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Polícia faz operação contra crime organizado em Vitória e bandidos reagem

Polícia faz operação contra crime organizado em Vitória e bandidos reagem

Um carro foi alvejado com tiros na avenida Leitão da Silva. Outro veículo, utilizado por uma equipe da TV Vitória, foi incendiado ao lado de uma delegacia

Publicado em 7 de maio de 2019 às 00:50

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Polícia faz operação em Vitória. (Fernando Madeira)

Uma grande operação policial realizada nesta segunda-feira (6) contra o crime organizado resultou na detenção de 19 pessoas, e na apreensão de armas, drogas e outros tipos de materiais nos bairros que integram a região do Complexo da Penha, em Vitória.

Como forma de represália, bandidos atiraram contra um carro na avenida Leitão da Silva, em Itararé, às 10 horas. Cerca de duas horas depois, atearam fogo em um veículo da TV Vitória que estava estacionado na rua Alberto Lucarelli, no bairro Bonfim. Nas duas ocasiões, ninguém foi ferido.

A operação policial foi coordenada pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e contou com o apoio de policiais militares e um helicóptero.

O objetivo era prender os responsáveis pelo ataque à uma empresa que fornece alimentação aos presídios da Grande Vitória e também por ter ateado fogo em um Transcol, na Serra, em fevereiro deste ano.

ALIMENTAÇÃO

Ambos os crimes de fevereiro estariam relacionados à insatisfação de presidiários com o sistema prisional capixaba. Nos dois casos, foram deixados bilhetes em menção à alimentação e às condições prisionais.

No ataque ao ônibus, ocorrido no dia 20 de fevereiro na ES-010, em Nova Almeida, Serra, um recado deixado foi assinado com as iniciais da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV), que atua no Estado em parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.

De acordo com a polícia, o PCV controla o tráfico de drogas no Complexo da Penha, sob a liderança de Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto. Ele está detido na Penitenciária de Segurança Máxima II, Viana.

No dia 22 de fevereiro, Beto foi ouvido pelo delegado Fabiano Rosa, titular da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP) na Avenida Marechal Campos. Na ocasião, ele negou envolvimento com os crimes.

O Complexo da Penha integra os bairros da Penha, Gurigica, Bonfim, Itararé e São Benedito. Nesses bairros, foram concentrados os principais alvos para o cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão.

A operação foi encerrada às 17h30 desta segunda-feira (6). O resultado será divulgado nesta terça-feira (7) pela Polícia Civil.

CARRO INCENDIADO

Carro de equipe de reportagem é incendiado por criminosos em Vitória. (Marcelo Prest )

Após atirar contra um carro na Leitão da Silva, os criminosos fizeram uma nova ofensiva: a cerca de 400 metros da DRCCP, atearam fogo em um Palio Weekend utilizado pela TV Vitória.

Testemunhas contaram que pelo menos três criminosos se aproximaram e deixaram dois objetos em baixo do veículo. Eles fugiram a pé pela mesma rua, em direção ao Bonfim.

As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros. As perícias dos Bombeiros e da Polícia Civil foram ao local. O caso é investigado pela Polícia Civil. O repórter cinematográfico da TV Vitória, William O’brien, contou que ele e a repórter Talita Carvalho faziam a cobertura da operação na DRCCP, localizada na avenida Marechal Campos.

“Nós tínhamos acabado de fazer uma participação ao vivo quando alguém passou avisando que nosso carro havia sido incendiado. Isso tudo é opressor. Dá uma sensação de desânimo, raiva e preocupação”, desabafou.

Para o chefe da DRCCP, delegado Fabiano Rosa, os atentados contra o carro da TV Vitória e ao veículo atingido por tiros na avenida Leitão da Silva foram uma forma de tentar desviar a atenção da polícia.

“Certamente a intenção desses criminosos era mudar o foco do Complexo da Penha para outros lugares. Eles estavam desesperados com a grande presença da polícia nos morros, tanto que falavam isso em radiocomunicadores”, disse.

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