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'A investigação é de Vi-tó-ria', ironiza Gilmar Mendes

"A investigação é de Vi-tó-ria", ironiza Gilmar Mendes

O Fisco aponta indícios da prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência do ministro e da mulher dele

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 19:50

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Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. (Nelson Jr/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes acabou alvo de um levantamento preliminar da Receita Federal - o órgão já negou que haja, de fato, uma investigação - e se mostrou, em entrevista à revista Época, indignado. Para o ministro, "isso é perseguição". Gilmar, ironizou, por diversas vezes, o trabalho da Receita, que atinge também a esposa dele, a advogada Guiomar Feitosa. As suspeitas envolvem o Instituto Brasileiro de Direito Público (IDP), faculdade de direito da qual o ministro é sócio. O Fisco aponta corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência como possíveis fraudes cometidas pelo casal. As declarações do ministro foram publicadas nesta quinta-feira (21). 

O auditor que cuida do caso é lotado em Vitória. De acordo com o próprio Gilmar Mendes, ainda na entrevista à Época, o então secretário da Receita Jorge Rachid o contou que o auditor atuava na Operação Calicute, do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e responsável por prender, entre outros, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e Jacob Barata, o Rei do Ônibus. Gilmar e Guiomar foram padrinhos de casamento da filha de Barata e a relação entre eles foi questionada quando o ministro decidiu soltar o empresário.

"Eles (os auditores da Receita) estão acoplados a essas forças-tarefas. E aí a questão é grave", afirmou Gilmar. E lembrou: "A investigação é de Vitória, gente. Vi-tó-ria! É mais um sintoma dessa desinstitucionalização". A entrevista foi concedida a Guilherme Amado e Daniela Pinheiro, que registraram que Gilmar, por diversas vezes, referiu-se a parte dos auditores como "consórcio" ou "bando".

A teoria do casal é que Gilmar é perseguido por investigadores, também os do Ministério Público, por ser contrário à prisão após condenação em segunda instância, o que entende ser inconstitucional. E nega qualquer ilegalidade em movimentações financeiras. O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, determinou à corregedoria do órgão que apure se houve ato ilícito de auditores que apontaram a possível fraude praticada pelo ministro do Supremo. 

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Pelo Twitter, o procurador da República Deltan Dallagnol, da Lava Jato - que também foi citado na entrevista - Guiomar disse que "ele gosta muito do Twitter" - manifestou-se nesta quinta-feira, pela mesma rede social: "Notícia indica que Ministro Gilmar ataca seus investigadores com base em especulações genéricas. Auditores devem ser protegidos pelo Executivo e Ministério Público contra pressões indevidas de quaisquer investigados, especialmente poderosos". 

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