Estagiário / [email protected]
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Publicado em 5 de março de 2025 às 14:22
Um homem de 25 anos morreu, na madrugada da última terça-feira (4), após uma confusão com policiais militares durante o final de um evento carnavalesco na Barra do Jucu, em Vila Velha. Segundo a corporação, o jovem teria xingado os agentes e tentado tomar a arma de um deles. Houve tumulto e o rapaz chegou a lutar com um dos militares. Ele foi detido e levado para o hospital, já que estava com escoriações pelo corpo, mas não resistiu.>
A vítima foi identificada como Diego Cajueiro, que já trabalhou como gari. A presidente Sindilimpe/ES, Evani dos Santos, contou à reportagem que ele havia saído do emprego em novembro do ano passado, mas que estava em busca de uma nova oportunidade na área de limpeza. >
"Conversávamos, e ele me pediu ajuda para voltar a trabalhar. O velório foi muito dolorido. Muitos familiares e amigos estiveram presentes. Era um menino muito bom”, contou. O enterro aconteceu às 13h desta quarta-feira (5) em um cemitério municipal em Ponta da Fruta, no mesmo município.>
De acordo com a Polícia Militar, tudo começou com um patrulhamento, por volta das 22h de segunda-feira (3), horário em que eventos de carnaval já não eram mais permitidos. Segundo a corporação, um grupo de sete pessoas estava perto de barracas, na praça, e Diego teria xingado um dos militares. >
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"Devido ao crime de desacato, os militares desembarcaram da viatura e caminharam na direção do suspeito, que estava junto ao grupo, visivelmente alterado. Foi dada voz de abordagem ao indivíduo, porém ele e outros três suspeitos se deslocaram na direção da equipe. Um deles desferiu chutes e socos contra um dos militares que tentava repelir a agressão através de técnicas de imobilização. Simultaneamente, o suspeito de 25 anos se deslocou na direção de outro militar e também desferiu chutes e socos contra o PM, que fez uso da força e do bastão para repelir a agressão", declarou a PM. >
No meio da confusão, a PM disse que Diego teria tentado pegar a arma de um dos policiais e, em seguida, teria lutado com outro militar. "O policial foi agredido no rosto, gerando uma lesão próxima aos olhos. O indivíduo também tentou se apropriar e sacar a arma deste militar, porém sem sucesso, visto que o armamento estava devidamente coldreado. Neste momento, o outro policial, vendo a situação, se aproximou e utilizou o bastão para impedir as agressões contra o colega de serviço. Em seguida, o indivíduo foi imobilizado pelos dois militares", afirmou a PM.>
Gisele Cajueiro, de 27 anos, cuidadora de idosos e irmã da vítima, presenciou toda a confusão e contou que foi ao local curtir a folia junto ao irmão e marido. A cunhada e outros amigos também participavam do evento. Em certo momento, uma viatura da Polícia Militar com quatro militares teria passado por eles e um dos PMs teria xingado o marido dela, um barbeiro de 25 anos. Ele então teria revidado as ofensas e, logo depois, a viatura retorna em direção a eles. >
“O policial que xingou veio em direção ao meu marido e deu um tapa na cara dele. A reação do meu marido foi ir para cima do policial, que caiu após receber dois socos. Em seguida, um segundo policial tentou acertar meu marido com um cassetete”, disse. >
Segundo ela, foi nesse momento que Diego se envolveu e começou a troca de agressões. Os militares teriam disparado balas de borracha contra o marido de Gisele, que estava de costas e foi atingido. “Meu marido saiu correndo em direção a praça e meu irmão foi pela calçada. Um dos policiais foi até o meu irmão, algemaram ele e levaram para trás de uma Kombi”, descreveu.>
Devido à confusão generalizada, Gisele se perdeu. Em um momento em que ela já não estava próxima ao irmão, uma testemunha contou que um dos policiais foi até Diego, o algemaram, o levaram para trás de um carro e começaram a agredi-lo. >
“O laudo da morte apontou traumatismo craniano e hemorragia intracraniana. Ele teve apenas ferimentos na cabeça e nenhuma no corpo. Meu irmão estava errado por revidar, mas ele já estava algemado e imobilizado. Não precisava de tanta violência”, finalizou.>
Ainda segundo a familiar, em meio ao tumulto os policiais usaram gás lacrimogêneo e deram tiros de bala de borracha para dispersar a multidão (veja no vídeo acima). Diego, que estava com escoriações pelo corpo, foi levado para o hospital. Já na unidade de saúde, ele não resistiu e morreu. >
A Polícia Civil informou, em nota, que só após exames é que será possível confirmar a causa da morte do jovem. "O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, para ser identificado e para ser feito o exame cadavérico. As circunstâncias do fato serão investigadas", completou a corporação.>
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