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Quatro mulheres e a rotina de perder tudo para a enchente em Cariacica

Quatro mulheres e a rotina de perder tudo para a enchente em Cariacica

Valdicleia, Vanda, Jadir e Elideia, moradoras de Flexal, compartilham de um mesmo sentimento: desespero

Publicado em 17 de abril de 2018 às 15:48

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Valdicleia Berger dos Santos, de 37 anos, perdeu todos os móveis que tinha em casa. (Lara Rosado)

Ter que jogar tudo fora. Essa é a realidade da diarista Valdicleia Berger dos Santos, de 37 anos, que perdeu todos os móveis que tinha em casa. Ela e outras três vizinhas, entrevistadas pelo Gazeta Online, moram em Flexal I, em Cariacica. As mulheres são algumas das vítimas da enchente que atingiu a região depois da chuva intensa desta segunda feira (16).

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Toda vez que chove a gente já fica preocupada. Hoje em dia eu nem compro mais móveis. Depois que eu perco tudo, as pessoas doam e eu vou recomeçando

Valdicleia Berger, diarista
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Vanda dias, de 51 anos, costuma se abrigar na igreja do bairro. (Lara Rosado)

A dona de casa Vanda Dias, de 51 anos, contou que há 14 anos mora no bairro e há 12 anos precisa ir para a igreja batista do bairro para se abrigar depois da enchente. O desespero no momento da chuva foi retirar a botija de gás para evitar uma explosão. 

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O cheiro de gás até ficou dentro da casa porque tiramos a botija com muita pressa. Tínhamos crianças dentro de casa. A geladeira chegou a boiar com tanta água. No dia eu choro, mas agora temos que jogar fora o que precisa e limpar a casa

Vanda Dias, dona de casa
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Jadir Santiago, de 59 anos, contou que não tem condições para conseguir comprar novos móveis. (Lara Rosado)

A pensionista Jadir Santiago, de 59 anos, contou que não tem condições para conseguir comprar novos móveis. 

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Eu recebo um salário mínimo, moro com quatro netos e minha filha. Agora, ou eu como, ou compro o que eu perdi

Jadir Santiago, pensionista
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A auxiliar de serviços gerais Elideia Coutinho Ramos, de 54 anos, mostra na parede a marca de até onde a água bateu. Segundo ela, o momento que a água entra dentro de casa é desesperador. 

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Não da tempo de nada. A água sobe muito rápido. O rack da televisão desmanchou com a água. A TV caiu e meu celular também. Perdi alimentos como açúcar, sal. Minha geladeira está cheia de água e barro nas gavetas

Elideia Coutinho, auxiliar de serviços gerais
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FAMÍLIAS DESALOJADAS SE ABRIGAM EM IGREJA

A forte chuva que atingiu a Grande Vitória nesta segunda-feira (16) trouxe transtornos para algumas famílias do bairro Flexal I, em Cariacica. Devido aos alagamentos, alguns moradores perderam tudo e estão desalojados. Uma igreja evangélica do bairro cedeu o espaço para abrigar as famílias.

Segundo Volmar dos Santos, membro da igreja, por volta das 8 horas, as famílias procuraram abrigo. Ele disse que todos recebem doações da comunidade e de igrejas da região. Por volta das 20 horas, 17 pessoas estavam abrigadas no local.

DOAÇÕES

As famílias perderam tudo com os alagamentos e necessitam de doações de roupas, comidas e produtos de higiene. Quem puder ajudar, pode entregar as doações diretamente na Primeira Igreja Batista, que fica localizada na Rua João Siqueira, número 16, bairro Flexal I, ou entrar em contato no número 9 9627-5667.

MORADORES USARAM BARCO PARA RESGATAR CRIANÇAS 

Moradores da região de Flexal I, em Cariacica, utilizaram um barco para resgatar crianças e funcionários que ficaram presos em uma escola municipal do bairro, que estava alagada após a forte chuva que atingiu a Grande Vitória nesta segunda-feira (16). 

VEJA VÍDEO

Segundo o frentista Leonardo Nunes, o bairro já tem o costume de alagar, mas dessa vez surpreendeu a todos pelo volume da água. Ele e amigos não tiveram outra escolha a não ser se unirem para resgatar as crianças ilhadas.

"Meus filhos estudam nessa creche e, assim como outras crianças, não tinham como voltar pra casa pois a água estava até o pescoço. Eu chamei um amigo meu, que também tem um filho que estuda lá, e fomos de barco fazer o resgate".

O homem contou ainda que, por conta dos alagamentos, a escola perdeu brinquedos e materiais escolares. E o expediente teve que ser encerrado.

 

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