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Publicado em 16 de setembro de 2024 às 13:38
Cerca de 45 mil produtos falsificados foram apreendidos em um armazém, que funcionava como distribuidora para lojistas, no Centro de Vitória, entre a última quinta-feira (12) e sexta-feira (13). O material, que incluía copos térmicos, garrafas, brinquedos, fones de ouvidos, carregadores e adaptadores de tomada, falsificados de marcas famosas como Stanley e Apple, foi avaliado em torno de R$ 2 milhões. Segundo a polícia, para além do crime, também há preocupação com a saúde do consumidor. >
A operação na distribuidora foi realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES). Segundo o delegado Eduardo Passamani, as falsificações eram muito bem feitas, ou seja, o consumidor comprava, muitas vezes, acreditando que se tratava de um produto original. Duas pessoas que estavam no local foram detidas.>
"O local era uma distribuidora que revendia basicamente no atacado, ou seja, fornecia para lojistas, principalmente comércio on-line. Conseguimos identificar que vários desses materiais iam para a região de Guarapari. Eram vendidos por um preço baixo ao lojista, que podia acabar entregando isso ao consumidor e ludibriando, até porque alguns produtos tinham selos de autenticidade e todos eles usavam os nomes de marcas conhecidas", detalhou o delegado.>
Cerca de 45 mil produtos falsificados são apreendidos em Vitória
Dois responsáveis que estavam na distribuidora foram detidos e vão responder em liberdade pelo crime de fraude ao comércio, que é quando vende-se um produto falsificado como sendo original. Ainda de acordo com o delegado, os responsáveis já foram identificados e podem responder por vários crimes, como: vender produtos fora das normas, induzir o consumidor a erro, fraude no comércio e propaganda enganosa, o que pode resultar em condenação de até 16 anos de cadeia. >
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O delegado ainda suspeita que os produtos falsificados vinham de São Paulo, por isso, a polícia de lá vai ser comunicada. "Está possivelmente ligado com a máfia chinesa de São Paulo. Vamos investigar quais lojas on-line estão ligadas a esses produtos e quais lojas da região de Guarapari estão vendendo para identificar e, se essas pessoas estiverem vendendo esse produto como original, vão responder por outro crime", ressaltou Passamani. >
Produtos falsificados não têm certificação e nem são monitorados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). E o que isso significa, na prática? Que não há garantia de que aquele material segue as normas para proteger a saúde do consumidor. >
"No caso do brinquedo, o maior prejuízo é para a criança, que leva tudo à boca. O brinquedo sem certificação não tem a confirmação de que a tinta dele não utiliza metais pesados que podem se desprender ao serem levados à boca: isso pode fazer uma doença na criança", ponderou Luiz Filipe Langoni, do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES). >
Já com relação aos adaptadores de tomada, o risco é de eles pegarem fogo. "A gente tem um índice muito alto no Estado de incêndios que aparentemente foram provocados por adaptadores ligados em ares-condicionados, secador de cabelo, fritadeira elétrica", detalhou Langoni. >
No caso dos copos térmicos, também há preocupação. "São vários riscos, principalmente de intoxicação. Identificamos copos que, com qualquer avaria superficial, eles começavam a descascar. Vimos que a marca original sofreu uma série de denúncias com relação a conteúdo de metal pesado, que ela justificou, e que ela é submetida a um controle rigoroso, uma coisa que esses produtos falsificados não são", comentou o delegado Passamani.>
Para ter certeza que um produto é original, é muito importante ficar atento à embalagem dele, aos selos e também se não há nenhuma avaria. Veja o resumo dos pontos a serem observados na hora da compra:>
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