Cerca de 45 mil produtos falsificados foram apreendidos em um armazém, que funcionava como distribuidora para lojistas, no Centro de Vitória, entre a última quinta-feira (12) e sexta-feira (13). O material, que incluía copos térmicos, garrafas, brinquedos, fones de ouvidos, carregadores e adaptadores de tomada, falsificados de marcas famosas como Stanley e Apple, foi avaliado em torno de R$ 2 milhões. Segundo a polícia, para além do crime, também há preocupação com a saúde do consumidor.
A operação na distribuidora foi realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES). Segundo o delegado Eduardo Passamani, as falsificações eram muito bem feitas, ou seja, o consumidor comprava, muitas vezes, acreditando que se tratava de um produto original. Duas pessoas que estavam no local foram detidas.
"O local era uma distribuidora que revendia basicamente no atacado, ou seja, fornecia para lojistas, principalmente comércio on-line. Conseguimos identificar que vários desses materiais iam para a região de Guarapari. Eram vendidos por um preço baixo ao lojista, que podia acabar entregando isso ao consumidor e ludibriando, até porque alguns produtos tinham selos de autenticidade e todos eles usavam os nomes de marcas conhecidas", detalhou o delegado.
Dois responsáveis que estavam na distribuidora foram detidos e vão responder em liberdade pelo crime de fraude ao comércio, que é quando vende-se um produto falsificado como sendo original. Ainda de acordo com o delegado, os responsáveis já foram identificados e podem responder por vários crimes, como: vender produtos fora das normas, induzir o consumidor a erro, fraude no comércio e propaganda enganosa, o que pode resultar em condenação de até 16 anos de cadeia.
O delegado ainda suspeita que os produtos falsificados vinham de São Paulo, por isso, a polícia de lá vai ser comunicada. "Está possivelmente ligado com a máfia chinesa de São Paulo. Vamos investigar quais lojas on-line estão ligadas a esses produtos e quais lojas da região de Guarapari estão vendendo para identificar e, se essas pessoas estiverem vendendo esse produto como original, vão responder por outro crime", ressaltou Passamani.
Produtos falsificados não têm certificação e nem são monitorados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). E o que isso significa, na prática? Que não há garantia de que aquele material segue as normas para proteger a saúde do consumidor.
"No caso do brinquedo, o maior prejuízo é para a criança, que leva tudo à boca. O brinquedo sem certificação não tem a confirmação de que a tinta dele não utiliza metais pesados que podem se desprender ao serem levados à boca: isso pode fazer uma doença na criança", ponderou Luiz Filipe Langoni, do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES).
Já com relação aos adaptadores de tomada, o risco é de eles pegarem fogo. "A gente tem um índice muito alto no Estado de incêndios que aparentemente foram provocados por adaptadores ligados em ares-condicionados, secador de cabelo, fritadeira elétrica", detalhou Langoni.
No caso dos copos térmicos, também há preocupação. "São vários riscos, principalmente de intoxicação. Identificamos copos que, com qualquer avaria superficial, eles começavam a descascar. Vimos que a marca original sofreu uma série de denúncias com relação a conteúdo de metal pesado, que ela justificou, e que ela é submetida a um controle rigoroso, uma coisa que esses produtos falsificados não são", comentou o delegado Passamani.
Para ter certeza que um produto é original, é muito importante ficar atento à embalagem dele, aos selos e também se não há nenhuma avaria. Veja o resumo dos pontos a serem observados na hora da compra:
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