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Moradores e ciclistas divergem sobre ciclovia na Av. Rio Branco

Moradores e ciclistas divergem sobre ciclovia na Av. Rio Branco

O último projeto apresentado pela Prefeitura de Vitória agradou os ciclistas, mas desagradou a Associação de Moradores da Praia do Canto. A ciclovia terá 1,8 km de extensão, começando no final da Ponte Airton Senna até o cruzamento com a Avenida Leitão da Silva

Publicado em 8 de abril de 2019 às 22:33

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Ciclista divide espaço com carros na Avenida Rio Branco, em Vitória. (Fernando Madeira)

O projeto de implantação da ciclovia na Avenida Rio Branco, Praia do Canto, ainda gera polêmica. O último projeto apresentado pela Prefeitura de Vitória agradou os ciclistas, mas desagradou a Associação de Moradores. As obras

deste ano, mas antes, uma nova audiência pública será realizada e o projeto pode sofrer alterações.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento da Cidade, Márcio Passos, o projeto atual prevê a implantação da ciclovia ao lado do canteiro central no trecho da Praia do Canto. A pista para os ciclistas terá 2,70 de largura, com gradil (grade de proteção). Já na parte de Santa Lúcia, a ciclovia será em cima do canteiro central.

Para que a ciclovia seja construída na lateral do canteiro central, cerca de 90 vagas de estacionamento serão extintas. E é a retirada do estacionamento que fez com que a Associação de Moradores da Praia do Canto se posicionasse contra o projeto.

O presidente em exercício da associação, Sérgio Magalhães, destaca que a eliminação das vagas de estacionamento vai prejudicar o comércio e os moradores de prédios antigos que não possuem garagem.

Ele disse que um outro projeto foi apresentado pela associação, que não interfere nas vagas de estacionamento. Seria 1,20 metros de ciclovia em cada sentido, em cima do canteiro, sem retirar as árvores. “Em volta das árvores têm uma proteção gigantesca, o que tem que fazer é diminuir essa proteção e levantar o nível da ciclovia, coloca grade dos dois lados e faz um via indo e outra voltando”, contou.

Entretanto, o secretário destacou que o projeto apresentado pela associação pode danificar as raízes das árvores, por isso, a ideia não foi à frente. “Vamos discutir com a população, mas não vamos derrubar árvore. Essa é uma premissa da gestão.”

O cicloativista e membro fundador da União dos Ciclistas do Brasil, Fernando Braga, diz que o projeto recente apresentado pelo município foi o melhor para os ciclistas e para a população. “Vai trazer segurança e um número maior de usuários, consequentemente, vai desafogar o trânsito. Essa infraestrutura desperta a demanda reprimida daqueles que não podiam fazer isso por causa da ausência da ciclovia. O projeto da prefeitura agora vai oferecer essa segurança.”

A arquiteta e paisagista Isabella Batalha Muniz também está favorável ao projeto da prefeitura. Ela acompanha as audiências públicas e afirma que foi a melhor opção apresentada. “Não podemos pensar só na Praia do Canto, a ciclovia será para os moradores da Região Metropolitana.”

Isabella, que mora na Praia do Canto, diz que caminha muito pelo bairro e vê muitas pessoas de bicicleta. “Eu vejo aumentar o número de bicicletas e estudantes que vão para a escola de bicicleta. Eles não têm segurança, transitam pelas calçadas estreitas ou entre os carros, que é muito mais perigoso”, destacou.

Para o arquiteto e especialista em mobilidade urbana, Rodrigo Mattos, a eliminação de vagas de estacionamento não prejudica o comércio, como teme alguns empresários. “A mobilidade ativa de pedestres e ciclistas faz com que o consumo aumente 40% em comparação com os motoristas. O motorista consome 40% menos que o ciclista e o pedestre”, afirmou.

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A ciclovia terá 1,8 km de extensão, começando no final da Ponte Airton Senna até o cruzamento com a Avenida Leitão da Silva. A prefeitura ainda vai definir o local e a data para a realização da audiência pública. 

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