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Conflito entre repórter e aposentado já era antigo, diz síndica

Conflito entre repórter e aposentado já era antigo, diz síndica

Idosa estava no elevador do prédio e presenciou o início da briga

Publicado em 21 de dezembro de 2018 às 10:39

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Síndica de prédio onde jornalista e idoso moram. Ela estava no elevador no momento da agressão. (TV Gazeta/Reprodução)

A síndica Luzimar Corrêa, 72 anos, contou que o conflito entre os vizinhos Rodrigo Maia e Nildo Ferreira é antigo.

“Desde janeiro de 2017 eles têm um atrito. O primeiro a comunicar foi o Rodrigo, que contou que o senhor havia deixado bilhetes pra ele embaixo da porta. Rodrigo conversou com ele e disse que não fazia barulho como o acusava. Todas as vezes que ocorria algo distorcido entre eles, Rodrigo procurava a administração e comunicava”, contou Luzimar, que administra o condomínio há quatro anos e mora no local há 40.

Ela contou que há três meses foi procurada por Nildo, que exigiu que Rodrigo fosse retirado do condomínio. “Eu respondi que não sou dona do apartamento e que eu apenas administro. Mesmo assim comuniquei as queixas aos responsáveis pelo imóvel”, conto.

Luzimar presenciou o início da agressão contra o idoso. “Quando o elevador parou no andar, o senhor Nildo estava parado, não entrou e ficou na porta. Começou a encarar o Rodrigo e partiu pra ofensa, xingando ele. O senhor Nildo quase encostava o nariz no Rodrigo. Foi ficando mais alterado até que partiu para a agressão. Eles saíram atracados e ouvi o barulho de um deles batendo nos carrinhos de compras. Eu consegui voltar para o elevador e subir para o meu apartamento, apavorada”, recordou a síndica.

Nesta quinta (20), após a agressão, a porta do apartamento onde Rodrigo residia foi riscada com a palavra “morte”. “Eu nunca imaginei que pudesse chegar a uma situação como essa. Não há reclamações anteriores de qualquer um deles, os dois sempre tiveram bom comportamento”, observou a síndica.

"ELE VEIO PARA CIMA DE MIM"

O repórter da TV Gazeta, Rodrigo Maia, contou que sofria ameaças há um ano do seu vizinho, o aposentado Nildo Ferreira. (TV Gazeta/Reprodução)

O repórter Rodrigo Maia contou que estava sofrendo ameaças do vizinho e que tentou evitar a briga.

Por que a situação chegou àquele ponto?

Eu não queria briga em nenhum momento. Procurei o Nildo várias vezes, inclusive, me coloquei à disposição para levá-lo ao médico. Ele dizia que tomava medicações fortes, tinha síndrome do pânico, ansiedade, depressão. Eu me coloquei no lugar do Nildo. Eu posso estar com 68 ou 69 anos um dia, estar passando por problemas de saúde, tomando remédios e de repente ouvir barulhos ou pancadas. Isso pode acontecer com qualquer pessoa. A todo momento eu quis (ajudar), tanto é que no primeiro boletim eu não represento contra ele. Quando a situação começou a sair do limite, aí eu representei contra ele.

Quando o encontrou no elevador, não pensou em correr pra se afastar e evitar essa situação toda?

Não só pensei como fiz. Várias vezes ele me chamou pra briga física, falou palavras de baixo calão. Eu evitei e passei. Aquele foi um momento em que ele me toca e que vem pra cima de mim. Até então isso não tinha acontecido.

Mesmo sendo tocado e ele te agredindo, não pensou em correr naquele momento?

Em frações de segundo, quando você está passando por uma situação limite que alguém começa a te agredir e você não sabe o que vai acontecer, é instinto do ser humano de sobrevivência. Ele veio pra cima de mim, eu não sabia o que poderia fazer. Eu não sabia se ele tinha uma faca, se ele estava armado. Eu encontrei um senhor que quer me matar e me ameaça há um ano, e que estava começando a me agredir. O meu instinto foi de sobrevivência e eu começo a bater.

Você se arrependeu?

Estou aberto às autoridades. Até porque tenho minha versão, tenho provas, cartas, inúmeras cartas. O senhor Nildo não tem um áudio, vídeo sobre os barulhos e marteladas. Eu tenho essas provas. Eu acho que não foi o certo, mas, naquele momento foi um momento de fúria que era ou a minha vida ou a vida dele. Se uma pessoa está te ameaçando ao longo de um ano, fala que vai te matar, te mostra uma faca, como ele já tinha me mostrado, eu já estava vivendo em pânico naquele prédio, então tudo poderia acontecer.

"ACHEI QUE ELE IRIA ME MATAR"

O aposentado Nildo Ferreira, de 69 anos. ( Kaique Dias)

Com ferimentos na cabeça, o aposentado Nildo Ferreira, de 69 anos, afirmou que durante a briga com o repórter Rodrigo Maia chegou a pensar que não escaparia com vida.

Como a briga começou?

Nunca imaginei que ele também estava subindo no elevador. Então, foi aquela coincidência que a gente não gosta de ter nunca. Quando eu subi, ele subiu também. Como ele vinha fazendo muito barulho e eu já entrei com uma ação contra ele, falei: “Você continua fazendo barulho, meu amigo”.

De que forma a agressão teve início?

Ele botou o nariz com o meu... Eu estava com a mochila na mão esquerda e empurrei ele. Quando afastei ele, ele partiu para cima. Ali mesmo eu fui a nocaute. Ele me puxou pra fora, foi chute, pontapés, socos... Por três vezes fiquei desacordado. Ele disse que estava possuído por três demônios e que estava naquele momento ali pra me matar.

Qual a sua reação?

Fiquei com muito sangue na orelha. Não tive nem como reagir. Perdi a ação. Não tinha como reagir a luta corporal porque perdi as forças. Ele estava tentando reverter o quadro, passando-se por vítima, quando na verdade não era nada disso. Ele ficou me segurando para a polícia chegar e parecia que eu era um bandido. Eu gritei muito por socorro. Nas vezes que eu estava são, achava que ele ia me matar.

Você falou algo com ele?

Eu tentava falar e ele me mandava a calar a boca. Quando eu voltava a si (sic) do desmaio eu falava “Meu amigo, vamos parar. Você já venceu, já me bateu”. Mas ele disse: “Não, vamos esperar a polícia”. Aí chegou a polícia e o Samu juntos. Ele, como repórter, tem o raciocínio rápido e sabe que se a polícia pega ele ali, já saberiam quem era a vítima. Mas naquele momento, parecia que eu era o bandido e ele era o mocinho.

Qual a motivação para essa briga?

A motivação é que desde que ele mudou, tem barulhos. Repórteres, como vocês, não têm muita hora. Tem horários diferentes de um idoso aposentado.

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