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Invasão de escola em Vitória: "Queria matar de 6 a 7 pessoas", diz major

Invasão de escola em Vitória: "Queria matar de 6 a 7 pessoas", diz major

De acordo com o comandante da 12ª Companhia Independente, a polícia chegou ao local em menos de um minuto; intenção do jovem invasor era cometer os crimes e ser morto em seguida

Publicado em 19 de agosto de 2022 às 18:31

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A intenção do jovem de 18 anos que invadiu uma escola municipal de Vitória nesta sexta-feira (19) era matar de seis a sete pessoas, segundo relatou o comandante da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar, major Isaac Rubim, em entrevista à reportagem de A Gazeta. O ex-aluno invadiu a escola com armas brancas. Ele foi levado para a delegacia e detalhou a intenção aos militares. O detido não teve o nome divulgado.

De acordo com o comandante, o jovem disse à guarnição que tinha a intenção de matar seis ou sete pessoas antes de forçar um confronto com os policiais para ser morto em seguida. O ex-aluno não detalhou se entrou na escola com os alvos em mente, disse o major.

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Ele falou que a intenção dele era matar de seis a sete pessoas e depois forçar o confronto com a polícia para ser morto. Então ele entrou com intenção de matar pessoas. Não falou em alvos definidos, mas disse que mataria de seis a sete pessoas

Major Isaac Rubim
Comandante da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar
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O rapaz entrou na no colégio Éber Louzada Zippinotti na tarde desta sexta (19) e foi levado para a Delegacia Regional de Vitória pela Polícia Militar.

PM EVITOU TRAGÉDIA

"A gente imagina que tenha evitado uma tragédia". Essa foi a avaliação do comandante da 12ª Companhia Independente, major Isaac Rubim, que acompanhou a operação responsável por impedir que um jovem de 18 anos usasse o arsenal de flechas, facas e bombas dentro de uma escola em Jardim da Penha, Vitória, na tarde desta sexta-feira (19).

Segundo o major, o acionamento rápido e a chegada quase imediata da Polícia Militar ao local contribuíram para que o pior não acontecesse.

Ainda de acordo com o major, existe uma parceria entre moradores do bairro e a Polícia Militar chamado de "policiamento comunitário", favorecendo o trabalho de segurança. A equipe, de acordo com o militar, chegou à escola menos de um minuto após ter sido acionada.

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A gente imagina que tenha evitado uma tragédia. Isso aconteceu por causa do policiamento comunitário e um contato rápido de um morador com um militar da equipe. A Polícia Militar chegou em menos de um minuto. Isso foi o que evitou a tragédia

Major Isaac Rubim
Comandante da 12ª Companhia Independente
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ARSENAL

Em entrevista à reportagem de A Gazeta no fim da tarde de sexta (19), o major chamou a atenção para os objetos que estavam com o jovem, entre flechas, facas e garrafas com coquetel molotov.

Perguntado sobre a motivação, o major Isaac Rubim afirmou que desde a chegada da polícia no local até a ida para a delegacia, o jovem não detalhou ou apontou as razões para invadir o ambiente escolar.

"Não disse motivação, não disse se queria matar alguém, não disse nada. Está calado na delegacia", relata o major.

O ex-aluno foi levado para a delegacia. O caso deve ser entregue à Polícia Civil, que irá ouvir o jovem, de acordo com o comandante. No momento em que o suspeito era detido, disse que "queria aloprar uma galera". Segundo major Isaac Rubim, uma criança ficou "levemente ferida" ao ter uma flecha apontada para o rosto.

BARRICADAS COM CARTEIRAS

Alunos de outras salas do colégio fizeram barricadas com carteiras para impedir a entrada do suspeito.  Em seguida, o homem pulou o muro para fora da escola para tentar pegar a mochila com as bombas, mas percebeu que havia uma grande movimentação de pessoas e entrou novamente no colégio. Neste momento, ele foi contido.

Alunos fizeram barricada com carteiras para tentar impedir entrada de suspeito nas salas
Alunos fizeram barricada com carteiras para tentar impedir entrada de suspeito nas salas. (Leitor | A Gazeta)

QUEM É O SUSPEITO?

Segundo a Polícia Civil, o detido tem 18 anos. A ocorrência foi encaminhada ao Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), onde ainda está em andamento no plantão vigente.

"Somente após a ocorrência ser entregue e a finalização das oitivas da ocorrência teremos informações do procedimento que será adotado pelo delegado plantonista com o detido", finalizou.

Policiais militares disseram à reportagem da TV Gazeta, que o jovem é ex-aluno da escola. O nome dele, porém, não foi divulgado.

O QUE DIZ A PREFEITURA DE VITÓRIA

Procurada pela reportagem de A Gazeta no início da tarde, a Prefeitura de Vitória informou, por volta das 17h30, que agentes da Guarda Municipal permanecem patrulhando o local para garantir a segurança dos servidores e estudantes. Disse ainda, em nota, que fará instalação de uma concertina, uma espécie de arame, no portão do corredor de serviços, local onde ex-aluno passou durante invasão.

Uma equipe da Secretaria de Educação foi ao local para apurar os fatos e dar suporte à comunidade escolar.

Prefeitura de Vitória | Nota na íntegra

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) informa que tão logo acionada, a Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV) enviou equipes ao local para acompanhar a Polícia Militar, que deteve o aluno e está à frente da ocorrência. Balestra, coquetel molotov e facas foram apreendidos com o suspeito. 

Agentes da GCMV permanecem patrulhando o local e realizando ponto base para garantir a segurança de servidores e estudantes.

Uma equipe técnica da Secretaria de Educação (Seme) está no local para apurar os fatos e dar todo suporte à comunidade escolar. Os estudantes, profissionais e colaboradores estão sendo acolhidos e já na segunda-feira será iniciado um trabalho de práticas restaurativas.

O estudante que teve o rosto arranhado foi acolhido e, após a detenção do suspeito, a família foi chamada à unidade de ensino. A mãe da criança foi acolhida e orientada a registrar Boletim Unificado. 

O suspeito tentou invadir a escola pelo portão e teve acesso negado pelo porteiro. O cidadão tentou forçar o portão a abrir, mas teve as tentativas frustradas pelo profissional na portaria. 

Depois disso, o mesmo escalou a grade externa da escola, que dá acesso a um corredor de serviços. Após esse corredor, ele conseguiu acessar as dependências da unidade de ensino. 

Desse portão, que dá acesso ao pátio, ele foi visto por servidores, que correram para a sala dos professores e se fecharam lá, passando a avisar os demais profissionais da escola para trancarem suas salas de aula. 

A Secretaria de Educação já fez uma vistoria técnica na unidade de ensino e, neste fim de semana, fará a instalação de uma concertina no portão do corredor de serviços.

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