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Publicado em 5 de abril de 2024 às 08:50
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), ofereceu denúncia contra Cleilton Santana dos Santos, acusado de matar a ex-namorada grávida Íris Rocha de Souza, em janeiro deste ano, no município de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo. O órgão pede a condenação do denunciado por "feminicídio praticado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito, além de provocar aborto sem o consentimento da gestante".>
Íris Rocha, que tinha 30 anos, foi encontrada morta em uma estrada de chão em Alfredo Chaves no dia 11 de janeiro. Ela estava com perfurações na região do tórax e o corpo coberto de cal, para ocultar a localização, disfarçar o odor e agilizar o processo de decomposição. Os familiares só ficaram sabendo do caso quatro dias depois, quando foram reconhecer o corpo no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim. A vítima estava grávida de oito meses, de uma menina que se chamaria Rebeca. >
Segundo as investigações da Delegacia de Alfredo Chaves, no dia 10 de janeiro o suspeito foi visto buscando a enfermeira no local de trabalho dela, e, a partir desse momento, amigos e familiares perderam o contato com a vítima. No dia 11 de janeiro, moradores relataram indícios de sangue na estrada próxima à região de Carolina, levando a equipe policial ao local onde o corpo de Íris Rocha foi encontrado, a uma distância de, aproximadamente, um metro da estrada.>
No dia 18 de janeiro, Cleilton foi preso em Viana. Em março deste ano, a Polícia Civil informou ter concluído as investigações do caso. De acordo com a corporação, um dos pontos investigados como motivação do crime era o fato do ex-namorado ter dúvidas sobre a paternidade do filho que a vítima esperava, mas resultados do exame de DNA comprovaram que ele era o pai de Rebeca.>
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No dia 5 de outubro de 2023, Íris registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sofrido agressão do então namorado, Cleilton, preso nesta quinta-feira. À época, eles estavam juntos havia cinco meses, e a enfermeira estava grávida de 15 semanas. Ela relatou que os dois estavam conversando quando o homem deu um golpe de "mata-leão". A vítima chegou a desmaiar. >
Quando recuperou os sentidos, ela estava com o nariz sangrando e tossindo. O próprio agressor teria dado banho na enfermeira, que depois foi trabalhar. Ao contar o que aconteceu para uma colega, Íris foi incentivada a registrar o boletim de ocorrência. Na ocasião, ela solicitou medida protetiva.>
A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Ufes, e atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), na Capital. Conforme explicou a instituição, ela coordenava o estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica no Brasil. >
Além da bebê que esperava, Íris deixou um filho de 8 anos. Durante o velório no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, familiares contaram à TV Gazeta que a neném chegou a passar por autópsia e foi recolocada no ventre da mãe, para ser sepultada junto dela. >
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