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Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 12:01
- Atualizado há 5 anos
Ensaiando uma reação à crise, a produção industrial do Espírito Santo voltou a ter resultado positivo no mês de dezembro, com crescimento de 5,4% na comparação com o resultado do mês anterior. Foi o melhor resultado mensal no país, e seis vezes superior à média nacional (0,9%). >
Não obstante, naquele mês, a produção das indústrias capixabas alcançou o maior patamar para um dezembro desde 2016 (6,6%), e o melhor resultado mensal desde de julho de 2020 (28,9%). >
Na comparação com dezembro de 2019, o avanço foi de 4,2%, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) Regional divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira (9).>
Porém, apesar da reação observada em dezembro, nas demais bases de comparação, o desempenho do Estado continua sendo negativo. Afetada pela crise provocada pela pandemia, a produção industrial capixaba recuou 13,9% em 2020, alcançando o pior resultado entre as 15 regiões pesquisadas pelo IBGE. >
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O pior desempenho no ano foi registrado nas indústrias extrativas, que apresentaram retração de 28,9%, puxando para baixo o resultado geral. O resultado é reflexo da queda na produção de pelotas de minério de ferro que está em patamar abaixo do observado em anos anteriores, e também da extração de petróleo e gás, que está menor por conta da crise.>
O setor metalúrgico também apresentou retração, encolhendo 15,6%, enquanto as indústrias de transformação apresentaram queda de 0,9% no ano.>
O resultado geral do indicador só não foi pior por causa do setor de celulose, que tem registrado crescimento consistente ao longo dos meses. No acumulado do ano, o crescimento foi de 21,8%. A produção de alimentos e a fabricação de minerais não-metálicos também acompanharam o movimento de crescimento, com avanços respectivos de 3% e 1,6% em 2020.>
A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, destacou que o setor vem sofrendo perdas desde antes da pandemia, devido ao elevado Custo Brasil, que mina a competitividade da indústria brasileira. A série histórica do IBGE mostra que, nos últimos 12 anos, de 2009 a 2020, a perda acumulada da produção industrial é de 16,5%.>
"É por isso que, juntamente com a CNI, temos defendido intensamente uma política industrial, com apoio ao desenvolvimento tecnológico, e as reformas estruturais, principalmente a tributária e administrativa. A tributária, em especial, seria um grande avanço. Avaliamos que agora, com a definição das eleições da Câmara e do Senado, o Congresso poderá deslanchar as reformas, para que possamos ter uma retomada sustentável da economia", disse.>
Samorini pontuou ainda que o plano Espírito Santo - Convivência Consciente, lançado pelo governo do Estado em parceria com o setor produtivo, prevê R$ 5,8 bilhões de investimentos somente no setor industrial, nos próximos dois anos. "Estamos otimistas. A CNI estima que o crescimento do PIB será de 4% neste ano. Estamos confiantes, e com motivos para isso. Encerramos o mês de dezembro com um crescimento de 5,4%, o melhor desde dezembro de 2016". >
O economista-chefe da Findes e Diretor Executivo do Ideies, Marcelo Saintive, frisou ainda que a pandemia intensificou o desempenho negativo da produção industrial capixaba. "São três anos consecutivos de redução da atividade industrial, puxada, principalmente, pela indústria extrativa. Esses números evidenciam ainda mais a necessidade do avanço de importantes agendas para o Estado".>
A produção industrial do país avançou 0,9% em dezembro, na comparação com o mês anterior, refletindo a ampliação do movimento de retorno à produção de unidades produtivas, após a adoção de medidas de combate à pandemia da Covid-19.>
Onze dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram aumento na produção industrial de novembro para dezembro, na série com ajuste sazonal. As expansões mais acentuadas foram no Espírito Santo (5,4%) e no Ceará (4,7%), enquanto os recuos mais intensos foram na Bahia (-4,0%) e no Amazonas (-3,7%). >
Já no acumulado em 2020, houve quedas em 12 dos 15 locais, com destaque para Espírito Santo (-13,9%), Ceará (-6,1%) e São Paulo (-5,7%). Os índices positivos foram registrados em Pernambuco (3,7%), Rio de Janeiro (0,2%) e Goiás (0,1%).>
Na comparação com dezembro de 2019, a produção das indústrias brasileiras cresceu 8,2%. No acumulado do ano, entretanto, o desempenho foi negativo, com queda de 4,5%.>
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