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'Dor diária': carta revela dor da família de professor de jiu-jítsu morto no ES

'Dor diária': carta revela dor da família de professor de jiu-jítsu morto no ES

Ex-namorada da vítima e namorado da mulher estão presos pelo crime, que teria sido motivado por ciúmes; Stanley Stein foi assassinado em Araçás, Vila Velha, em fevereiro deste ano

Felipe Sena

Repórter / [email protected]

Publicado em 15 de maio de 2025 às 09:54

Stanley com o filho
Stanley com um dos alunos, de 8 anos Crédito: Acervo pessoal

Após a Polícia Civil concluir o inquérito policial do assassinato de Stanley Stein, morto aos 48 anos em uma rua do bairro Araçás, em Vila Velha, em fevereiro deste ano, a família do professor de jiu-jitsu se manifestou sobre o caso, por meio de uma carta aberta enviada à reportagem de A Gazeta na manhã desta quinta-feira (15). No texto, assinado por Danubia Stein, irmã dele, é dito que o crime "não é apenas a perda de uma vida, mas a destruição da história de uma família inteira". A vítima deixa dois filhos: uma menina de oito anos e um jovem de 19.

Um professor de jiu-jitsu foi morto a tiros na manhã desta sexta-feira, em Araçás, Vila Velha

O crime aconteceu em uma rua movimentada, onde Stanley morava com os pais, e foi registrado por câmeras de videomonitoramento (veja acima). Em coletiva de imprensa na tarde de quarta-feira (14), a polícia divulgou que Nicole Aparecida Muniz Liberato, de 23 anos, ex-namorada da vítima, e Rhaylan Moraes de Almeida, de 35 anos, com quem ela manteve um relacionamento após o término com Stanley, foram presos pelo assassinato. As investigações apontaram que, um dia antes de cometer o crime, Rhaylan chegou a ir ao mesmo local para cometer o homicídio, mas desistiu ao ver o professor acompanhado da filha. O assassinato aconteceu no dia seguinte, em 28 de fevereiro, assim que a vítima saiu de casa.

É revoltante saber que alguém, ao ver um pai com a filha nos braços, ainda assim manteve um plano cruel, sem qualquer justificativa. Stanley nunca teve atitudes que pudessem explicar ou provocar tamanha brutalidade

Danubia Stein

Irmã de Stanley

A carta também fala em uma "dor diária" sentida pela família do professor de jiu-jítsu desde o dia do crime, e lembra que Stanley Stein foi morto em frente à casa dos pais. Veja abaixo o texto na íntegra:

Carta da família de Stanley Stein

"As investigações foram concluídas, e o que fica é um profundo sentimento de revolta e tristeza. É difícil aceitar que tiraram a vida de alguém como o Stanley — um homem íntegro, dedicado à família, sempre presente nos momentos mais importantes, alguém que vivia para fazer o bem. Era amado pelos seus alunos, respeitado por todos que o conheciam, e a sua ausência não é apenas a perda de uma vida, mas a destruição da história de uma família inteira. 

Sua filha, hoje com apenas 8 anos, não terá o pai ao seu lado na valsa dos 15 anos, nem para levá-la ao altar. Seu filho, nas suas futuras conquistas e formaturas, não poderá sentir o abraço de orgulho do pai. Seus filhos crescerão sem o avô, e esse vazio será eterno. Fomos sempre muito unidos, mesmo após a separação de sua esposa — uma separação feita com respeito e amizade —, ainda assim continuavam unidos, sempre presentes na vida um do outro, e principalmente, na vida dos filhos. 

É revoltante saber que alguém, ao ver um pai com a filha nos braços, ainda assim manteve um plano cruel, sem qualquer justificativa. Stanley nunca teve atitudes que pudessem explicar ou provocar tamanha brutalidade. E, infelizmente, sabemos que em breve os responsáveis estarão de volta às ruas.

A dor diária é agravada pela incerteza sobre se a justiça será feita. O momento em que o pai, ajoelhado, viu o filho morrer diante de seus olhos permanece como uma ferida aberta que não cicatriza. Precisamos de ajuda. Precisamos que este caso não caia no esquecimento

Mas a nossa fé continua firme. Somos uma família construída sobre a rocha, e acreditamos que a verdadeira justiça vem de Deus. O que nos resta é a memória, a saudade, e a certeza de que ele vive em cada um de nós."

Relembre o caso

O professor de jiu-jitsu Stanley Stein foi assassinado a tiros no bairro Araças, em Vila Velha, no dia 28 de fevereiro deste ano, e as investigações da Polícia Civil apontaram que o crime foi motivado por ciúmes. O assassinato, segundo a corporação, foi planejado por Rhaylan Moraes de Almeida, de 35 anos, atual namorado da ex-companheira da vítima, Nicole Aparecida Muniz Liberato, de 23 anos. O casal foi preso e já é réu na Justiça por homicídio qualificado.

Nicole Aparecida Muniz Liberato, de 23 anos, e Rhaylan Moraes de Almeida, de 35 anos, foram presos pelo assassinato do professor de  Stanley Stein, de 48 anos, morto a tiros no bairro Araçás, em Vila Velha
Nicole Aparecida Muniz Liberato, de 23 anos, e Rhaylan Moraes de Almeida, de 35 anos, foram presos pelo assassinato do professor de Stanley Stein, de 48 anos, morto a tiros no bairro Araçás, em Vila Velha Crédito: Divulgação | Sesp

As investigações indicaram, segundo a Polícia Civil, que Nicole indicou a rotina de Stanley ao namorado, que passou a monitorar a vítima. No dia do crime, Rhaylan aguardou o professor de jiu-jítsu sair de casa e o atingiu com quatro tiros, dois deles fatais. O assassinato ocorreu em frente à casa dos pais da vítima e foi presenciado pelo pai dele.

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