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PF mira fornecedores de armas de facção do ES com núcleos operacionais

PF mira fornecedores de armas de facção do ES com núcleos operacionais

Grupo que atua dentro e fora de presídios é investigado por envolvido com tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e até segurança privada clandestina

Felipe Sena

Repórter / [email protected]

Publicado em 17 de junho de 2025 às 10:49

 - Atualizado há 21 dias

Material apreendido em nova fase da operação Selati
Material apreendido em nova fase da operação Selati Crédito: Divulgação PF

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (Ficco/ES) deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), a Operação Selati II, que investiga uma organização criminosa com atuação dentro de presídios do Espírito Santo e também nas ruas. O grupo estaria envolvido com tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e até segurança privada clandestina. Desta vez, segundo divulgado pela Polícia Federal (PF), estão na mira da corporação fornecedores de armamentos da organização. 

Conforme divulgado pela PF, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um de suspensão de registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). A operação ocorreu em Viana e Cariacica, na Grande Vitória.

As investigações apontaram que os alvos da Operação Selatti II seriam fornecedores de armas da organização criminosa já parcialmente desarticulada em maio, na primeira etapa da ação. Na ocasião, os agentes descobriram uma empresa de fachada que atuava ilegalmente como empresa de segurança privada, mesmo após ter sido fechada pela Polícia Federal. A empresa teria ligação direta com o grupo criminoso e estaria envolvida no controle de territórios dominados por traficantes, principalmente na região de Padre Miguel, em Viana.

Durante a análise de materiais apreendidos na primeira fase da operação, os investigadores chegaram a um instrutor de tiro com registro de CAC que estaria usando sua autorização para adquirir armas legalmente e depois desviá-las para o comércio ilegal. Ele também seria responsável por fornecer munições ao grupo criminoso. Nesta terça-feira, a PF apreendeu uma pistola Glock, dois celulares e materiais usados na empresa clandestina de vigilância armada.

Grupo criminoso organizado em núcleos

A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 9 de maio deste ano, com objetivo de combater a organização criminosa com atuação em Viana e Cariacica, na Grande Vitória. A ação realizada pela Ficco/ES) apontou que o grupo agia até mesmo de dentro de presídios do Espírito Santo. A facção, conforme as investigações, era envolvida com tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e segurança privada clandestina. 

Uma operação contra uma organização criminosa foi realizada na manhã desta sexta-feira (9) nos municípios de Viana e Cariacica, na Grande Vitória. Segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram que o grupo agia até mesmo de dentro de presídios do Espírito Santo. 

Na ocasião o advogado Jerick Marques de Souza, apontado com um dos envolvidos no esquema, foi preso. Além dele, outra advogada, que está foragida, é alvo da Polícia Federal. Além dos mandados cumpridos, houve apreensão de bens móveis e imóveis, e ainda o bloqueio de contas bancárias, aplicações financeiras e ativos patrimoniais – com valor total estimado em R$ 2,6 milhões. 

Conforme as investigações, a facção contava com uma estrutura criminosa bem organizada, com diferentes ramosde atuação. Durante as apurações, foi descoberto que a existência de núcleos no grupo. São elas:

  • Núcleo Gerencial: verificou-se que, após a prisão em flagrante realizada, a coordenação operacional passou a ser exercida por outros integrantes, com o apoio de subordinados responsáveis pela logística e transporte das drogas. 
  • Núcleo Técnico: foram identificados advogados que, de forma consciente e frequente, atuavam como intermediários para o repasse de ordens criminosas entre o líder preso e os demais membros. 
  • Núcleo Financeiro: era responsável pela sustentação econômica da organização, ao movimentar e produzir recursos financeiros por meio dos negócios ilícitos.
A ação foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO/ES) por Divulgação | Polícia Federal

O que é a Ficco|ES

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO/ES), coordenada pela Polícia Federal (PF), é composta pelas Polícias Militar (PMES), Civil (PCES), Penal (PPES), pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), e pelas Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana.

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