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Briga que terminou em morte de empresário teve "razões financeiras"

Briga que terminou em morte de empresário teve "razões financeiras"

Essa é a conclusão da Polícia Civil. O autor do crime e a vítima se conheceram em app de relacionamento. "Sempre teve o cunho patrimonial, de tirar vantagens", diz delegado

Publicado em 25 de julho de 2023 às 11:41

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Breno Ribeiro Freire, de 26 anos, que confessou ter matado o empresário David Dal Rio da Silva, 34 anos
À direita, Breno Ribeiro Freire, que confessou ter matado o empresário David Dal Rio da Silva, 34 anos (à esquerda). (Reprodução)
Errata Correção
25 de julho de 2023 às 16:13

A versão anterior deste texto afirmava que a discussão durante o sexo que motivou o assassinato do empresário teria sido de cunho sexual — alegação dada pelo denunciado como autor do crime. No entanto, o inquérito policial e a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo apontam que a briga ocorreu por razões financeiras. O texto e o título foram corrigidos.

A Polícia Civil concluiu que o empresário David Dal Rio da Silva, 34 anos, foi assassinado após uma briga por motivos financeiros entre ele e o autor do crime. Os dois se conheceram por meio de um aplicativo de relacionamento, e a discussão teria sido iniciada durante uma relação sexual entre a dupla. 

Segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da DHPP de Vitória, o denunciado como autor do crime apresentou à polícia uma versão diferente, alegando que a discussão que motivou a morte foi de cunho sexual, porém não foi o que apontou a conclusão do inquérito. No mesmo entendimento, seguiu o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) na denúncia já apresentada à Justiça estadual.

"Sempre teve o cunho patrimonial, de tirar vantagens quando se encontravam. O autor trabalha como operador de caixa e aí ele via que, a partir do momento que ele se relacionava com a vítima, tinha ganhos patrimoniais. Isso ficou claro na investigação e só se confirma após o crime, quando o autor furta o veículo da vítima, inclusive sendo preso com esse veículo um dia após o crime", disse Marcelo Cavalcanti.

Ainda conforme o titular da DHPP de Vitória, "Breno diz que fez arte marcial durante muito tempo. Apesar de a vítima ter um porte físico bem maior do que o do autor, Breno consegue imobilizar a vítima e a mata, utilizando de fio de ferro de passar roupa", completou Marcelo Cavalcanti. O jovem foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e, segundo o delegado, a denúncia já foi recebida pelo Poder Judiciário, tornando-o réu.

"Ele já ele não é simples de investigado, já é réu em ação penal pelo crime de homicídio qualificado pelo meio que ele empregou (asfixia), bem como foi indiciado pelo crime de furto com o aumento do abuso de confiança. Ele só teve acesso a toda essa situação porque conhecia a vítima por um aplicativo, começa a se relacionar com a vítima e, a partir dali, ganha confiança da vítima, fundando nessa tragédia", finalizou o delegado. 

Câmeras registaram movimentação 

Imagens mostram momentos antes e depois do assassinato do empresário morto dentro do próprio apartamento em Jardim Camburi, Vitória. Câmeras de segurança do edifício mostram a vítima com o jovem que confessou o crime.

Nos vídeos, obtidos pela TV Gazeta, é possível ver que David e Breno entram no elevador às 17h12. Os dois seguem até o apartamento do empresário. Cerca de três horas depois, às 20h06, Breno é visto acionando o elevador, sozinho. Nesse momento, David já está morto.

Em seguida, as imagens mostram o suspeito dentro do elevador ajeitando o cabelo e segue até a garagem do prédio, onde ele pega o carro da vítima e deixa o prédio.

O corpo de David foi encontrado somente na segunda-feira, 19 de junho, após uma amiga do empresário ir até o apartamento dele, porque ele não atendeu as ligações e não apareceu no trabalho.

A autoria do crime e como a vítima foi morta era um mistério, mas a Polícia Civil descobriu que o carro do empresário não estava na garagem. A corporação rastreou o veículo e descobriu que estava com Breno. Na tentativa de abordagem, o suspeito tentou fugir, dando início à perseguição, que se seguiu por diversas ruas de Vitória.

“Foram três cercos próximo à Avenida Dante Michelini, na Mata da Praia e em Jardim da Penha, e no terceiro cerco foi possível abordar o indivíduo e identificá-lo. Ele trafegou diversas vezes na contramão e em calçada, botando em risco a vida das pessoas que estavam trafegavam”, disse o cabo Boisco, da Polícia Militar, à reportagem da TV Gazeta.

Relacionamento com a vítima

Após a prisão, Breno Ribeiro Freire foi encaminhado para a Delegacia Regional de Vitória, autuado em flagrante pelos crimes de resistência, desobediência e dirigir sem habilitação, sendo encaminhado ao Centro de Triagem de Viana. Como já havia passado o tempo de flagrante, ele não foi autuado pelo crime contra o empresário.

Breno passou por audiência de custódia, onde teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva. Conforme consta na audiência, o juiz de direito afirma que a liberdade do suspeito se torna “temerária”, pois além de se evadir da abordagem policial, praticou manobras perigosas, expondo risco a outros cidadãos, além da confissão de Breno em relação ao homicídio do empresário.

Na audiência consta que Breno confessou na delegacia que conheceu a vítima por meio de aplicativo de relacionamento e que no domingo, 18 de junho, se encontraram. Ainda segundo a afirmação do suspeito, David teria desferido socos nele, ocasião em que Breno deu um golpe de mata-leão e, em seguida, o enforcou com um fio de ferro de passar roupas.

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