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Baixa vacinação põe 53 cidades em alerta no Espírito Santo

Baixa vacinação põe 53 cidades em alerta no Espírito Santo

Maioria dos municípios não vacinou nem 80% das crianças. Casos mais graves são de Conceição da Barra, Santa Teresa e Cariacica.

Publicado em 11 de julho de 2018 às 01:15

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Ingrid está com o cartão de Inara, de 4 meses, em dia. (Marcelo Prest)

A baixa cobertura vacinal no Espírito Santo da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e da vacina contra a poliomielite, também chamada paralisia infantil, é resultado do desempenho de 53 municípios capixabas que não atingiram a meta de 95% das crianças de um ano imunizadas. Boa parte está abaixo de 80%, índice que, conforme A GAZETA antecipou em reportagem na última sexta-feira, não impede a volta da circulação de doenças que já haviam deixado de ser transmitidas no Estado.

Na imunização contra a pólio, a situação mais crítica é a de Conceição da Barra, no Norte do Estado, onde apenas 51,46% das crianças receberam as três doses da vacina antes de completar um ano. Quanto à tríplice viral, o problema maior é enfrentado em Santa Teresa, na região serrana, cuja cobertura é de apenas 64,08%, seguido de perto por Cariacica, na Grande Vitória, com 64,75%. Na Região Metropolitana, apenas Vitória superou a meta do Ministério da Saúde. O resultado reúne dados de 2017 até o último dia 4.

“Os municípios precisam se organizar de modo a alcançar as metas de vacinação, uma vez que há uma pactuação para isso. Existe uma responsabilidade de ofertar os serviços e proteger a população”, ressalta Danielle Grillo, coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

“Estamos falando em atingir a cobertura vacinal que garanta a proteção da coletividade, e não apenas daquela pessoa que recebeu a vacina”, acrescenta.

Danielle Grillo explica que algumas pessoas, para as quais existe contraindicação para tomar vacinas, também ficam protegidas quando a cobertura é adequada. Mas a coordenadora frisa que, além de alta, a vacinação precisa ser homogênea em todo o Estado.

“Não adianta ter um município com cobertura excelente e outro, com baixa. Todos têm de estar dentro do ideal para evitar a vulnerabilidade da população e a reintrodução de doenças em nosso território.”

SARAMPO

Diante da confirmação de registros de sarampo no Norte do país e suspeitas no Rio de Janeiro, Danielle Grillo disse que a suspeita de novos casos é um processo normal, já que existem outras doenças com características semelhantes, mas por aqui não há qualquer caso confirmado. Mas não é por isso que é possível relaxar em relação à proteção das crianças.

É o que pensa a jovem Ingrid Paula da Silva, 22 anos, mãe da pequena Inara, de apenas 4 meses. A menina está com o cartão de vacinação em dia. “Acho importante vacinar para protegê-la e também amamentar porque, assim, eu também passo a minha proteção para ela”, afirma Ingrid. 

O último caso de sarampo no Espírito Santo, segundo Danielle Grillo, foi em 2013 e havia sido “importado”, ou seja, a transmissão não se deu no Estado. O paciente tinha acabado de retornar de uma viagem à Europa, onde contraiu o vírus. Com a suspeita da doença, houve um bloqueio vacinal por onde ele circulava e, assim, a doença não se espalhou. Os bloqueios são feitos com a imunização de pessoas que convivem com o infectado e que, eventualmente, não tenham sido vacinadas. Pode ser em uma escola, no local de trabalho ou na residência da pessoa.

ADULTOS PODEM CONTAMINAR BEBÊS

Muito se fala em imunização das crianças, contudo os adultos também precisam ser vacinados. Não apenas para se proteger, mas porque também podem ser fonte de contaminação para os bebês.

A vacina contra o sarampo e a rubéola, por exemplo, só pode ser aplicada aos 12 meses. Até completar essa idade, a criança fica desprotegida para essas doenças.

“Então, é sempre importante os adultos ficarem com a caderneta de vacinação em dia para que, além de garantir a própria proteção, também não ofereçam risco às crianças”, observa Danielle Grillo, coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Uma das vacinas que o adulto precisa tomar é justamente a tríplice viral, caso não tenha sido imunizado quando criança ou não tenha um cartão atualizado. Para quem tem entre 20 e 29 anos, são duas doses. De 30 a 49 anos, dose única.

CALENDÁRIO

No calendário de vacinação do Ministério da Saúde ainda está prevista imunização para adultos contra hepatite B; a dupla (difteria e tétano), cuja última dose na criança é aos 4 anos e, a partir daí, deve ser reforçada a cada 10 anos; e a de febre amarela. “O tétano tem caso de acidente todo ano e quem é mais acometido é o idoso. Então, ele poderia aproveitar a ida ao posto para a vacina da gripe e aproveitar para atualizar contra tétano”, orienta Danielle.

 

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