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Publicado em 29 de setembro de 2025 às 19:20
Dois suspeitos foram presos na última quinta (25) após a polícia constatar um esquema de propaganda enganosa e golpes na venda de financiamentos. Os homens, de 25 e 26 anos, já haviam sido detidos no ano passado por realizarem golpes semelhantes, mas na modalidade de consórcio. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (29), em coletiva realizada pela Polícia Civil. O nome da dupla não foi informada. >
Na empresa, batizada de “Ômega Investimentos”, anúncios de financiamentos de veículos eram realizados por marketplace e sob a camuflagem de um modelo de consórcio com pirâmide, em que a vítima pagava um valor de entrada para receber o bem posteriormente, o que não acontecia. A sede empresa estava localizava em Gurigica, nas imediações da Avenida Leitão da Silva, em Vitória.>
No ano passado, um dos suspeitos já havia sido preso, enquanto o outro respondia em liberdade, por praticarem um crime semelhante. Ambos foram objeto de investigação na Operação Consórcio Fake, em que anunciavam um bem pela empresa “Santa Clara Investimentos” e se apropriavam do dinheiro fornecido pelas vítimas. >
Após a operação, os suspeitos pararam de anunciar o modelo de consórcio e migraram para o financiamento de veículos. A polícia informou que eles não possuíam autorização para esse tipo de ação. >
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Em um mês de atuação dos golpistas, o Procon e a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) passaram a receber denúncias das ações criminosas, levando a investigações do caso. >
“Identificamos nas ações a atuação das mesmas pessoas que trabalhavam na empresa Santa Clara e comunicamos ao juiz, que de imediato revogou a liberdade condicional. Fizemos a fiscalização do Procon e interditamos a empresa, prendendo tanto o proprietário quanto o gerente do estabelecimento”, disse o delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor.>
Durante a fiscalização em conjunto com o Procon, foram identificadas mais de 60 contratos assinados. Somando mais de R$ 150 mil reais de valores de entrada, o público alvo da dupla eram pessoas que pagavam valores baixos, em torno de R$ 2 mil a 3 mil reais. >
O modelo de atuação dos suspeitos não era de financiamento, mas de um consórcio com pirâmide, nomeado pela própria dupla como “fila de aquisição de bens”. Eles alegavam para os consumidores que juntariam o montante recebido e fariam uma aplicação financeira para, posteriormente, adquirirem o veículo. >
Contudo, o Procon constatou que essa modalidade não existia, uma vez que não havia sorteio ou ordem (como em um consórcio) e que não houve a entrega do bem.>
Os golpistas também reuniram um conjunto de técnicas para enganar vítimas, que acabou compilado no “Manual do Cliente Explosivo”, apreendido pela polícia. >
O guia serviria para instruir outros golpistas a praticarem ações semelhantes, como desligar ligações das vítimas e praticar atos coercitivos para vender sem que o comprador recebesse o produto e pudesse reclamar seus direitos. Fabrício Pangotto, diretor de Fiscalização do Procon Estadual do Procon, explicou que os suspeitos já haviam começado a contratar pessoas para treiná-las.>
Os suspeitos foram indiciados por crime de relação de consumo e podem ficar detidos de 2 a 5 anos. Outras pessoas que participaram das ações também podem responder por organização criminosa e estelionato. Além disso, o descumprimento do Código de Defesa do Consumidor penaliza os indivíduos com multas de até R$ 1 milhão, dependendo do prejuízo às vítimas. >
Pangotto alerta para propostas fáceis e exageradas e recomenda cautela antes de fechar qualquer contrato.
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“Desconfie de produtos baratos e promoções grandes. Cheque sempre a procedência em sites como o ‘Reclame Aqui’, que reúne todas as denúncias já feitas para estabelecimentos. Caso for adquirir um bem caro, procure estabelecimentos com tempo de mercado que te forneça garantias”.>
A reportagem tenta encontrar a defesa da empresa. O espaço segue aberto para um posicionamento.>
*Este texto foi escrito por Sara Ohnesorge, aluna do 28º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi editado e publicado por Murilo Cuzzuol.>
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