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Usado para abastecer a Grande Vitória, Rio Reis Magos pede socorro

Usado para abastecer a Grande Vitória, Rio Reis Magos pede socorro

Captação no rio ampliou bancos de areia, dizem pescadores

Publicado em 3 de julho de 2018 às 23:36

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Dupla caminha sobre um dos bancos de areia que aumentaram com assoreamento. (Marcelo Prest)

Pescadores de Nova Almeida, na Serra, estão encontrando dificuldades para trabalhar devido ao assoreamento no encontro do Rio Reis Magos com o mar. São três grandes bancos de areia na região que dificultam a passagem dos barcos. Eles alegam que o problema existe há anos, mas que piorou muito após a captação de água do rio começar a funcionar em outubro passado, com o novo sistema de abastecimento da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan).

A presidente da Colônia de pescadores da Serra, Renata dos Santos Pereira, 36 anos, diz que a captação está trazendo prejuízo para cerca de 60 famílias de pescadores que dependem diretamente do Reis Magos ou precisam dele como um canal para chegar até o mar e conseguir seu sustento com a pesca.

“O rio está assoreado há tempos, mas depois que a Cesan começou a captação a situação está cada vez pior. Um acidente neste mês, inclusive, foi provocado devido aos bancos de areia que estão perceptíveis com a maré baixa”, comenta.

O sistema de captação do Reis Magos tem capacidade de puxar 500 litros de água por segundo. O recurso é tratado e encaminhado para o reservatório de Serra-Sede para abastecer 150 mil pessoas ao Norte da Região Metropolitana, principalmente na Serra.

Mas, segundo os pescadores, a consequência da captação foi o aumento dos três bancos de areia que estão localizados próximo à praça de onde saem os barcos. O pescador Juarez Messias de Jesus, de 49 anos, diz que, na verdade, um deles apareceu neste ano. As “ilhas” criadas pelo assoreamento são próximas. Em menos de dois minutos, a reportagem pegou uma embarcação e conseguiu sair de um ponto e chegar no outro.

Durante o trajeto foi encontrado outro problema: embaixo da ponte que passa sobre o rio foi preciso passar entre dois pontos estreitos que possuíam mais profundidade para conseguir atravessar. O cuidado é necessário para evitar que os barcos sofram danos ou possam até mesmo encalhar.

Juarez reforça que com o agravamento da situação nos últimos meses já aconteceram acidentes com embarcações que bateram nos bancos de areia.

ROTINA

Alguns pescadores tiveram até que mudar a rotina devido ao problema de assoreamento, tendo que esperar a maré subir para sair com a embarcação. Na parte da manhã, por exemplo, barcos grandes não conseguem passar e até os pequenos acabam encontrando dificuldade.

“Eu preciso esperar a maré subir para conseguir trabalhar, agora eu saio à noite e volto bem cedo”, contou Juarez.

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Preocupado com o problema que tem dificultado a pesca, Juarez já recolheu cerca de mil assinaturas para enviar um documento ao poder público como forma de reivindicar melhorias. “Eu peço que as autoridades olhem para gente e ouçam os pescadores, precisamos de ajuda”, finaliza o pescador.

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