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Sequestro-relâmpago: empresária fica 1h sob poder de bandido em Cariacica

Sequestro-relâmpago: empresária fica 1h sob poder de bandido em Cariacica

Laís Rosa estava saindo de um estacionamento em Campo Grande quando foi abordada pelo suspeito, que fazia ameaças a todo tempo

Publicado em 12 de setembro de 2023 às 12:00

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

A natural chef e empresária Laís Rosa passou por momentos de pânico ao sair do estacionamento de uma loja em Campo Grande, Cariacica: ela foi abordada por um criminoso, que invadiu o carro dela e rodou por uma hora com a vítima pela cidade, enquanto fazia ameaças e roubava senhas de cartão e aplicativos financeiros. 

O caso aconteceu no último dia 6, mas Laís resolveu compartilhar nas redes sociais nesta semana (confira acima). Após o relato no Instagram, ela recebeu centenas de mensagens de mulheres do Espírito Santo que disseram ter passado pela mesma situação. "Acontece muito, todos os dias, mas ninguém fala sobre isso. Decidi contar pois se pelo menos uma mulher não passar pelo que passei, já está ótimo", disse a empresária. 

O crime aconteceu à luz do dia. Laís foi até uma loja de festas na Avenida Expedito Garcia, a rua mais movimentada de Campo Grande. Ao entrar no estacionamento, ela viu um homem parado e chegou a cumprimentá-lo, pois achou que era algum funcionário ou vigilante. A vítima fez as compras e foi em direção ao veículo.

"Abri o carro e estava fazendo o movimento de entrar, com um pé para fora ainda, foi quando ele entrou por trás e me segurou pelo pescoço, me jogando para dentro. Foi muito rápido. Ele disse que eu não podia gritar, senão ele me mataria. Fazia menção de que estava armado, mas eu não cheguei a ver a arma. Ele me segurou pelo pescoço e me mandou dirigir", lembrou Laís. 

O repórter André Falcão, da TV Gazeta, conseguiu imagens exclusivas do momento do sequestro. Confira:

No nervosismo, a empresária chegou a demorar para entender o que estava acontecendo e a conseguir de fato dar partida no veículo. Sob ameaças, ele saiu com o carro. O homem disse que seguiria para Santa Fé e foi ditando o caminho.

Aspas de citação

Ele rodou comigo por mais ou menos uma hora. Ficou dando volta dentro de vários bairros e nesse tempo foi roubando o que podia: pegou senhas de cartões de crédito, de aplicativo de pagamento, minha aliança, celular, 500 reais e tudo o que estava no carro

Laís Rosa
Empresária sequestrada em Cariacica
Aspas de citação

A todo momento, a empresária pedia para que o homem levasse tudo, mas a libertasse. No entanto, o suspeito estava desconfiado de que o carro tinha rastreador e corta-corrente. "Ele me fez desligar o carro e ligar novamente para conferir. Depois, foi me mandado dirigir para um matagal. Fiquei muito nervosa e com medo. Ele disse que iria me soltar e que era para eu sair com a mão onde ele pudesse ver, sem gritar e sem correr, senão ele me mataria", detalhou.

Ajuda de morador

Depois que ela saiu, o homem assumiu a direção do Hyundai HB20 branco e arrancou. Laís, então, foi andando para procurar ajuda. Era no bairro Jardim Campo Grande. Um morador acolheu a empresária, que conseguiu ligar e alertar os parentes sobre o que tinha acontecido. De lá, a vítima seguiu para a Delegacia Regional de Cariacica, onde registrou a ocorrência. 

Nesse meio tempo, o marido de Laís foi bloqueando contas e cartões. Por isso, as tentativas de transferências bancárias do bandido foram frustradas: de acordo com a vítima, ele tentou fazer mais de 15 transações, sempre para duas pessoas, cada uma no valor mínimo de R$ 5 mil. 

Carro de empresária que foi roubado após sequestro em Cariacica
Carro de empresária que foi roubado após sequestro em Cariacica. (Acervo pessoal)

Trauma

Apesar de não ter tido consequências físicas, o psicológico de Laís ficou abalado. "Fico com medo de entrar no carro, não consigo dirigir. Tenho que depender do meu marido, mas ainda assim entrar no carro é difícil. Estou tendo crises de ansiedade, de pânico, voltei a fazer acompanhamento com terapeuta mais de uma vez por semana. As sequelas psicológicas permanecem", desabafou. 

Em nota, a Polícia Civil informou que "o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), e até o momento nenhum suspeito foi detido e o veículo não consta como recuperado".

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