A juíza Gisele Souza de Oliveira, da 4ª Vara Criminal de Vitória, optou por manter preso o empresário Ayres Francisco dos Santos, de 39 anos, detido no dia 6 de agosto ao ser acusado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de utilizar o próprio estabelecimento, localizado em Jardim Camburi, na Capital, para cometer crimes de falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema, além de ameaça. A decisão foi tomada durante audiência realizada na tarde desta terça-feira (11).
A magistrado acatou o pedido do MPES, que foi contra a soltura do acusado, até o devido esclarecimento dos fatos. Além disso, a juíza destacou que a prisão foi mantida por conta de Ayres ter tentado influenciar o depoimento de supostas vítimas, existindo, inclusive, relatos de ameaça a uma das testemunhas lesadas pelo acusado em um golpe.
A juíza determinou ainda que a delegada da Delegacia Especializada em Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), Rhaiana Bremenkamp, trabalhe para que os veículos das vítimas que foram apreendidos pela polícia sejam devidamente devolvidos a seus proprietários.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
Segundo a titular da Defa, Rhaiana Bremenkamp, o golpe era praticado por Ayres Francisco dos Santos utilizando a oficina mecânica de propriedade dele. "Ele angariava clientes e, a partir do momento que esses carros eram consertados, demorava de seis meses a um ano para estes veículos ficarem prontos. A vítima desistia e acabava vendendo para o acusado", explicou Rhaiana.
A delegada disse que o empresário nunca pagou por esses carros e as vítimas começaram a entrar na Justiça Cível. Cerca de 11 vítimas fizeram denúncias. A partir do momento em que ele começou a ser investigado, o empresário começou a cometer crimes de ameaça, falsificação de documentos e inserção de dados falsos no sistema do Detran-ES.
A polícia, então, cumpriu um mandado de busca e apreensão na oficina de Ayres, onde foram encontrados diversos contratos de compra e venda de veículos e até algumas notificações das vítimas em questão.
O empresário foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana e vai responder por estelionato, falsificação de documentos públicos e inserção de dados falsos no sistema do Detran-ES.
A reportagem tentou contato com a defesa do acusado, mas as ligações não foram atendidas.
VEJA VÍDEO
Gravação mostra o momento em que o empresário é colocado na viatura da Polícia Civil para ser encaminhado ao Centro de Triagem de Viana.
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