Um homem frio, com tendência psicopata e comportamento machista. Assim a Polícia Civil (PC) definiu Jean da Silva Santos, de 39 anos, acusado de matar a auxiliar de serviços gerais Maria Madalena dos Santos, de 38 anos, assassinada com seis tiros na cabeça no início da manhã desta quarta-feira (19), em Jardim Carapina, na Serra.
Jean é ex-marido de Maria Madalena e foi preso na madrugada desta quinta-feira (20), sendo autuado em flagrante pelo crime de homicídio duplamente qualificado - por feminicídio e por motivo torpe.
Em depoimento, o acusado falou que o único arrependimento dele foi não ter conseguido matar o atual namorado da ex-mulher, como ele planejava.
De acordo com José Darci Arruda, chefe geral da PC, Jean premeditou o crime. Ele ficou preso nos últimos quatro anos por homicídio e por ameaças contra Maria Madalena. Assim que saiu da prisão, Jean comprou uma arma de um caminheiro, pagando R$ 6 mil por ela, e foi ao encontro da ex-mulher.
A vítima estava saindo para trabalhar, na manhã desta quarta-feira, e entrava no carro da irmã quando Jean chegou e a tirou do veículo à força, exigindo que ela dissesse o endereço do atual namorado dela. Como ela se recusou a passar a informação, ele efetuou os disparos.
Apesar de o corpo da auxiliar de serviços gerais ter sido atingido por cinco disparos, ele contou à polícia que deu seis tiros. E disse ainda que ele tinha, no total, 21 munições, e que todas elas seriam para matar o atual namorado de Maria Madalena.
Arruda conta que assim que tomou conhecimento do caso pediu ao Departamento de Homicídios e Proteção à Mulher que começasse a investigação imediatamente. A primeira incursão da polícia foi no bairro Jaburu, em Vitória, onde sabiam que a mãe do Jean morava. Quando os policiais chegaram ao morro, criminosos da região começaram a soltar fogos, avisando da presença da polícia ali. Já sabendo que estavam atrás dele, Jean fugiu.
Além da mãe de Jean, estava na residência o filho que ele teve com Maria Madalena, uma criança de 9 anos de idade, que o acusado levou junto com ele. Jean ainda levou uma mochila e a arma do crime e ficou escondido numa área de mato por algumas horas com a criança. Ao perceber que a polícia não estava no local, ele chamou um motorista de aplicativo e fugiu para a casa de familiares em Vista Dourada, em Cariacica.
A polícia descobriu o endereço e foi até o local, pela madrugada, localizando o acusado. Jean não esboçou nenhuma reação, confessou o crime e entregou a arma usada para matar a ex-mulher.
Arruda disse que esse comportamento de Jean, de não demonstrar nenhum tipo de sentimento, de dor ou arrependimento, indica o perfil de uma pessoa psicopata. Jean teria dito, inclusive, que matou a ex-mulher e que a mataria novamente se fosse preciso. O acusado contou à polícia que queria "recuperar a honra" ao matar Maria Madalena.
"Esta prisão foi muito importante. Nós estamos impondo a ele agora o castigo merecido. Enquanto ele esteve preso, Maria Madalena encontrou outra pessoa e quis reestruturar sua vida. Ele não aceitou. Saiu, então, da prisão, tomado pelo ciúme e pelo desejo de matar, ele compra uma arma e deseja matar o casal, tanto ela quanto o novo namorado", declarou Arruda.
O delegado confirmou que Jean esteve preso, em 2015, por ameaças a Maria Madalena. Antes de morrer, a vítima tentou por duas vezes pedir medidas protetivas de urgência contra o acusado. O pedido mais recente foi feito há cerca de 20 dias.
Jean Santos pode pegar de 12 a 30 anos de prisão, uma pena que pode aumentar por conta dos qualificadores.
Com informações de Elis Carvalho.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta