Muito abalada e assustada, a jovem de 21 anos, vítima de um estupro coletivo em um quarto de hotel em Linhares, neste domingo (22), contou, à reportagem do Gazeta Online, que mantinha um relacionamento com Gabriel Rodrigo Celestino, 24.
Segundo ela, o empresário de um DJ a deixou nua no quarto quando cinco pessoas da equipe entraram e insistiram para manter relação sexual com ela. A vítima diz que negou, mas foi violentada por dois, os acusados Victor Hugo Cândido Alves e Richerd Lobão dos Santos, ambos de 20 anos.
Como tudo aconteceu?
O Celestino e eu já ficávamos há muito tempo. Teve o show aqui (em Linhares), a gente trocou mensagem e marcou de se ver. Fomos ao show, de madrugada acabou, e eu já tinha combinado de ir para o hotel. Fui na van com ele e os meninos. Não tinha só eu de mulher na van, tinha outras moças que estavam com um rapaz que não está envolvido.
E o que ocorreu no hotel?
O Celestino e eu fomos para o quarto sozinhos. Começamos a ficar e nem deu 20 minutos, os meninos entraram no quarto. Primeiro entrou um e depois chegou o restante. Estávamos nus. Eu não tive reação, só perguntei: Celestino, o que é isso?, e peguei o lençol e me tapei. Ele vestiu a roupa e não me respondeu. Antes de sair do quarto ele só disse que não podia fazer nada, e me deixou no quarto com os rapazes.
Foi quando a estupraram?
Eles falaram que o Celestino não ficaria com ciúmes e que ninguém iria saber de nada. Eu falava que não, que não, e os meninos insistindo. Então me forçaram a fazer sexo oral e outras coisas que prefiro nem lembrar. Depois de tanto falar que não, o DJ desistiu e outros também. O DJ não encostou a mão em mim, mas tinha três que insistiram. Depois os outros saíram do quarto e só ficou um, o Lobão. Foi quando o Celestino voltou para o quarto.
E o que aconteceu?
Me desesperei, perguntei como ele tinha coragem de fazer isso comigo. Vesti minha roupa e fui para o elevador, onde encontrei um rapaz que estava hospedado no hotel. Ele me viu chorando, desesperada, e me deu carona até minha casa. Foi quando eu tive a iniciativa de denunciar.
TRÊS PRESOS
Três suspeitos de um estupro coletivo contra uma jovem de 21 anos em um hotel, após um baile funk, em Linhares, foram presos na tarde deste domingo (22). Eles fazem parte da equipe de um DJ de Vitória, que veio para o município do Norte do Estado para se apresentar em uma boate no bairro Três Barras na noite deste sábado (21). Outros três jovens também foram acusados pela vítima, mas foram ouvidos na 16ª Delegacia Regional de Linhares e depois liberados.
Gabriel Rodrigo Celestino, de 24 anos, Victor Hugo Cândido Alves, de 20 anos, e Richerd Lobão dos Santos, de 20 anos, foram presos acusados de participação no estupro coletivo. A informação é do delegado plantonista Eudson Ferreira Bento.
O exame de corpo de delito confirmou o estupro. O Gabriel, que mantinha um relacionamento com a vítima, foi quem instigou os outros suspeitos a cometer o estupro, explicou o delegado. Ainda segundo ele, os suspeitos estão detidos na delegacia e devem ser transferidos para o Presídio de Xuri, em Vila Velha, nesta segunda-feira (23).
EM QUARTO DE HOTEL
O estupro coletivo teria acontecido na manhã deste domingo, em um hotel do Centro de Linhares onde o DJ e sua equipe ficaram hospedados após o baile funk na boate. De acordo com o que a vítima disse em depoimento à polícia, Gabriel, Victor, Richerd e os outros três jovens mantiveram relação sexual com ela sem consentimento. Ao delegado, um dos suspeitos liberados, de 18 anos, negou participação. Já os outros cinco disseram que a relação foi consensual.
O OUTRO LADO
Os advogados de defesa afirmaram que não havia provas de autoria e nem materialidade contra os três suspeitos que foram liberados. Sobre os três detidos, a defesa afirmou que não há provas contundentes contra eles e que a relação sexual foi consentida. Questionados sobre o exame de delito, que confirmou o estupro, os advogados alegaram que as lesões na vítima são compatíveis com uma relação sexual consensual.
O DJ que se apresentou no baile funk e foi liberado após depoimento na delegacia postou um vídeo em sua rede social, na tarde de domingo (22), e negou o crime. O boato que está rolando é tudo mentira, defendeu-se. O nome dele não foi divulgado pela polícia, pois ele foi liberado.
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