Um médico de 67 anos foi preso após ir até a Unidade de Saúde de Jardim Colorado, em Vila Velha, onde ele trabalhava, e ameaçar funcionários. O caso aconteceu na quarta-feira (6). Carlos Figueiredo Junior chegou a ser encaminhado a um presídio, mas teve liberdade provisória sem fiança concedida pela Justiça em audiência de custódia.
Conforme boletim de ocorrência, ao qual A Gazeta teve acesso, agentes da Guarda Municipal foram até a unidade de saúde após a coordenadora informar que havia sido ameaçada pelo médico. Segundo ela, Carlos dizia: "Cuidado, isso não vai ficar assim, não, fica esperta".
No boletim de ocorrência consta que, conforme relatos de testemunhas, Carlos estava alterado e falando alto. O médico precisou ser algemado e foi levado até a Delegacia Regional de Vila Velha. Segundo a Polícia Civil, o suspeito foi autuado em flagrante por tentativa de injúria, ameaça, desobediência, desacato e peculato, e foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha informou que o médico havia sido admitido por contrato de trabalho temporário e desligado da rede no último dia 30 de novembro, devido a queixas feitas pelos usuários e também por funcionários da unidade de saúde onde ele atuava.
"Na manhã desta quarta-feira (6), o médico se dirigiu à US e proferiu diversas ofensas e ameaças à coordenadora do local e aos demais servidores, que acionaram a Guarda Municipal. Após ameaçar os funcionários, o médico, que estava bastante alterado, foi conduzido ao DPJ (Delegacia Regional) de Vila Velha e no caminho também ameaçou os agentes", completou a prefeitura.
O médico passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (7). Na decisão, a juíza Cristiania Lavínia Mayer aponta que os elementos da prisão em flagrante indicam que a liberdade do homem de 67 anos “não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita”.
No texto, a magistrada concede a liberdade provisória sem fiança ao médico, destacando que ele deve cumprir as seguintes medidas cautelares:
A juíza esclarece na decisão que caso o autuado descumpra qualquer condição imposta, poderá ter decretada a prisão preventiva dele.
Acionado pela reportagem, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), que representa a categoria, informou que não foi procurado pelo médico Carlos Figueiredo Junior na ocasião da demissão ou após ser detido. Frisou ainda que não recebeu contato dos advogados do colega médico, portanto não tem informações a respeito do caso.
"O Simes está aberto ao atendimento jurídico de profissionais médicos em toda e qualquer situação e à disposição do profissional para ouvi-lo e exercer seu papel de entidade sindical. O colega médico ou seus representantes legais podem entrar em contato com o Sindicato pelo telefone 2104-6060", destacou o órgão.
A Gazeta também tenta contato com Carlos, e ressalta que este espaço está aberto a um posicionamento.
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