Trocar cartas pode parecer um costume antigo, mas o hábito tem sido usado por uma professora de Sooretama, no Norte do Estado, para incentivar os alunos a melhorar a escrita, estimular a leitura e ainda viajar pelo Brasil através das cartas. O projeto, que ironicamente surgiu após uma conversa entre educadores da escola pelo WhatsApp, começou em março deste ano e tem animado os estudantes do 5º ano do ensino fundamental.
De acordo com a professora Eliane Bravo, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Pedro Balbino de Menezes, que fica no Centro de Sooretama, os alunos que participam do projeto têm entre 9 e 12 anos. Em uma conversa com meus colegas, surgiu a ideia de ensinar as crianças a escrever cartas para melhorar a escrita e a leitura de uma forma lúdica, além de conhecer outras regiões do país, afirmou a educadora.
Eliane disse que a primeira carta que os estudantes escreveram foi coletiva, onde eles falaram sobre a escola onde estudam, contaram curiosidades da cidade onde moram e até explicaram como foi a colonização do Espírito Santo. As cartas são trocadas com alunos de escolas de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Pará, Bahia, Rio de Janeiro e Maranhão, entre outros. A segunda carta já foi individual, eles contaram sobre a vida deles e fizeram perguntas sobre o colega que receberia a carta e o local onde a pessoa mora, ressaltou a professora.
HISTÓRIAS
Quando as cartas chegam, os alunos leem em voz alta para todos os colegas da turma e, assim, compartilham as histórias contadas pelos estudantes dos outros estados. Dessa forma, eles viajam o Brasil através das cartas. Ficam felizes e empolgados quando chegam as cartas dos novos colegas de longe, disse Eliane.
A professora destaca que houve uma melhora significativa na escrita, no interesse pela leitura e até mais conhecimento em Geografia, já que as crianças aprendem mais sobre a cidade e o estado de onde vem a carta. Os alunos estão curtindo muito. E também é uma forma de saírem um pouco da internet e entenderem que existe vida nos livros e nas letras. Hoje o mundo é tão virtual que eles não conheciam essa dinâmica de escrever cartas. Para ter uma ideia, os estudantes não sabiam nem o que é um telegrama, explicou Eliane.
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