A Polícia Civil do Espírito Santo efetuou na sexta-feira antecedente ao feriado de carnaval (01) a prisão de dois indivíduos envolvidos em uma organização criminosa suspeita de explodir três caixas eletrônicos no Espírito Santo, Jhoni da Silva Marques, 33, e Wesley Matos Storck, 31. Nesta quinta-feira (07) foi realizada a prisão de outro participante, que ainda não teve a identidade revelada. Além destes, Luciano Rodrigues Morais, de 39 anos, ainda se encontra foragido.
O primeiro ataque foi concretizado em Caramuru, distrito de Santa Maria de Jetibá, no dia 25 de setembro do ano passado. Além dele, outras duas tentativas semelhantes ocorreram em Lajinha, distrito de Pancas, no dia 19 de dezembro e, mais recentemente, em Guaraná, distrito de Aracruz, no dia 6 de fevereiro.
De acordo com informações passadas pelo Delegado responsável pela investigação dos casos, Romualdo Gianordoli Neto, do Departamento Especializado de Investigações Criminais, os crimes foram realizados exatamente do mesmo modo. "Chegavam três indivíduos armados, encapuzados, com luvas para não deixar digitais e veículo roubado. Eles então arrombavam a agência. Com um pé de cabra forçavam pelo menos uma abertura nos caixas eletrônicos e colocavam uma emulsão encartuchada explosiva ligada por um cordel detonante e como estopim eles explodiam dois caixas eletrônicos simultaneamente. Depois eles fugiam, efetuavam disparos para o alto, para assustar moradores e causar apreensão na polícia", detalhou.
Os locais escolhidos, pequenos distritos afastados de centros urbanos, eram também ambientes com pouco policiamento. De acordo com Romualdo, o veículo utilizado inicialmente era abandonado em local predeterminado e, em seguida, era também queimado para não deixar qualquer vestígio. Posteriormente, os suspeitos embarcavam em outro veículo que os aguardava em local para fuga definitiva.
FORAGIDO
Com relação ao Luciano, que vem sendo procurado, o delegado conta com o apoio da população para identificá-lo. "Sabemos que ele trabalhava na contenção e também dirigindo o primeiro veículo da fuga. Já está sendo passada a qualificação dele e nós contamos com a população para encontrá-lo e para evitar que ele continue a empreender este tipo de ação criminosa", concluiu.
EXPERIÊNCIA COM O CRIME
O bando, de acordo com informações policiais, sabia o que fazia, já tendo tido contato com explosivos. "Tiveram conhecimento disso já que trabalharam com garimpo por mais de um ano no Vale do Jequitinhonha. Lá eles aprenderam esta atividade. Já em relação à abertura de caixas eletrônicos, acredita-se que eles aprenderam na vida de crimes. Alguns indivíduos também podem ter ensinado, já que tinham experiência nisso e viviam na localidade onde ficam, em Jacaraípe. Mas não eram indivíduos com vasta experiência, tanto que pode-se considerar que os ataques não foram muito bem sucedidos", elucidou.
O primeiro ataque do grupo resultou no furto da quantia de R$ 30 mil, enquanto que nas tentativas posteriores nenhum valor foi subtraído, embora tenham resultado em danos materiais às agências afetadas. Apesar de os suspeitos negarem, amparados ainda por imagens de câmera de segurança que não mostram claramente quem são, a Polícia já considera contar com elementos suficientes para comprovação da autoria dos fatos.
OS CRIMES
"Os envolvidos responderão por furto qualificado mediante uso de explosivos, além do crime de organização criminosa e as investigações não acabarão por aqui. Quanto aos objetivos nestes tipos de crimes, costumam ser o de realocar e lavar o dinheiro, além de acabar na compra de terrenos e veículos. Também é possível que reinvistam para crescer com até armas mais pesadas para fazer ataques em instituições bancárias em centros urbanos maiores, onde fica mais dinheiro", finalizou.
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