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Polícia investiga se PMs participaram de homicídio em boate de Vitória

Polícia investiga se PMs participaram de homicídio em boate de Vitória

Crime aconteceu na madrugada deste domingo (16) na casa de shows, em Mário Cypreste; Eduardo Chaves Camilo morreu no local e uma mulher de 20 anos levou um tiro na perna durante a confusão

Publicado em 16 de abril de 2023 às 13:14

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Homem é morto no bar do Gordinho, em Vitória
Homem é morto no bar do Gordinho, em Vitória. (Caique Verli)
Errata Correção
24 de abril de 2023 às 18:00

Após publicação desta matéria, a Polícia Civil realizou coletiva de imprensa sobre o caso nesta segunda-feira (24). O delegado responsável pela investigação descartou a suspeita sobre policiais militares no crime, como foi cogitado inicialmente. Por isso, o título da reportagem foi corrigido e o texto, atualizado.

As Polícias Civis e Militar do Espírito Santo investigaram o possível envolvimento de dois soldados da PM no assassinato de Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, morto a tiros na madrugada deste domingo (16), no bar do Gordinho Sambão, em Vitória. No entanto, nesta segunda-feira (24), mais de uma semana após o crime, essa hipótese foi descartada.

De acordo com nota divulgada pela corporação militar, a corregedoria do órgão estava acompanhando as investigações junto à Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, “a fim de verificar a autoria do crime e a possibilidade da participação de militar”.

Um soldado era suspeito de ter atirado na vítima durante a festa. Ele ficou cerca de 10 minutos no estabelecimento e saiu após o crime, acompanhado de outro homem, que era suspeito de também pertencer ao corpo militar.

Polícia investiga se PMs participaram de homicídio em boate de Vitória
Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, foi morto a tiros no Bar Gordinho Samba, em Vitória
Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, foi morto a tiros no Bar Gordinho Sambão, em Vitória. (Acervo pessoal)

A polícia foi acionada para verificar uma ocorrência de homicídio no bar localizado no em Mário Cypreste. Pelas câmeras de segurança, que estavam atrás dos banheiros químicos, de acordo com os policiais que foram ao local, foi possível identificar o homem que efetuou os tiros.

Conforme o Boletim de Ocorrência, o atirador tinha a vítima como alvo, pois ele ficou pouco tempo no estabelecimento. De acordo com o documento, o atirador vestia camisa marrom clara ou bege, bermuda de cor branca e chinelo. O outro suspeito estava com camisa preta e bermuda clara.

O bar conta com um livro de registro das armas de fogo dos agentes de segurança pública que entram no recinto, com informações sobre o portador, o número do armamento, horários de entrada e saída, além de dados pessoais, como RG e cargo.

Na procura pelos assassinos, a polícia identificou nas imagens do estabelecimento que os policiais registrados estavam com vestimentas semelhantes aos dos possíveis autores do crime e que foram embora logo após os disparos. Os dois militares investigados são soldados.

Um deles solicitou que a hora da saída do estabelecimento fosse alterada para vinte minutos antes do homicídio, de acordo com uma testemunha, mas que o pedido ao bar não foi atendido.

Outro indício do envolvimento dos PMs tem relação com os cartuchos encontrados na cena do homicídio que são de calibre 9MM, o mesmo das armas dos soldados.

Outra vítima

Segundo a nota da PM, a área do assassinato foi isolada e a Polícia Civil acionada. Uma mulher, de 20 anos, foi baleada na perna direita e foi socorrida pelo Samu para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência.

Já a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da DHPP de Vitória. “Outras informações não serão divulgadas, no momento, para não atrapalhar as investigações. O corpo foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares”, informa a nota

Em nota, a direção do Gordinho Sambão e toda sua equipe, informa que todos ficaram consternados com o crime e lamentam profundamente o ocorrido nesta madrugada.

“A casa de shows reforça que o seu esquema de segurança segue com rigidez todas as normas estabelecidas, e garante que este foi um fato isolado. A casa segue à disposição das autoridades competentes para prestar todo o auxílio na elucidação do caso, como vem fazendo desde o ocorrido.”

Entenda o caso

Eduardo curtia um show na casa Gordinho Sambão quando foi alvejado com diversos tiros, por volta de  1h30 da manhã. Ele morreu na hora. Ele cumpriu pena por tráfico de drogas entre 2015 e 2022, conforme informou a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). No site do Tribunal de Justiça (TJES) consta processos criminais em tramitação contra ele.

O que disse a PM

Na madrugada deste domingo (16), policiais militares foram acionados para verificar uma ocorrência de homicídio em um bar localizado no bairro Mario Cypreste, Vitória. No local, foi constatado que um homem de 32 anos foi a óbito no local. A equipe providenciou o isolamento da área e a Polícia Civil foi acionada. Uma mulher foi baleada na perna direita e foi socorrida pelo Samu para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência. Ninguém foi detido. A Corregedoria da Polícia Militar informa que está acompanhando as investigações junto com a DHPP, a fim de verificar a autoria do crime e a possibilidade da participação de militar.

Hipótese descartada

A Polícia Civil apresentou a nova versão dos fatos em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), apontando que não houve participação de policiais militares no assassinato. A suspeita inicial foi divulgada pouco depois do crime, na confecção do boletim de ocorrência realizado por integrantes da Polícia Militar.

Em uma nova apresentação dos fatos, agora com imagens gravadas dentro da casa de shows, é possível ver a chegada de dois policiais militares. Antes tratados como suspeitos, a Polícia Civil entende que os dois não tiveram participação no crime. As imagens mostram que os dois chegam a passar, uma hora antes do crime, ao lado do atirador. No momento em que o suspeito tentava sair do estabelecimento pela porta de entrada, os policiais entravam na casa de shows.

"Os policiais militares aparecem entrando na casa de shows e passam ao lado do atirador. É claro que eles não sabiam quem era ele. E os mesmos policiais saíram do Gordinho após o crime e chegaram a prestar socorro à vítima", disse o delegado Marcelo Cavalcanti, da DHPP de Vitória.

Com informações de Eduardo Dias, da TV Gazeta.

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