> >
Mais de 30 empresas estão interessadas em concessões do governo do ES

Mais de 30 empresas estão interessadas em concessões do governo do ES

Investidores capixabas e de fora do Estado estão de olho nos projetos. Expectativa é que  pelo menos três licitações sejam abertas já em 2020

Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 08:36

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Terminal do Transcol de Campo Grande, em Cariacica. Concessão das unidades está na mira de investidores. (Bernardo Coutinho/Arquivo)

O amplo programa de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões do governo do Espírito Santo tem atraído o interesse de empresas de todo o país. Lançado em maio e atualmente com nove projetos na carteira abertos para sondagem de mercado, análise e chamamento público, o Parcerias ES já recebeu 33 grupos empresariais capixabas e de fora para discutir as propostas.

A expectativa é que pelo menos três licitações sejam lançadas já em 2020, de acordo com o diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Maurício Duque. Conforme A Gazeta já noticiou, a projeção é que o programa renda cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos nos próximos anos.

Dois projetos têm despertado mais interesse dos investidores, segundo Duque: o da instalação de miniusinas solares em fazendas do Incaper para atendimento da demanda de energia dos órgãos do governo estadual; e o de gestão e operação de serviços de alimentação prisional, que prevê a construção de uma cozinha industrial no Complexo Penitenciário de Viana.

Ambos os projetos já superaram a fase de sondagem e agora passam pela análise final do governo do Estado, assim como propostas maiores, como a de concessão do Pavilhão de Carapina, na Serra - que teve pelo menos quatro reuniões com investidores -; a de exploração comercial do Radium Hotel, em Guarapari; e a de gestão dos terminais metropolitanos do Sistema Transcol.

Essa última, por exemplo, está na mira do grupo Socicam, gigante de infraestrutura que opera 48 terminais urbanos pelo país, 29 terminais rodoviários e 14 aeroportos. A empresa se reuniu com representantes do governo do Estado em julho para discutir sobre a concessão dos terminais.

O Estado tem avaliado conceder os terminais do Transcol em blocos, unindo as unidades com potencial de serem mais lucrativas com outras menos interessantes comercialmente, para que nenhum fique sem ser concedido.

“Os empresários têm nos procurado muito interessados nos projetos e fazendo sugestões. Todos que vieram continuaram ou aumentaram o interesse após as reuniões de sondagem. Não entramos em detalhes, mas as empresas trazem a expertise delas de como já operam esses serviços fora, mostrando o que pode ser aprimorado aqui e o que pode atrapalhar”, relata Duque.

Para além de sugestões sobre os projetos já abertos, as empresas também têm sugerido ao governo outras frentes onde é possível firmar parcerias. O caso da cozinha industrial para presídios é um deles.

“Esse projeto nasceu de uma sugestão feita por uma empresa no nosso portal. Ela fez uma reunião apresentando a ideia, a Secretaria de Justiça aprovou a ideia, lançamos a sondagem e recebemos umas quatro ou cinco empresas para discutir, e agora está na análise final.”

NOVAS SONDAGENS DE CONCESSÕES ABERTAS

A boa repercussão dos primeiros projetos do programa junto aos investidores fez o governo do Estado já incluir uma segunda leva de ideias na carteira de concessões. Foram abertas no mês de dezembro sondagens de mercado para parcerias na gestão do Parque da Prainha, em Vila Velha; do estádio Kleber Andrade, em Cariacica; e na implantação de rede digital de alta velocidade para órgãos do Estado.

“Quando o Estado identifica previamente demanda em áreas que podem se tornar parcerias com a iniciativa privada, de acordo com experiência de outros Estados e países, nós abrimos uma sondagem de mercado, uma possibilidade para que terceiros opinem sobre a nossa proposta, ajudando na estruturação dos projetos. Depois, fazemos a análise e aí o chamamento”, explica o presidente do Bandes.

A expectativa do Estado é para lá de positiva. Isso porque além de gerar receita para os cofres públicos, na maioria dos casos, o governo não precisaria investir com seus próprios recursos em projetos que não avalia como prioritários, garantindo através da iniciativa privada sua realização.

CONCESSÃO DO KLEBER ANDRADE NÃO ANDA

Entre toda a carteira de projetos do programa, o mais travado até aqui é o da concessão do Kleber Andrade. O estádio, que possui capacidade de 21.152 espectadores sentados, ainda não recebeu nenhuma empresa interessada mesmo que preliminarmente.

“É o único na nossa base de sondagens que não teve nenhuma manifestação”, comenta Maurício Duque, que avalia que o empreendimento e seu nicho extremamente específico são os maiores empecilhos.

“Esses ativos na área esportiva são novos no país. Ainda não temos resultados positivos, com modelos de exploração eficientes. Se nem estádios maiores não encontraram um modelo bom para o futebol e com outras atividades que geram receita, aqui é algo que temos mais dificuldade. O Brasil não tem uma cultura de arena multiuso no país hoje. Tem começado mais com o Allianz Park [espaço para futebol, shows e outras atividades esportivas e culturais], que talvez seja o único exemplo”, ressalta.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais