> >
Chefe do tráfico em Ourimar vivia em condomínio de luxo, na Serra

Chefe do tráfico em Ourimar vivia em condomínio de luxo, na Serra

A polícia informou que prender Marconi de Oliveira Lopes era um desafio, pois ele não saía para cometer os crimes, apenas dava as ordens

Publicado em 29 de março de 2018 às 17:29

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Pablo dos Santos Souza e Marconi de Oliveira Lopes foram detidos pela polícia. (Divulgação/Polícia Civil)

Um apartamento muito bem equipado em um prédio de um condomínio de luxo, no bairro Colina de Laranjeiras, na Serra. Este era o local de onde o atual comandante do tráfico de drogas do residencial Ourimar, Marconi de Oliveira Lopes, de 28 anos, organizava o comércio de entorpecentes e dava ordens para matar. Ele foi preso na manhã da última quarta-feira (28) pela Polícia Civil.

Marconi tinha três mandados de prisão em aberto por assassinato, dois deles em Ourimar. Ele comandava o tráfico da facção conhecida como Poorf, em Feu Rosa, bairro vizinho ao condomínio. Ele é apontado como mandante de todas as execuções, segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) da Serra.

Uma das pessoas que Marconi mandou matar foi o jovem Arthur Henrique Gonçalves Silva, 23. Ele foi executado durante um culto evangélico que acontecia dentro de um apartamento do condomínio Ourimar. O crime aconteceu por volta das 20h30 do dia 6 de fevereiro. Dez minutos depois, os mesmos assassinos, também a mando de Marconi, seguiram para Feu Rosa, onde executaram de Valneidson Moraes de Lima.

“Os dois crimes foram a mando de Marconi que voltava a comandar a região e não queria mais ninguém concorrendo no comércio de drogas com ele. As duas vítimas instalaram pontos de tráfico, Arthur em Ourimar e Valneidson em Feu Rosa, por isso foram mortos. Quem tentava atravessar o caminho de Marconi pagava com a vida”, observou o delegado Rodrigo Sandi Mori.

Os acusados pelas execuções foram presos. Outro mandado de prisão aberto contra Marconi é pela morte de Luciene Dutra Santos. O corpo da mulher foi encontrado no dia 28 de novembro de 2017 em um terreno de mangue localizado atrás do Condomínio Ourimar. “Nos crimes mandados por Marconi eram usadas escopetas calibre 12, os executores davam tiros no rosto da vítima, ou facas. É um grupo que age com extrema violência. Prender Maconi era uma desafio da DCCV da Serra pois ele não saía para cometer os crimes, apenas dava as ordens, e era temido pela população”, explicou Sandi Mori.

Além de Marconi, a equipe da DCCV Serra deteve Pablo dos Santos Souza, 20 anos. Ele estava no apartamento de Marconi e possuía dois mandados de prisão em aberto por duas tentativas de homicídios.

Marconi assumiu a venda de drogas no condomínio após sair da cadeia, no final de 2017. Ele foi preso em novembro pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Ficou apenas dois meses detido.

Segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, Marconi dava apoio ao grupo que instalou o tráfico de drogas no Condomínio Ourimar. Porém, no ano passado, em decorrência de sete homicídios praticados pelo bando, a DCCV Serra colocou 16 pessoas na cadeia por envolvimentos nos assassinatos. “As prisões dessa primeira geração de criminosos no condomínio levou Marconi a assumir o tráfico na área. Porém, ao prendermos ele por porte de arma, tanto o Arthur quanto o Valneidson tentaram traficar nos locais em que Marconi mantinha o domínio.

Este vídeo pode te interessar

Esse ano, um morador deixou de receber atendimento de uma ambulância do Samu pois traficantes tentaram roubar os equipamentos do veículo e também ameaçaram matar os funcionários. 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais