Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 11:26
As vendas do comércio varejista no Estado cresceram apenas 0,4% em outubro, na comparação com o mês anterior, mantendo a sexta variação positiva apesar de o dado mostrar estabilidade. Na comparação com outubro de 2019, o avanço é de 13%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). >
Na comparação com o mesmo período do ano passado, todos os segmentos apresentaram crescimento. O resultado é puxado, principalmente, pelas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que expandiram 36,4%, sob influência do maior número de profissionais trabalhando em home office durante a pandemia.>
O segundo maior crescimento vem das vendas de tecidos, vestuário e calçados, que cresceram 17,8%. Na sequência, as vendas de supermercados e hipermercados, com alta de 16,9%. Vale lembrar que os alimentos têm sido carro chefe da inflação nos últimos meses.>
As vendas de eletrodomésticos subiram 16%. Também tiveram variação positiva as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (13,8%), bem como livros, jornais, revistas e papelaria (9,4%).>
>
A procura por combustíveis e lubrificantes aumentou em 4,4%, enquanto artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foram 1,2% mais buscados. Já a procura por móveis aumentou 0,9%. As vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico cresceram 10,2%.>
No acumulado do ano, o crescimento do varejo capixaba foi de 3,6% mesma variação acumualda em 12 meses.>
Enquanto um indicador aponta para o crescimento, no índice que avalia as vendas do comércio varejista ampliado, o Espírito Santo apresentou o pior resultado do país em outubro, com retração de 2,4% em relação a setembro. O resultado quebra o ciclo de crescimento observado nos cinco meses anteriores.>
O motivo para a variação negativa reflete-se nos resultados observados ao longo dos meses. Na comparação com outubro do ano passado, as vendas aumentaram em 8,8%. Ocorre, porém, que o varejo ampliado contempla também as vendas de material de construção e veículos, motos, partes e peças.>
Enquanto o primeiro segmento avançou 91,4%, com o aumento de pequenas reformas e outras obras, as vendas de veículos, motos, partes e peças diminuíram 6,7% em relação a outubro de 2019.>
No ano, o avanço do varejo ampliado foi de 2,7%, enquanto em 12 meses, o desempenho do varejo ampliado melhorou 3,2%.>
Segundo o diretor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, a desaceleração das vendas do varejo já era esperada. >
Esperávamos, no início da pandemia, uma retomada mais lenta, mas veio muito acima do esperado, por causa do auxílio, empréstimos, garantia de estabilidade por causa da suspensão de contrato. Isso, somado a uma demanda reprimida, fez com que as pessoas comprassem mais em outros meses. Mas o fôlego dessas medidas do governo está acabando.>
Bergamin observa que o desempenho do comércio começa agora a se ajustar à realidade econômica do Estado e do país. Somado a isso, muitas pessoas tem voltado a ter incertezas em relação à pandemia, e, por isso, estão comprando menos.>
De fato, as vendas perderam força, mas ainda é um resultado considerado bom. Em alguns pontos, o número veio até maior do que estava esperado. Quase todos os setores pontuaram positivamente.>
O diretor da Fecomércio-ES considera que os meses de novembro e dezembro devem seguir essa tendência de pequenos crescimentos, mas com resultados um pouco melhores que o de outubro, em virtude da Black Friday e das vendas de Natal, já em andamento.>
A preocupação, segundo Bergamin, vem a partir de 2021, cujo início ainda é incerto, em função do avanço da pandemia que tende a impactar o turismo, grande responsável por movimentar o Espírito Santo entre janeiro e fevereiro , e do fim das medidas de apoio do governo federal.>
Em outubro de 2020, o volume de vendas do comércio varejista nacional subiu 0,9% frente a setembro; é a sexta taxa positiva consecutiva desde maio. Na comparação com outubro de 2019, o aumento foi de 8,3%. No acumulado no ano, o varejo nacional cresceu 0,9%. Já o acumulado em 12 meses ficou em 1,3%.>
No varejo ampliado, as vendas aumentaram em 2,1% em relação a setembro; é a sexta variação positiva consecutiva. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 6%. Entretanto, o resultado acumulado no ano, bem como o acumulado em 12 meses, é negativo, com retração de 2,6% e 1,4%, respectivamente.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta