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Gripe H1N1: primeiras 48 horas são decisivas para reduzir riscos

Gripe H1N1: primeiras 48 horas são decisivas para reduzir riscos

Cuidados valem principalmente para as pessoas que fazem parte dos grupos de risco, como crianças menores de cinco anos e idosos

Publicado em 4 de maio de 2018 às 00:32

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(Divulgação)

As primeiras 48 horas podem ser decisivas para a reduzir o número de mortes de pessoas que contraíram o vírus da gripe H1N1, principalmente para as que fazem parte dos grupos de risco, como crianças menores de cinco anos e idosos. O remédio antiviral funciona melhor quando tomado logo depois do aparecimento da doença e evita o desenvolvimento do vírus.

Segundo a infectologista Rubia Miossi, as doenças infecciosas começam de forma parecida: febre, dor no corpo, dor de cabeça e fraqueza. O que difere a H1N1 de outras é a falta de ar do paciente. Esse sintoma, pode aparecer logo ou demorar alguns dias.

No entanto, as pessoas que fazem parte do grupo de risco não devem esperar esse sintoma se manifestar para procurar um médico. Fazem parte desse grupo idosos, crianças de seis a menores de 5 anos, gestantes, mulheres que tiveram filho há menos de 45 dias, indígenas, trabalhadores de saúde e professores.

“Qualquer pessoa que apresentar sintomas que atrapalhem as atividades do dia a dia deve procurar um médico, mas especialmente as que fazem parte do grupo de risco. Pois nesses pacientes a doença evolui mais rapidamente, então, buscar ajuda mais cedo pode reduzir o número de óbitos”, destaca a médica.

Ela faz um adendo: “Remédios antivirais funcionam melhor quando tomados logo depois do aparecimento da doença, porém o tratamento com medicamento ainda pode ser considerado depois de 48 horas após o surgimento dos sintomas.”

GRAVIDADE

O infectologista Paulo Peçanha acrescenta que a vacina contra gripe começa a fazer efeito depois de 10 a 15 dias após a aplicação. Ela é aplicada nos grupos mais vulneráveis ao vírus. O principal risco associado à doença é uma inflamação severa dos pulmões, que pode levar à insuficiência respiratória. “A vacina de influenza tem por objetivo evitar os casos graves e os óbitos.”

Uma jovem de 24 anos morreu na terça-feira com suspeita de H1N1. Daiana Medeiros morava na Praia da Costa, em Vila Velha, fazia faculdade e trabalhava numa loja esportiva em um shopping da cidade. Segundo um parente ouvido pela reportagem, ela sentiu muita falta de ar e foi encaminha para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nas últimas horas de vida. Ela recebeu todo atendimento médico na rede privada.

A Prefeitura de Vila Velha disse que a confirmação da morte por H1N1 será dada apenas com os resultados dos exames laboratoriais colhidos para isolamento do vírus (média de duas semanas de espera pelo resultado). O exame foi encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Neste ano, a Sesa já registrou 18 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Espírito Santo, sendo 12 por Influenza A H3N2, quatro por Influenza A H1N1 e dois casos por Influenza B. Deste total, um caso evoluiu para óbito por Influenza B.

20 MIL AGENDADOS PARA RECEBER VACINAS

Com o agendamento online disponibilizado para a marcação da vacina contra a gripe, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) garantiu que mais de 20 mil pessoas do grupo prioritário serão imunizadas até sexta-feira. A campanha de vacinação teve início no dia 23 de abril. Até a última quarta-feira, 20 mil pessoas já tinham sido imunizadas na Capital.

Ainda há uma oferta de 3.500 vagas para o agendamento on-line que podem ser marcadas em qualquer uma das unidades que possuem sala de vacinação.

Nesta quinta-feira(03), A GAZETA mostrou que pelo aplicativo de agendamento o idoso encontrava dificuldade de marcar a imunização na Praia do Suá e em Jardim da Penha. Enquanto para crianças era possível realizar o cadastro sem problemas.

A secretária municipal de Saúde, Cátia Lisboa, disse que o número de vagas disponibilizadas está condicionado à quantidade de doses recebidas do Ministério da Saúde para a campanha, mas ainda assim é feito um remanejamento das doses entre as unidades em casos de falta de vagas.

“A partir do momento que há um grupo prioritário de menor procura, vamos redirecionando essas vagas. As pessoas precisam ter tranquilidade, todos do grupo prioritário serão imunizados”, ressaltou em entrevista para o site da prefeitura.

CRIANÇA COM SUPERGRIPE EM COLATINA 

Um caso de gripe H1N1 em uma criança foi confirmado pela Prefeitura de Colatina, Região Noroeste. Ela estava internada no Hospital Silvio Avidos e já recebeu alta. Na mesma unidade, há outro caso suspeito na pediatria.

A idade dela não foi informada. As mães de outros pacientes estão preocupadas com os filhos, que conviveram com a criança confirmada com o vírus na unidade.

Segundo uma dessas mulheres, uma dona de casa que prefere não se identificar, a confirmação seria de uma menina que chegou ao hospital no dia 24 de abril, passando muito mal. “Ela estava quase morta. O médico suspeitou que era H1N1. Fizeram o exame na menina, ela melhorou e veio para o quarto para tomar os remédios. Em vez de isolarem ela, colocaram na pediatria”, diz.

De acordo com a mãe, nos dias seguintes, mais crianças foram para o mesmo quarto. Na quarta-feira, a criança com a gripe recebeu alta na parte da manhã e, na parte da tarde, o resultado do exame com a confirmação chegou e foi informado às mães.

OUTROS 

Apesar da prefeitura confirmar somente mais um caso suspeito na unidade, a mulher afirma que são mais três crianças possivelmente infectadas com o vírus em um quarto separado no hospital. Uma delas, um bebê de 1 mês, que, anteriormente, estava no mesmo quarto da criança com caso confirmado, de acordo com a mãe.

PREVENÇÃO

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) responde que a direção do Hospital Estadual Silvio Avidos informou que adotou as medidas previstas no Protocolo de Tratamento de Influenza, do Ministério da Saúde.

A paciente, segundo a Secretaria recebeu todo tratamento e recebeu alta hospitalar. As ações de bloqueio são realizadas pelo município e seguem o recomendado no protocolo.

De acordo com a Sesa, todas as notificações recebidas são investigadas para identificar o agente causador.

Demandada sobre os casos no hospital, a Prefeitura de Colatina reforçou que os procedimentos de prevenção foram feitos enquanto a criança estava internada. A confirmou que ela já está de alta.

“No momento, segundo a fonte médica, tem uma criança internada com suspeita. A profilaxia está sendo feita, que é a prevenção e o tratamento como se fosse o H1N1 já que o resultado é demorado, então os procedimentos adotados são o de tratar como se fosse, evitando maiores riscos. O caso da criança que está de alta foi comunicado à vigilância na época”, diz a nota.

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