nesta situação, a urna eletrônica emite um alerta, e é necessário que o eleitor clique na tecla “Confirma” para anular o voto.

Mesmo sendo permitido votar nulo ou em branco para qualquer cargo, vale lembrar que esses votos não definem uma eleição, porque servem apenas para fins estatísticos. Eles são excluídos do cômputo de votos válidos e não podem ser “transferidos” para nenhum candidato ou partido político.

POR QUE CHECAMOS

O Passando a Limpo é um serviço de checagem de A Gazeta que, em parceria com a Google, monitora e verifica publicações que viralizam nas redes sociais com conteúdos suspeitos relacionados às Eleições 2022 no Espírito Santo.

O conteúdo analisado foi recebido pelo WhatsApp do Passando a Limpo por pelo menos três leitores nos últimos dias. Afirmações similares também foram encontradas em postagens no Facebook e Twitter.

As afirmações checadas nessa verificação desinformam o eleitor sobre as regras de votação, tentando convencê-lo de forma mentirosa de que é obrigado a votar em todos os cargos para ter seus votos computados de fato.

Para o Passando a Limpo, é considerado falso o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

O conteúdo também foi checado em 2018 pelo Projeto Comprova e, em 2022, por veículos como Estadão Agência Lupa.

Envie a sua sugestão de checagem

Quem receber ou se deparar com algum conteúdo que considerar duvidoso na internet sobre as eleições no Espírito Santo poderá encaminhá-lo para as redes sociais ou para o WhatsApp de A Gazeta como sugestão de verificação ao longo de toda a eleição. O número é: (27) 99530-3577 (Basta adicionar como contato no seu celular e chamar no WhatsApp). Ou então acesse aqui para enviar sua sugestão de checagem com apenas um clique.

Passando a Limpo | Eleições 2022

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