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Réu por lavagem de dinheiro do jogo do bicho no ES é preso na Bahia

Réu por lavagem de dinheiro do jogo do bicho no ES é preso na Bahia

Empresário Kaio Zanolli foi alvo da Operação Frisson e estava sendo procurado desde o dia 13 de junho, quando ocorreu a 2ª fase da ação

Publicado em 3 de outubro de 2023 às 18:32

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Operação Frisson - segunda fase - Gaeco/MPES - prisão de cinco pessoas
Agente policial durante a segunda fase da Operação Frisson do Gaeco/MPES. (Vitor Jubini)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]

Alvo de operação contra jogo do bicho e foragido desde junho, o empresário do Espírito Santo Kaio Zanolli foi preso em um condomínio fechado localizado na cidade de Mata de São João, no Litoral Norte da Bahia, em operação realizada em conjunto pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e do MP da Bahia. 

Ele havia sido incluído na lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) desde 12 de junho, por determinação da juíza Paula Cheim Jorge, da 6ª Vara Criminal de Vila Velha, que decretou a prisão preventiva de Kaio após a segunda fase da Operação Frisson, realizada pelo MPES, com o apoio da Polícia Militar.

Kaio Zanolli é réu em processo por organização criminosa e lavagem de dinheiro dos valores obtidos com a exploração do jogo do bicho, juntamente com outras sete pessoas.

Cinco delas foram presas durante a Operação Frisson, em junho. No último dia 18, elas tiveram a liberdade provisória concedida:  Sérgio Zanolli, Jeferson Santos Valadares, Marciano Cruz de Sá, Demer Freitas Ferreira e Diego Merighetti. 

Réu por lavagem de dinheiro do jogo do bicho no ES é preso na Bahia

Entenda a Operação Frisson

Operação Frisson — nome de um dos iates apreendidos — decorre de requerimentos do Ministério Público na denúncia criminal oferecida contra oito pessoas envolvidas em um esquema de lavagem de dinheiro. A investigação foi iniciada em setembro de 2021 e contou com o apoio da Polícia Federal e da Receita Federal. Em 2022, foram cumpridos diversos mandados judiciais de busca e apreensão em residências e empresas dos investigados à época.

"A análise das provas arrecadadas ao longo da investigação permitiu identificar com detalhes uma organização criminosa constituída para a ocultação de bens, direitos e valores obtidos com a exploração de jogo do bicho, com décadas de histórico de lavagem de ativos, como meio de vida e sustento, retroalimentando outras atividades aparentemente lícitas utilizadas para dissimulação da origem dos valores ilícitos", informou o Ministério Público Estadual.

Pessoas jurídicas foram constituídas pelos denunciados ao longo dos anos para garantir a ocultação de valores, além de simulações transacionais de bens móveis e imóveis, com reinserção financeira dos valores em nome próprio ou de terceiros laranjas, segundo o MPES.

O grupo adquiriu bens de alto valor, ainda segundo o órgão, e se serve da agiotagem para mascarar a origem ilícita dos valores. Além disso, o Ministério Público afirmou que as evidências confirmam que os denunciados misturam os valores de fontes diversas para confundir os órgãos de controle, utilizando o sistema financeiro oficial para circular parcela dos valores, geralmente por depósitos em dinheiro vivo.

Ainda de acordo com o MPES, após a denúncia, foram deferidos pedidos de indisponibilidade e alienação antecipada de bens, como medidas preparatórias aos requerimentos dos confiscos ordinário, subsidiário e alargado do patrimônio indevido (artigo 91, b, §1º e art. 91-A, §1º do Código Penal), buscando não apenas o ressarcimento do valor do dano calculado em R$ 60,4 milhões, mas também atingir o produto direto dos crimes, bem como aqueles bens incompatíveis com a renda lícita dos denunciados, calculados em R$ 64,6 milhões.

No total, foi solicitada e deferida judicialmente a restrição sobre 51 imóveis, três embarcações,  um avião, um helicóptero, 28 veículos e uma motocicleta.

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