Uma sexta criança que estuda na creche particular em Vila Velha, onde há um surto de diarreia, começou a passar mal nesta segunda-feira (25) e foi levada ao hospital. A menina, de 5 anos, já passa bem e se recupera em casa. A informação foi confirmada pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Vila Velha, Giovana Ramalho.
"Os sintomas iniciaram no dia 25 e a mãe levou a um hospital particular em Vitória. Ela foi hidratada e encaminhada de volta para casa. Ontem fizemos contato com a mãe. Ela disse que a criança continua bem, está cada vez mais ativa, aceitou se alimentar ontem e a mãe preferiu manter o tratamento em casa", disse a coordenadora à reportagem da Rádio CBN Vitória.
Segundo Giovana, nesta quarta-feira (27) uma equipe da Vigilância Epidemiológica passou na casa dessa criança e já deixou o material para a mãe poder providenciar a coleta de duas amostras de fezes, que serão analisadas.
Sobre os resultados de exames que podem indicar a causa desse surto, a vigilância está aguardando. "A gente sabe que eles (Laboratório Central - Lacen) estão em prioridade máxima para esse caso, mas eles não deram previsão pra gente".
APELO
A coordenadora fez um apelo para que qualquer hospital que receba criança com sinais e sintomas de diarreia, em especial, fala uma comunicação com a Vigilância se os pais disserem que é criança proveniente dessa creche, que é onde está acontecendo esse surto. "Por favor, notifique a Vigilância Epidemiológica. Todo hospital sabe que existe a ficha de notificação compulsória. Ou faça a ficha e encaminhe para nós ou ligue. O que precisa ser feito é comunicação prévia e imediata". Os telefones são 3388-4185 / 3388-4186.
Com informações de Eduardo Dias
INVESTIGAÇÃO
Ainda não há confirmação, mas existe a suspeita de que seis crianças de uma creche particular na Praia da Costa, em Vila Velha, foram infectadas com uma bactéria que ainda não foi identificada. No entanto, outras causas como vírus, fungos ou toxinas não são descartadas.
MORTE
Um menino de 2 anos, que estava internado, em coma, teve a morte cerebral confirmada nesta quarta-feira (27). Uma segunda criança, também de dois anos, permanece em estado grave, na UTI de um hospital particular. A terceira vítima está internada em observação. As outras duas crianças foram atendidas e liberadas. Não chegaram a ficar internadas.
PRIORIDADE
O secretário municipal da Saúde de Vila Velha, Jarbas Ribeiro de Assis Junior, reforçou na tarde desta quarta-feira (27), que o caso é grave, é prioridade e segue sob investigação.
CRECHE FECHADA
A creche, que fica na Praia da Costa, está fechada, e a suspeita é de que a infecção aconteceu dentro da unidade ou em um quiosque em frente, onde duas crianças tomaram água de coco e comeram batata frita e apresentaram o quadro mais grave de saúde. Uma delas, o menino de 2 anos, teve morte cerebral declarada nesta quarta-feira (27). O outro segue em estado grave na UTI de um hospital particular.
Até o momento, a investigação somente aponta que das cinco crianças afetadas, quatro são da mesma turma da creche.
QUIOSQUE ABERTO
Apesar da recomendação da Prefeitura de Vila Velha, o quiosque segue aberto e só será fechado eventualmente caso o resultado da pesquisa mostre que a contaminação aconteceu no estabelecimento. O nome do quiosque não foi divulgado.
TENTATIVA DE IDENTIFICAR CAUSA
Desde que a Prefeitura de Vila Velha foi comunicada sobre o surto na creche, no dia 22 de março, várias coletas foram feitas para análises laboratoriais. Entre os materiais analisados estão:
Água utilizada na creche (torneiras e bebedouro)
Água utilizada pelo quiosque e análise de comida
Facão do quiosque utilizado para cortar coco
Análise de cultura nas crianças que passaram mal
Apesar da suspeita de infecção por bactéria, não são descartadas outras causas como fungos, vírus ou toxinas.
RESULTADOS
Ainda nesta semana deve sair o resultado dos testes, que pode indicar o que causou o surto na creche. Quem vai analisar o conteúdo coletado é o Laboratório de Gestão do Saneamento Ambiental (Lagesa).
DEMORA EM NOTIFICAÇÃO PODE ATRAPALHAR
De acordo com Jarbas Ribeiro de Assis Junior, a Secretaria Municipal da Saúde demorou a ser alertada sobre o caso, e isso pode atrapalhar as investigações de modo que a primeira internação aconteceu no dia 17, outra no dia 19 e a secretaria só foi avisada no dia 22. "Nós perdemos uma semana de investigação, o que pode dificultar, de fato, descobrir qual foi a origem da bactéria", disse.
Equipes da Prefeitura Municipal de Vila Velha (PMVV) foram aos hospitais realizar uma busca de material biológico das crianças, como sangue e urina. Ainda não há relato de novos casos. Jarbas afirma que a probabilidade maior é de que a infecção tenha sido por uma bactéria, já que com vírus costuma ser "mais branda".
NÃO HÁ SURTO NA CIDADE
A Prefeitura de Vila Velha descarta possibilidade de surto na cidade, sendo um caso específico registrado na creche. A situação continua sendo investigada pela Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica do município.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Vila Velha, Giovana Ramalho, e a gerente da vigilância sanitária do município, Flávia Costa, explicaram que os sintomas nas crianças iniciaram no dia 15 deste mês, mas que a prefeitura foi avisada no dia 22, às 19h30.
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